Economia

Transtorno

Com poucos caixas,longas filas continuam em supermercados

Com poucos caixas,longas filas continuam em supermercados

Paula Vitorino

01/02/2014 - 16h00
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Os consumidores continuam a enfrentar as longas filas dos poucos caixas que realmente funcionam nos supermercados. Uma lei estadual para obrigar os estabelecimentos a manter em funcionamento todos os caixas nos dias de promoção até foi criada, mas foi suspensa por liminar e agora depende de parecer do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul para entrar em vigor ou não. De acordo com o advogado da Associação Sul-mato-grossense de Supermercados (Amas), João Luiz Rosa, a expectativa é de que a sentença seja proferida nas próximas semanas pelo desembargador responsável pelo caso.

A lei foi promulgada pela Assembleia Legislativa em agosto do ano passado, mas nem chegou a valer porque a Associação conseguiu uma liminar da Justiça, que suspendeu a validade. O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), autor da lei, apresentou defesa contra a liminar, que foi acatada, mas agora depende do julgamento final do desembargador do TJMS, que pode validar ou manter suspensa a lei, explica o advogado.

A Associação alega que seria impossível cumprir a lei. Os empresários justificaram, na época, que existem períodos que o movimento é menor e, por isso, seria inviável manter todos os caixas funcionando.

Já o deputado Marquinhos considera que é um direito do consumidor conseguir fazer a compra da cesta básica mensal sem enfrentar filas, já que existem caixas disponíveis e pessoas que precisam de emprego. “Continuam as filas. Basta qualquer pessoa ir ao supermercado e constatar isso”, afirma.

A lei prevê punição aos estabelecimentos que mantiverem número inferior ao da capacidade de caixas em funcionamento. A norma também determina que supermercados e hipermercados afixem, em local e tamanho visíveis, cópia da lei, com o número de denúncia no Procon, que seria responsável pela fiscalização. 

Economia

Mesmo com desafios climáticos, MS projeta nova supersafra de soja

Estado deve colher 13,9 milhões de toneladas da oleaginosa no ciclo 2024/2025, alta de 13,2% em relação ao anterior

14/09/2024 09h00

Mesmo com desafios climáticos, MS projeta nova supersafra de soja

Mesmo com desafios climáticos, MS projeta nova supersafra de soja Gerson Oliveira

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Mesmo diante de um cenário climático desafiador, Mato Grosso do Sul projeta mais uma supersafra de soja. Conforme dados divulgados nesta sexta-feira pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), a safra 2024/2025 terá um incremento de 13,2% na produção e poderá ser a segunda maior da história, com 13,9 milhões de toneladas. 

O plantio da soja estará liberado a partir do dia 16, e a Aprosoja-MS aponta que a área destinada ao cultivo da oleaginosa será de 4,5 milhões de hectares, aumento de 6,8% em comparação à safra de 2023/2024, quando foram destinados 4,2 milhões de hectares no Estado para o plantio. A produtividade estimada é de 51,7 sacas de soja por hectare, aumento de 5,9% em comparação ao ciclo anterior.

“Serão produzidos em Mato Grosso do Sul 13,9 milhões de toneladas de soja, um aumento de 13,2%. Na safra 2023/2024, foram produzidos 12,3 milhões de toneladas de soja. Teremos muitos desafios pela frente, entre eles, o clima e a organização financeira dos produtores rurais, que amargam perdas significativas das safras anteriores”, pondera o presidente da Aprosoja-MS, Jorge Michelc. 

O volume estimado só será menor que o da safra 2022/2023, quando Mato Grosso do Sul colheu 15 milhões de toneladas da oleaginosa. 

Apesar do cenário otimista, os técnicos da entidade apontam que os produtores rurais enfrentarão muitos desafios durante o ciclo. De acordo com o coordenador técnico da Aprosoja-MS, Gabriel Balta, as últimas duas safras foram desafiadoras para os produtores rurais em função das condições climáticas (precipitação e temperatura), que impactaram significativamente o potencial produtivo.

“O cultivo de soja e milho no estado de Mato Grosso do Sul está se tornando cada vez mais desafiador, e o cenário atual não é para amadores”.

O coordenador ainda explica que a média estimada pela Aprosoja-MS leva em conta a média dos últimos cinco anos, tanto em relação às altas quanto às baixas dos últimos ciclos, e que, estatisticamente, há a possibilidade de alcançar novamente uma supersafra. 

“Se a gente tiver um clima que contribua a partir de novembro, a gente acredita que dá para alcançar, sim, e até passar esses patamares [13,9 milhões de toneladas]. Porque a gente tem de acompanhar o dia a dia, o produtor tem de escalonar a sua safra, e assim é melhor a mitigação de erro dentro da plantação”, explica Balta.

CLIMA

Nas duas últimas safras, o plantio começou mais tarde por causa dos fatores climáticos. Cerca de 70% do plantio está concentrado entre 18 de outubro e 8 de novembro, segundo a média histórica.

Entre setembro e novembro, poderá haver aumento da temperatura do ar, portanto, o trimestre inicial da safra poderá ser mais quente que o normal em MS, com grandes chances de que o cenário se estenda para toda a safra.

A presença do fenômeno La Niña torna o volume de chuva incerto na Região Centro-Oeste do Brasil.

Atualmente, Mato Grosso do Sul está sob influência de um La Niña de intensidade fraca a moderada, em que o clima pode ser afetado por outros fenômenos, como frentes atmosféricas e ciclones tropicais.

O agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Flumignan, enfatiza que o clima não tem sido algo fácil de se prever. “A exemplo de 2024, um ano de El Niño, normal de ocorrer calor e chuvas. Ficamos só com o calor desta vez, bem acima do normal por sinal. Por outro lado, fomos castigados com seca, principalmente na safrinha”.

Flumignan reforça que o fenômeno La Niña costuma não preocupar durante a safra de verão. “Se em dezembro e janeiro chover bem distribuído, será sucesso, uma vez que a soja tolera bem os desaforos da fase inicial e consegue compensar isso se chover bem na fase reprodutiva, principalmente no início”, conclui.

Mesmo com desafios climáticos, MS projeta nova supersafra de soja

PREÇOS

A safra de soja 2024/2025 promete ser uma safra positiva, se comparada à safra de 2023/2024. A demanda internacional deve permanecer em expansão e dependendo da oferta de grãos disponibilizada ao mercado internacional pelos principais países produtores, podendo impactar positivamente o preço da saca de soja. 

“Nas últimas safras, o preço médio ponderado da saca de soja apresentou uma tendência negativa, passando de R$ 168,34, em 2021/2022, para R$ 138,82, na safra 2022/2023, e R$117,14, na safra 2023/2024. A tendência agora é de que, na safra 2024/2025, os preços fiquem entre R$ 120 e R$ 130, caso as condições atuais do mercado internacional se mantenham, iniciando uma tendência de valorização do preço”, explica o analista de Economia da Aprosoja-MS, Mateus Fernandes.

Em relação ao custo de produção, houve uma redução de 3%, conforme a estimativa da associação. O custo total para o ciclo 2024/2025 foi estimado em R$ 5.987,24, o equivalente a 49,89 sacas por hectare, abaixo do valor estimado na safra anterior, de R$ 6.170,61. 

 

Economia

Fazenda ajusta previsões: aumento do PIB e elevação da inflação em 2024

Estimativa para avanço da economia sobe de 2,5% para 3,2%, enquanto para IPCA salta para 4,25%, ante 3,9%

13/09/2024 22h00

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A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda elevou de 2,5% para 3,2% a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2024 e também revisou para cima a projeção de inflação para este ano –salto de 3,9% para 4,25%.

Para 2025, a projeção de avanço da economia caiu de 2,6% para 2,5%, e a previsão de inflação foi revisada de 3,3% para 3,4%. As estimativas constam no boletim macrofiscal divulgado nesta sexta-feira (13).

Com a alta para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), a projeção se aproxima do teto do objetivo perseguido pelo Banco Central (4,5%). O centro da meta é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

De acordo com o relatório da SPE, a estimativa mais elevada para inflação leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado, o cenário de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica no fim do ano e o reajuste no piso mínimo para os preços de cigarro.

Na apresentação dos dados, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou o impacto negativo das mudanças climáticas sobre os preços de alimentos.

"Esses extremos climáticos têm afetado todos os países, o Brasil em particular, com a recente seca, além da enchente do Rio Grande do Sul, e isso tem impactos econômicos, impactos sobre preços, em particular, de alguns alimentos que têm sofrido com esses eventos", disse.

"Até por isso a trajetória de queda da inflação no Brasil prossegue com um ritmo menos forte do que poderia, caso não tivesse esse tipo de pressão", acrescentou.
Segundo o texto, a expectativa da Fazenda é que a inflação volte a cair no acumulado em 12 meses após outubro, e o cenário contempla retorno para bandeira amarela nas tarifas de energia apenas em dezembro.

"A desaceleração nos preços era esperada a partir de agosto, porém a mudança para bandeira vermelha 1 nas tarifas de energia em setembro, em função do alto percentual de acionamento do parque elétrico nacional, modificou a trajetória prevista para a inflação até o final do ano", diz o relatório.

A Fazenda espera que o regime hídrico brasileiro se normalize nos próximos meses. "Nossa expectativa é que as chuvas voltem a partir de outubro, novembro. Caso isso aconteça, o impacto é bastante minorado. Se essa seca persistir por muitos meses mais, teremos que reavaliar o nosso cenário", afirmou Mello.

Os números estimados pelo Ministério da Fazenda são importantes porque vão nortear o próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento.
Variáveis como inflação e crescimento da economia interferem diretamente na arrecadação de tributos da União. Quanto maior é o avanço do PIB, maior também é o faturamento das empresas e, consequentemente, mais impostos e contribuições são recolhidos.

Na última quarta (11), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) antecipou que a estimativa da equipe econômica para o crescimento do PIB deveria ficar acima de 3% diante da força mostrada pela economia brasileira nos últimos indicadores.

A projeção mais otimista veio depois dos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrarem que a atividade econômica cresceu 1,4% no segundo trimestre deste ano no Brasil, na comparação com os três meses iniciais de 2024.

As projeções para o PIB deste ano estão em patamar superior aos números registrados em 2023 (2,9%) e 2022 (3%). O resultado de abril a junho ocorreu em um contexto de mercado de trabalho aquecido e transferências governamentais.

De acordo com Mello, há um crescimento disseminado da atividade econômica neste ano. "Não é só o impulso fiscal que tem movimentado a economia, o mercado de crédito, por exemplo, cresce a um ritmo bastante forte, mesmo com taxas de juros ainda bastante restritivas, e o volume de investimentos também tem crescido", afirmou.

A expectativa da Fazenda é que o PIB da indústria cresça 3,5%, e o PIB de serviços, 3,3%. No último boletim, divulgado em julho, essas estimativas eram de 2,6% e 2,8%, respectivamente. Para a atividade agropecuária, a queda esperada é de 1,9%, ante queda de 2,5% no relatório anterior.

Segundo o relatório, a equipe econômica espera desaceleração moderada no ritmo de atividade, para 0,6% na margem, para o terceiro trimestre de 2024. "O menor ritmo de crescimento na comparação trimestral está relacionado, principalmente, à forte expansão da atividade no segundo trimestre", diz o texto.

Para 2025, Mello diz que há motivos para apostar em um crescimento "ainda robusto". "Tende a ter um impulso fiscal menor, mas, ao mesmo tempo, tem outros motores que me parecem que serão capazes de dinamizar o crescimento no ano que vem."

 

*Informações da Folhapress 

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