Economia

EXPORTAÇÃO

Chávez prevê compra milionária em MS

Chávez prevê compra milionária em MS

Redação

04/09/2010 - 23h31
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Carlos Henrique Braga

O presidente venezuelano Hugo Chávez planeja comprar cinco mil linhas de produção de tijolos ecológicos, cada uma composta por até sete máquinas, de empresa de Campo Grande. O objetivo é utilizá-las no programa de habitação para reduzir déficit de 10 milhões de moradias do país. Batizado de Plan Bicentenario de Bloqueras Ecológicas Socialistas (Plano Bicentenário de Fábricas de Tijolos Socialistas), o projeto deve levar os conjuntos às cinco mil comunidades da Venezuela. Cada máquina custa entre R$ 13 mil e R$ 80 mil.
Os moradores aprenderão a operar os equipamentos fabricados pela Ecomáquinas. O contrato deverá ampliar o quadro de funcionários da empresa em 333%, de 60 para 260 funcionários, para dobrar a produção e dar conta da encomenda, que será entregue durante dois anos. A empresa não divulga o valor do contrato, ainda em negociação, mas a gerente de vendas e mercado da fábrica na Venezuela, Gina Gonzalez, estima que o governo investirá cerca de US$ 100 milhões (R$ 180 milhões) em equipamentos.
Nesta semana, a indústria divulgou vídeo da tevê estatal no qual o presidente visita fábrica de tijolos ecológicos em comunidade de Caracas inaugurada em 23 de janeiro. “O problema das moradias será solucionado com um método revolucionário”, disse Chávez aos operários, em referência aos blocos de concreto. “O povo é que vai solucionar os problemas, não as empresas capitalistas”, discursou.
A empresa garante estar preparada para atender ao projeto, que tem como inspiração para o nome os 200 anos em que a Venezuela esteve sob dominação espanhola até ser libertada por Simón Bolívar.
A área industrial será ampliada em 10 mil metros quadrados e a produção dobrará para 400 máquinas por mês.
A gerente de vendas não duvida que, mesmo pequena, a Ecomáquinas conseguirá abastecer as comunidades com as linhas de produção. “Nós já vendemos para a PDVSA, a maior companhia de petróleo daqui, além de outros lugares”, argumenta. “Foi lá que Chávez viu as casas construídas e decidiu comprar as máquinas para o povo construir suas casas”, diz.

Treino
No próximo mês, diretores da empresa viajam a Caracas para acertar os últimos detalhes do contrato com o Ministério da Agricultura e Terras.
Além de vender as máquinas, a empresa de Mato Grosso do Sul treinará pessoas para disseminar a técnica de fabricação dos tijolos, feitos de solo e cimento. Segundo a Ecomáquinas, que neste ano exportou US$ 2 milhões para sete países subdesenvolvidos da América do Sul e África até agosto, o que torna o tijolo ecológico é a receita de fabricação: para cada dez baldes de solo (terra da superfície), é usado apenas um de cimento.
O custo final da obra pode ser reduzido em cerca de 20% com os tijolos ecológicos. Há redução no desperdício de material, especialmente concreto e massa de assentamento. A durabilidade é muito maior do que qualquer outro material de alvenaria.

SAFRA 24/25

Área plantada de soja atinge 72,2% no Mato Grosso do Sul

Ainda, 3,2 milhões de 4,5 milhões de hectares já foram plantados; a porcentagem de área plantada nesta safra está 10,2 pontos percentuais maior em relação à última

07/11/2024 17h00

Safra 24/25 já atinge 72,2% da área plantada em Mato Grosso do Sul

Safra 24/25 já atinge 72,2% da área plantada em Mato Grosso do Sul Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Dados mais recentes do Boletim da Casa Rural revelam que a área plantada de soja nesta safra 24/25 no Mato Grosso do Sul atingiu cerca de 72,2% do total estimado (4,5 milhões de hectares), com o maior avanço sendo encontrado nas regiões sul e centro do estado.

Na última atualização, até dia 25 de outubro, cerca de 2,475 milhões de hectares (55%) haviam sido plantados. Agora, cerca de 3,249 milhões de hectares estão plantados. Sobre as condições das lavouras, quase todas as regiões estão com índices bons, ou seja, acima dos 90% bons, com exceção da região sul, que apresenta 68,3% das lavouras boas e 31,7% ruins.

Coincidentemente, a região sul é aquela com o plantio da soja mais avançado, com 76,2%, seguida pela região centro, com 69,4%, e a região norte com 60%. Além disso, a porcentagem de área plantada nesta safra está 10,2 pontos percentuais (p.p.) maior em comparação com à última no mesmo período em questão e 11,2 p.p. maior que a média das últimas cinco safras.

Para a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), o responsável pelo avanço foi a chuva acumulada nos últimos dias, com destaque para a precipitação registrada nas cidades de Jardim e Bataguassu, com acumulados de 189,2 mm e 123,4 mm, respectivamente.

A estimativa dos órgãos agrícolas é que esta safra de soja seja 6,8% maior que a última (2023/24), 4,5 milhões de hectares contra 4,2 milhões na anterior. Ainda, a expectativa é que a produção chegue próximo dos 14 milhões de toneladas (13,2% maior que a última), cerca de 51,7 sacas de soja por hectare, com cada uma custando, aproximadamente, R$ 140,75, do qual já foi comercializado 28,3% desta safra, 8,3 p.p.p maior do que o último ciclo.

PREÇOS

A safra de soja 2024/2025 promete ser uma safra positiva, se comparada à safra de 2023/2024. A demanda internacional deve permanecer em expansão e dependendo da oferta de grãos disponibilizada ao mercado internacional pelos principais países produtores, podendo impactar positivamente o preço da saca de soja. 

“Nas últimas safras, o preço médio ponderado da saca de soja apresentou uma tendência negativa, passando de R$ 168,34, em 2021/2022, para R$ 138,82, na safra 2022/2023, e R$117,14, na safra 2023/2024. A tendência agora é de que, na safra 2024/2025, os preços fiquem entre R$ 120 e R$ 130, caso as condições atuais do mercado internacional se mantenham, iniciando uma tendência de valorização do preço”, explica o analista de Economia da Aprosoja-MS, Mateus Fernandes.

Em relação ao custo de produção, houve uma redução de 3%, conforme a estimativa da associação. O custo total para o ciclo 2024/2025 foi estimado em R$ 5.987,24, o equivalente a 49,89 sacas por hectare, abaixo do valor estimado na safra anterior, de R$ 6.170,61.

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EXPECTATIVA

Vitória de Trump é boa notícia para produtor de soja

A "guerra comercial" dos EUA com a China no governo passado fez disparar o chamado "prêmio da exportação", o que elevou o preço da saca em até R$ 32,00 por aqui

07/11/2024 12h45

Até o começo de novembro, 72% das lavouras de MS já haviam sido plantads, o que é dez pontos percentuais superior ao ano passado

Até o começo de novembro, 72% das lavouras de MS já haviam sido plantads, o que é dez pontos percentuais superior ao ano passado

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Além das chuvas mais intensas e regulares que no ano passado, a vitória de Donald Tramp para a presidência dos Estados Unidos é outra boa notícia para os produtores de soja, que em Mato Grosso do Sul já haviam plantado, no dia primeiro de novembro, 72% dos 4,5 milhões de hectares previstos para este ano. Isso significa dez pontos percentuais acima daquilo que havia sido semeado no ano passado na mesma data.

Segundo Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, a tendência é de que o futuro presidente dos Estados Unidos, que é mais protecionista que o atual presidente, restrinja os negócios com a China e isso fará com que os asiáticos venham a importar mais soja do Brasil. 

Esta restrição, explica ele, deve até provocar alguma queda nas cotações da soja na bolsa de Chicago, referência mundial para a precificação do grão. Porém, a tendência é de que o chamado “prêmio de exportação” aumente, assim como ocorreu no primeiro mandato de Trump.

Em outubro de 2018, no auge da “guerra comercial” entre os EUA e a China,  esse prêmio no porto de Paranaguá chegou a 2,8 dólares por bushel. Se fosse pela cotação do dólar de hoje, isso significa em torno de R$ 32,00 a mais por saca de soja.

Desta vez, porém, não existe probabilidade para que aquele pico do prêmio ocorra, uma vez que os estoques na China estão melhores do que naquele período, lembra o consultor do Itaú. Para março do próximo ano, em Paranaguá, o prêmio está cotado a 40 centavos por dólar. E, se houver nova "guerra" entre os dois gigantes, a tendência é de que este valor aumente. 

DÓLAR ALTO

Além deste prêmio, a cotação do dólar é outro fator fundamental para a definição do preço da soja, que é principal produto da economia de Mato Grosso do Sul. Se a safra chegar às 14 milhões de toneladas previstas, ela renderá em torno de R$ 32,5 bilhões, levando em consideração a cotação atual da saca. 

E, de acordo com Francisco Queiroz, a tendência é de que a moeda norte-americana, que atualmente está na casa dos R$ 5,70, siga em alta ao longo de todo o mandato de Trump. 

Atualmente, o preço da soja está na casa dos R$ 140,00 em Mato Grosso do Sul, o que é 14% acima daquilo que estava no mesmo período do ano passado e 40% acima da pior cotação do ano, em fevereiro, quando chegou a R$ 98,00. 

Então, mesmo que ocorra alguma queda nos valores em Chicago, acredita Francisco Queiroz, a provável melhora do chamado prêmio e valorização do dólar vão compensar esta queda e a tendência é de que o preço venha a melhorar. 

E este aumento só não será maior, segundo ele, porque a oferta de soja está alta no mundo inteiro. A produção brasileira, estima ele, pode chegar a 170 milhões de toneladas, caso as condições climáticas sigam favoráveis. Esse volume, caso seja atingido, recorde no país. 

Na Argentina e no Paraguai a tendência é a mesma, explica ele. Além disso, a colheita que está em andamento nos EUA também está dentro do projetado.

Até o começo desta semana, segundo  a Aprosoja, em torno de 29% da produção da soja que será colhida no Estado já foi comercializada. E, embora o preço atual esteja satisfatório, a vitória de Trump tende a colocar os produtores em compasso de espera, de olho em melhoras ao longo dos próximos meses, acredita o analista do Itaú BBA. 

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