A campanha “Nome Limpo”, realizada no final de 2009, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), reduziu em 16,1% o número de consumidores inadimplentes no comércio de Campo Grande. No mês de outubro, quando a renegociação começou, existiam cerca de 124 mil devedores inscritos no SPC, já no dia 25 de dezembro, caiu para 104 mil, um saldo de 19,5 mil pessoas que recuperaram o crédito na praça. Cerca de 1,2 mil empresas utilizaram o serviço nos quatro anos de existência da campanha. Em 2008, a “Nome Limpo” levou cerca de 26 mil pessoas ao Serviço de Proteção ao Crédito em busca de negociação para dívidas com o comércio local. A procura pela recuperação de crédito, de acordo com o gerente da instituição, Valdineir Ciro de Souza, acontece com maior intensidade nos últimos meses do ano, por causa das festividades de Natal e Ano Novo. É nessa época em que muitos aproveitam as vantagens oferecidas pelas empresas para regularizar a situação e usam o 13º salário para quitar os débitos e voltar a comprar, desta vez, com crédito e nome limpo na praça. “Diferente de outras datas como dia das mães, dia dos pais, das crianças – onde geralmente se compra presente apenas para uma pessoa –, esta é uma época onde se presenteia todos da família e ainda amigos. Praticamente 100% dos que procuram a negociação querem limpar o nome para fazer novas compras no período”, explica. Os setores de vestuário e calçados, segundo Souza, foram os que apresentaram maior inadimplência em 2009, respondendo por 40% dos R$ 53 milhões devidos ao comércio campo-grandense, e também os com volume superior de quitações dentro da campanha – por serem justamente os mais procurados pelos consumidores para a compra de presentes. Através da campanha, as lojas ofereceram redução nos juros, multas e ainda flexibilização do pagamento, ampliando os prazos de parcelamentos. No comparativo entre janeiro de 2009 e janeiro de 2010, os dados da Associaçao Comercial revelam uma redução de 8,29% na inadimplência. “Reflexo do desempenho geral da economia que tem sido positivo, revelando recuperação de emprego e renda do trabalhador de Campo Grande”, explica Souza, lembrando que, na passagem de 2008 para 2009, havia a previsão de crise, que acabou por não se confirmar significativamente em Mato Grosso do Sul.