O mercado brasileiro de ações teve ontem um dia de forte alta, numa rodada de negócios caracterizada pelo giro financeiro superior à média. Em cenário ainda de tensão por conta da Grécia, os mercados mundiais se animaram com as boas notícias vindas dos EUA, onde a perda de empregos ficou abaixo do previsto (o relatório “payroll”). A taxa de câmbio doméstica cravou R$ 1,78. Na semana, a Bolsa brasileira acumulou ganho de 3,52%, e em 30 dias, de 9,69%. Com o pregão de ontem, o índice zerou as perdas de 2010 e teve leve valorização de 0,38%. O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 1,52% no fechamento, aos 68.846 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,03 bilhões, bem acima da média de R$ 6,5 bilhões/dia em fevereiro. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 1,17%. “O mercado ficou sem volume por vários dias justamente pela espera por esse ‘payroll’, e a melhora desses números gerou um incentivo para uma entrada um pouco maior [de recursos]”, comenta Felipe Casotti, economista da Máxima Asset Management. Ele avalia que, caso se concretize a ajuda à Grécia, como o mercado espera, as Bolsas podem ter mais dias de tranquilidade pela frente, pelo menos no “curtíssimo prazo”. “Novos problemas podem surgir nos próximos meses, principalmente na Europa, envolvendo economias até mais representativas que a Grécia”, acrescenta. O dólar comercial foi vendido por R$ 1,787, em decréscimo de 0,27%. A taxa de riscopaís marca 187 pontos, número 4,59% abaixo da pontuação anterior. “Acho que ainda é cedo para supor que o dólar está rodando em novo patamar. Se você lembrar bem, no final do ano passado a taxa estava em torno de R$ 1,70 e alguns já diziam que iria ficar abaixo desse nível em 2010, que teve um início positivo. Não foi o que aconteceu e nós quase vimos o dólar chegar a R$ 1,90”, afirma Glauber Romano, profissional da mesa de operações da corretora Intercam.