Em meio à crise econômica provocada pela Covid-19, uma em cada quatro famílias brasileiras possui alguém com dívidas em atraso, de acordo com sondagem realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV).
Mais da metade dos endividados afirmam que o problema está relacionado à pandemia, principalmente perda de emprego e redução de salário. O percentual de endividamento das famílias é mais alto nas residências de baixa renda.
O Correio do Estado conversou com economistas para avaliar o que pode ser feito para organizar as finanças e sair do vermelho.
A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS, Daniela Dias, destaca que primeiramente, é necessário entender o valor total da dívida e o quanto você conseguiria pagar.
“O primeiro passo para sair de uma situação de endividamento é reconhecer a dívida em atraso ou que faz a pessoa ficar inadimplente, é fundamental analisar todas as dívidas, para que se possa ter um processo de negociação, porém o consumidor deve estar alerta as taxas de juros e analisar as possibilidades de negócios", explica a especialista.
As famílias brasileiras estão devendo mais em março deste ano do que no início da pandemia, conforme apontou a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
O percentual de famílias endividadas no Brasil alcançou 67,3% do total em março deste ano, uma alta de 0,6 ponto porcentual em relação ao mês anterior e de 1,1 ponto em comparação a março do ano passado.
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No topo do ranking de endividamentos de Campo Grande, o cartão de crédito segue liderando como o tipo de dívida mais comum entre a população, representando 76% dos gastos excessivos.
“Existe uma necessidade de se controlar a utilização do cartão de crédito, porque é muito fácil virar uma bola de neve e diante de uma dívida, comparar as taxas de juros, pensar nas possibilidades de entradas para amenizar o máximo possível os impactos nas contas no final do mês”, pontuou a economista.
A Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Procon/MS) atendeu cerca de 385 consumidores endividados e superendividados que buscaram informações sobre educação financeira entre fevereiro e março deste ano.
O economista Marcos Almeida, alerta que a pandemia afetou diretamente a renda de milhares de famílias, devido às medidas de restrição e isolamento social, sendo necessário repensar antes de iniciar uma nova conta, para assim não ter grandes problemas.
“Hoje em dia é necessário repensar antes de iniciar qualquer conta grande, sempre analisando o que é necessário quitar e resolver primeiro, isso é importante para não entrar no vermelho, estamos atravessando momentos de muitas incertezas, mas com esperança de atravessarmos essa crise”, pontuou o economista.
O especialista também ressalta a utilização da matemática básica, ou seja, gastar menos do que se ganha. “O fundamental é ter equilíbrio, se você gosta de uma coisa, invista, mas pense no que é necessário resolver financeiramente, é necessário termos esperança em dias melhores, mas com consciência do que é realmente necessário”, concluiu ao Correio do Estado.
Confira algumas dicas para te ajudar a ter um ano sem débitos pendentes:
- Identifique o problema;
- Mude o comportamento;
- Estabeleça o quanto você pode pagar;
- Renegocie.