Em dia marcado pela instabilidade, a Bolsa brasileira teve leve alta nesta terça-feira (13) e o dólar fechou praticamente estável, perto de R$ 3,31, com as atenções voltadas para o cenário político e também para a reunião do banco central americano, que termina nesta quarta-feira (14).
O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, subiu 0,21%, para 61.828 pontos.
O dólar comercial teve leve baixa de 0,09%, para R$ 3,309. O dólar à vista, que fecha mais cedo, recuou 0,40%, para R$ 3,304.
O cenário político se manteve no radar dos investidores nesta sessão. A decisão do PSDB de permanecer no governo amenizou as preocupações, mas a sinalização de que o partido pode deixar a base do presidente Michel Temer caso surjam novas denúncias contra o peemedebista acendeu o sinal de alerta no mercado.
"Há uma incerteza grande em relação ao PSDB e a eventuais delações futuras. A permanência do PSDB no governo provocou um alívio momentâneo, mas o próprio partido deixou em aberto a possibilidade de desembarcar do governo caso surja um novo escândalo. A instabilidade se manteve", avalia Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.
A indicação de que o ex-ministro Antonio Palocci e o operador Lúcio Funaro farão delação premiada com o Ministério Público Federal contribuiu para a instabilidade no mercado, avalia o analista.
No exterior, o banco central americano deve definir nesta quarta-feira a taxa de juros nos Estados Unidos. A expectativa é que o patamar passe da atual banda de 0,75% a 1% para a faixa de 1% a 1,25%. Essa é a probabilidade calculada por 94,8% dos economistas e analistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg.
A desvalorização do dólar no mercado brasileiro acompanhou o enfraquecimento da moeda americana no mundo. Das 31 principais divisas mundiais, o dólar perdeu força ante 24.
O Banco Central vendeu a oferta de 8.200 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), para rolagem dos contratos que vencem julho. A autoridade monetária já rolou US$ 2,460 bilhões do total de US$ 6,939 bilhões que vence no mês que vem.
O CDS (credit default swap), medida de risco do país, recuou 0,72%, para 235,6 pontos.
AÇÕES
Na Bolsa brasileira, as ações da JBS estiveram entre as maiores quedas do Ibovespa. Os papéis recuaram 2,72%, em meio a informações de que a empresa tenta vender a Vigor para levantar recursos para o pagamento de dívidas e multas.
As ações da Petrobras fecharam em alta, apesar da instabilidade dos preços do petróleo no exterior. Os papéis mais negociados da estatal subiram 0,31%, para R$ 12,94. As ações que dão direito a voto avançaram 0,65%, para R$ 13,87.
Os papéis da mineradora Vale acompanharam a queda de 2,75% dos preços do minério de ferro no exterior e caíram. Os papéis mais negociados da empresa recuaram 1,86%, para R$ 24,75. As ações que dão direito a voto tiveram desvalorização de 1,75%, para R$ 26,37.
No setor financeiro, os papéis de bancos fecharam com sinais mistos. As ações do Itaú Unibanco subiram 1,23% e as do Banco do Brasil avançaram 0,81%.
Os papéis preferenciais do Bradesco recuaram 0,80%, e os ordinários tiveram baixa de 0,11%. As units -conjunto de ações- do Santander Brasil caíram 0,24%.
Na ponta positiva, os papéis da Klabin (+2,33%) e da Suzano (+2,17%) lideraram as altas do Ibovespa.