Quem acredita que os consumidores consideram o preço o item mais importante na hora de comprar roupas está enganado. Uma pesquisa realizada pelo Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial), com 3.300 pessoas de todas as classes sociais de diferentes estados, revela que 51% dão preferência para o atendimento.
Em seguida, aparecem variedade de produtos, descontos e promoções, facilidades de pagamento e qualidade. O preço dos produtos ocupa apenas o nono lugar do ranking.
Motivos para não comprar
Se o bom atendimento é principal motivo para o consumidor de vestuário, o contrário também é verdadeiro. De acordo com o estudo, 76,4% dos entrevistados declararam que rejeitam um estabelecimento se o atendimento não for bom. Esta razão independe do poder de compra.
Entretanto, este quesito é ainda mais valorizado pelos consumidores das classes D e E, que normalmente já se sentem marginalizados quando têm a intenção de comprar em lugares mais sofisticados. Já para as classes A e B, além do atendimento, o que faz com que este público não retorne ao local é o preço acima da concorrência, não dar descontos, não fazer trocas, além de ter vendedoras que atendem de maneira invasiva.
“Apesar de terem poder de compra, gostam de comparar os preços e vantagens para não pagarem mais caro pelo produto”, afirma diretor do instituto, Marcelo Villin Prado.
Onde os consumidores compram
Os dados indicam ainda que as loja respondem por 90,9% das vendas do varejo para todos os perfis de consumidores de vestuário. Em seguida, estão as revendedoras (6,4%) e a internet (2,8%), que está se expandindo rapidamente, principalmente com produtos de promoção.
Na análise de todos os perfis, as compras são feitas basicamente perto de casa ou no centro da cidade. Além disso, 49,3% dos entrevistados afirmaram que compram na mesma loja somente de vez em quando.
Para os consultores do Iemi, apesar de preferir as lojas, os consumidores gostam de ter várias opções de escolha. Já comprar de revendedora é considerado mais cômodo e mais barato. Entretanto, apenas 26,6% dos entrevistados optam por este tipo de compra.
Outros motivos de adesão para o canal de venda direta é a qualidade dos produtos, confiança na revendedora, pagamento sem burocracia e a possibilidade de escolher produtos adequados para cada perfil.
Sobre a pesquisa
Para checar a estes dados, foram entrevistados 3.300 consumidores voluntários de ambos os sexos, de todas as classes sociais e diferentes estados. Para uma análise mais precisa das preferências, necessidades e motivações levadas em conta na hora da compra, o foco foi a última compra realizada. Os dados foram ponderados de acordo com o potencial de gasto com o vestuário por poder de compra, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).