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CAMPO GRANDE

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Com fim do auxílio e continuidade da pandemia, prefeitura prega austeridade econômica

Mais de 270,4 mil campo-grandenses deixarão e receber o auxílio no dia 31 de dezembro

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O auxílio emergencial criado durante a pandemia da Covid-19 vai acabar no dia 31 de dezembro. Mais de 270,4 mil campo-grandenses vão precisar achar outras fontes de renda a partir de janeiro de 2021, já que apesar do auxílio acabar, o número de infectados com o coronavírus só aumenta na Capital.

Marileide Marcelino da Silva, 41 anos, e seu marido Eloides Mariano, 57, farão parte do grupo que vai receber a última parcela em dezembro. A alternativa criada pelo casal foi plantar legumes na chácara em que vivem para comercializar em uma feira e assim complementar o buraco na renda que o auxílio vai deixar.  

“Não tem outra saída, e agora com essa nova leva que deu na pandemia está muito complicado. Temos dois filhos pequenos para criar também”,  disse Mariano.

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Marileide tinha um salão de beleza na Capital, mas precisou fechar o estabelecimento com a baixa demanda do início da pandemia. Ela e seu marido preferiram se mudar para a chácara em uma tentativa de “fugir” do coronavírus.

“Esse ano foi muito difícil, o auxílio ajudou muito, e como ajudou. Ficamos trabalhando só na chácara, porque lá a gente fica livre de qualquer coisa né, ninguém entra, ninguém sai, só saímos realmente para ir para a feira”.

O Governo Federal ainda não confirmou como ficará a situação de quem só teve o auxílio aprovado neste mês, como é o caso de Linda Araújo Ribeiro, 30, que esperou durante todo o ano para receber a ajuda institucional.

“Foi bem difícil passar o ano sem o auxílio, faço diárias e esse ano caiu bastante. Desde o início da pandemia estou sem emprego fixo, fui demitida em março. Só consegui manter meus três filhos pequenos porque meu marido trabalha”, disse.

Até o natal da família ficou comprometido com as dificuldades financeiras deste ano. Linda alegou que não vai ter ceia, “nem tenho dinheiro também”.

“Para 2021 espero que essa pandemia acabe né, que volte nossa vida normal, que a gente possa voltar a trabalhar. Fé em Deus que vai passar tudo isso”, afirmou esperançosa.

O secretário municipal de finanças e planejamento, Pedro Pedrossian Neto disse que do ponto de vista do equilíbrio fiscal, é compreensível que o Governo Federal interrompa o repasse.

“Esse orçamento robusto tem que chegar ao fim sob pena da dívida pública explodir. Mas,  por outro lado, foi o auxílio que manteve a economia rodando minimamente durante a pandemia”, relatou.

O secretário disse que a demora na recuperação e crescimento do PIB do Estado pode impactar na economia dos municípios, tanto da Capital quanto no interior.  

“É uma hora que será necessário a criatividade, os governantes terão que ser criativos para equilibrar os gastos e manter a estabilidade na economia”, ponderou Pedrossian.

O secretário afirma ainda que vê um cenário de incertezas para 2021 e o recomendado é que os municípios apertem os cintos, principalmente os que não têm perspectivas de repasse do Governo Federal.

“Está todo mundo vendo o crescimento da segunda onda e a vacina ainda pode demorar para chegar, então o período das vacas magras na economia ainda podem durar por muito tempo”, ressaltou.

O presidente da Fecomércio-MS, Edison Ferreira Araújo também avaliou que o benefício foi essencial para a economia estadual em 2020.

“Esse ano teve o auxílio que ajudou muito o impacto da pandemia. Essa ajuda foi muito útil para manter uma melhor distribuição de dinheiro para as pessoas que precisavam, para que elas pudessem pagar contas e também gastar nos supermercados”.

Contudo,  ele defendeu que Mato Grosso do Sul não deve ser economicamente prejudicado pelo fim do auxílio emergencial.

“O Estado tem desenvolvido muito sua matriz econômica diversificada, para o ano que vem esperamos uma recuperação pautada nessa diversificação. Grande parte da fonte de renda de Mato Grosso do Sul gira em torno da agronomia, que tem aumentado bastante a produtividade de grãos, mas também temos  uma exportação muito boa dos frigoríficos, como por exemplo de aves, suínos e gados”, apontou.

Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

Economia

Em meio à crise, presidente da Petrobras descarta aumento de preços dos combustíveis

Na última semana, o presidente Jean Paul Prates confirmou que as etapas para conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas no fim deste ano.

18/04/2024 17h23

Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates Thomaz Silva/ Agência Brasil

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Durante um evento no Rio de Janeiro, com foco em "O Fortalecimento da Indústria Naval Nacional e o Setor Energético Offshore", o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, descartou um aumento nos preços dos combustíveis no Brasil a curto prazo.

"Estamos avaliando as condições de mercado. Não há razão nenhuma para aumento agora. Não está sendo avaliado (aumento para as próximas semanas). Estamos monitorando o cenário internacional. Por enquanto não há nada que faça mover. E o preço do petróleo indica isso", relatou ao jornal O Globo, na manhã de hoje (18).

Conforme divulgado pelo Correio do Estado, no início desta semana, a Petrobras anunciou que as etapas para a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas até o final deste ano. A estatal informou que o processo licitatório para o reinício das obras será aberto em dezembro de 2024.

A expectativa inicial é que a unidade comece a operar até o fim de 2023.

Na semana passada, o governador Eduardo Riedel (PSDB) pediu ao presidente Lula que "olhasse com carinho" para a fábrica, que está com as obras paradas desde 2014. O pedido foi feito durante visita do presidente a Campo Grande.

Nesta segunda-feira (15), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou as falas do presidente, em entrevista à CNN, que as obras serão retomadas em breve.  
   

A UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas - ReproduçãoA UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas - Reprodução

Investimentos

De acordo com o presidente da Petrobras, rebateu um dossiê feito na semana passada, contra a permanência dele no comando da estatal e que apontava que Prates resistia em concluir a UFN3, que precisa de investimento de R$ 5 bilhões.

Durante a conversa, Jean Paul afirmou que sempre defendeu a importância da inclusão do projeto da fábrica no Planejamento Estratégico da Petrobras, o que foi feito em novembro do ano passado, após demonstração técnica de viabilidade financeira e decisão da estatal de voltar ao setor de fertilizantes.

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, reafirmou que o dossiê sobre a não retomada da UFN3 não correspondia à realidade

"Estamos acompanhando o assunto junto com a ministra Simone Tebet e temos inclusive a previsão que a licitação ocorra no final de ano", disse.

Quando concluída, a UFN3 deve reduzir em 15% a dependência brasileira dos nitrogenados, contribuindo para a autonomia nacional no setor de fertilizantes.

A obra da UNF3 foi paralisada no fim de 2014, com 81% da construção realizada.

A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.
 

Valor do petróleo 

Na tarde desta quinta-feira (18), o preço do petróleo Brent, usado como referência internacional, está em queda de 0,22%, a US$ 87,10. Na semana passada, chegou a passar os US$90. Segundo dados da Abicom, que reúne os importadores, o preço da gasolina cobrado pela estatal está 20% menor em relação ao cenário internacional. No caso do diesel, a diferença hoje é de 10%

Declarações 

Conforme informações do governo brasileiro, os preços feitos pela  Petrobras ocorreram em outubro do ano passado, quando a estatal reduziu o valor da gasolina nas refinarias, quando passou de R$2,93 para R$2,81. No caso do diesel, a queda foi em dezembro (caindo de R$3,78 para R$3,48).

Durante o evento nesta quinta-feira, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o impacto do conflito no Oriente Médio não deve intervir sobre os valores dos combustíveis no Brasil.

As declarações de Prates ocorrem em momento de crise na estatal, que se estendeu  ao Conselho de Administração da estatal, após falas de Silveira. 

A crise chegou até o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), com sede em São Paulo, que derrubou a decisão em primeira instância e reconduziu à presidência do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes, um dos representantes da União no colegiado. Ele foi afastado na última semana. Logo em seguida, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu.

Questionado como estava no clima dentro da Petrobrás, Prates disse estar tranquilo.

"Eu estou tranquilo. O presidente Lula está na Colômbia. Eu não fui a Brasília para isso. Temos agendas em Brasília constantemente. Por exemplo, eu passei o dia inteiro no TCU (Tribunal de Contas da União). Fui ver as lideranças no Senado. São meus amigos afirmou Prates".

 

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