O percentual de famílias endividadas em Campo Grande aumentou no mês de outubro com 58,6% ante 56,7% do mês anterior, e acima do registrado em outubro do ano passado quando foi de 58,1%. Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em números absolutos, são 182.067 famílias endividadas.
Desse total a maioria tem débitos nos cartões de crédito (68,1%), os que compraram em carnês de lojas somam 19,2%, financiamento de casa (16%) e prestações de carro (14,4%), crédito consignado (6,8%) e crédito pessoal (6,0). Quanto ao nível de endividamento com cheques, cartões, financiamentos e empréstimos, 11,2% se consideram muito endividados, os que se consideram pouco endividados somam 26,7%, mais ou menos (20%) e que não possuem esse tipo de dívida 41,4%.
Segundo a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS), Daniela Dias, um aspecto positivo é que os indicadores de inadimplência e de contas em atraso se mantiveram praticamente estagnados. “Isso leva a dizer que tudo bem se endividar, desde que consiga pagar, ou seja, que haja um consumo consciente”.
A economista ainda lembra que neste segundo semestre, o apelo comercial é mais forte e, por isso, tradicionalmente o consumo também é maior, gerando um crescente endividamento da população. “O importante é que se houver endividamento, há necessidade de que ele não provoque o desequilíbrio orçamentário das famílias”.
Entre os que possuem dívidas em atraso, o maior percentual está na faixa que recebem até 10 salários mínimos, 59,4%. Também é essa faixa que acumula o maior índice dos que acreditam não terem condições de pagar as dívidas em atraso no próximo mês, 37,8%. Entre os que responderam ao questionário, 48,9% afirmam que as dívidas estão em atraso há mais de 90 dias.
Quanto ao tempo de comprometimento com as dívidas, 43,4% dos endividados possuem dívidas de mais de um ano, 10,7 % tem débitos de até três meses, 10,3% entre três e seis meses e 8,7% dos entrevistados entre seis meses e um ano. A maior parte da população que ganha mais de dez salários mínimos, 85%, tem dívidas por mais de um ano.
Considerando a renda total da família, 56,5% dos entrevistados tem de 11% a 50% dos recursos mensais comprometidos com dívidas. Entre aqueles que ganham mais de dez salários o percentual passa a ser de 62,5%.
A coleta dos dados foi realizada sempre nos últimos dez dias do mês imediatamente anterior ao da divulgação da pesquisa.