Até pouco tempo privilégio de uma parcela pequena de brasileiros, sistemas de automação residencial como fechadura digital, controle de iluminação, som e ar condicionado estão mais acessíveis à classe média.
Graças à queda da cotação do dólar e ao aumento na escala de produção, alguns desses equipamentos estão cerca de 60% mais baratos do que há três anos.
É possível ter um sistema de acesso por biometria (em que a impressão digital substitui as chaves nas portas de entrada) a partir de R$ 1.500, ou um sistema básico para acionamento de luzes, ar condicionado e sistema de som por R$ 1.800.
Para os dispostos a investir um pouco mais, há a banheira inteligente, que pode ser programada à distância, pelo celular, por R$ 21 mil. Entre os mimos, a possibilidade de configurar a temperatura do banho e a emissão de sabonete líquido e essências.
"A queda de preços fez com que os sistemas de automação não fossem vistos apenas como supérfluos ou exclusividade de milionários. O consumidor já os observa como itens acessíveis de conforto", diz José Roberto Muratori, da Associação das Empresas de Automação Residencial (Aureside).
A redução no custo dos sistemas de automação passou a ser vista como uma oportunidade para as construtoras oferecerem apartamentos mais "charmosos" aos consumidores de médio padrão.
A Cyrela optou por incluir em alguns de seus empreendimentos a central inteligente, um sistema pré-montado que permite ao morador configurar a automação de até 12 equipamentos eletrônicos.
A Even teve seu primeiro imóvel com automação em dezembro de 2009, e desde então incluiu sistemas em todos os 11 lançamentos na cidade de São Paulo.
"Como a impressão foi positiva, decidimos incluir desde apartamentos compactos, com 50 metros quadrados avaliados em R$ 450 mil, até imóveis de alto luxo de R$ 2 milhões", diz Ricardo Grimone, gerente de incorporação da companhia.
Além do básico
Embora as centrais inteligentes sejam a porta de entrada da automação residencial, há construtoras que decidem fisgar os consumidores com itens de luxo, como no caso da construtora Concal, sediada no Rio.
Em empreendimentos de luxo da zona sul da cidade, avaliados em média em R$ 5 milhões, além do leitor biométrico, a construtora já incluiu chuveiro com controle digital e banheira inteligente como itens padrão.
"Automação residencial virou motivo de competitividade entre as construtoras, já que representa a extensão do consumo da tecnologia pessoal que esse tipo de comprador já exige", diz o diretor Rodrigo Conde Caldas.
Segundo Grimone, da Even, os próximos passos incluem a automação das áreas comuns, que inclui preparação para internet sem fio wi-fi e sistemas para música e luz no salão de festas.