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Com prazo no fim, 116,8 mil não declararam imposto de renda

Contribuintes têm até o dia 30 de junho para transmitir as informações para a Receita Federal

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O prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2020 termina  na próxima terça-feira (30). Em Mato Grosso do Sul, 116.835 contribuintes ainda não entregaram a documentação à Receita Federal. Especialistas apontam que é melhor não deixar para o último dia.

Os contribuintes começaram a enviar a declaração a partir de 2 de março e, até esta quinta-feira (25), a Receita recebeu 328.165 declarações em Mato Grosso do Sul.  A estimativa é que 445 mil contribuintes declarem o imposto no Estado.No Brasil foram recebidas 23.626.678, a estimativa é que o número final chegue a 32 mnilhões.  

De acordo com o delegado da Receita Federal em Mato Grosso do Sul, Edson Ishikawa, este é o momento para fazer as retificações. “Estamos em cima do prazo final, já houve a prorrogação do prazo para que as pessoas pudessem buscar seus documentos, as fontes pagadoras também tiveram prazo a mais para enviar os comprovantes. É um momento de fazer a revisão, caso já tenha transmitido, pode fazer uma retificadora. A última versão será considerada a original”, explicou.  

DICAS

O contador Emanoel Lima,  ressalta a importância de não deixar para o último dia. “Quando vovê faz as coisas de última hora, é possível que alguma informação pode ser enviada de forma incorreta, justamente pela falta de tempo com as análises necessárias antes do envio da declaração. Nesse momento, recomendo que o contribuinte procure um profissional, pois o mesmo irá analisar a declaração e informar todos os documentos necessários”, disse.  

Outra dica, segundo o contador, é verificar as informações a partir da declaração do ano anterior. “A partir daí verifica-se as modificações que ocorreram ao longo do ano”, indicou Lima que ainda reforçou que é preferível que o contribuinte envie mesmo incompleta. “Caso não consiga todos os documentos, deve-se enviar com os possíveis, para posteriormente fazer a retificação”, reiterou.

O delegado da receita ainda reforça que após envio da declaração, o contribuinte tem o prazo de cinco anos para retificar as informações. Caso haja problemas na entrega do documento, o contribuinte recebe uma nitificação do Leão.“O principal cuidado para não cair na malha-fina é não omitir os rendimentos. Todos os rendimentos devem ser declarados para que não tenha problemas. E verificar se os recibos estão de acordo com o declarado”, considerou Edson Ishikawa.

QUEM DECLARA

Precisam declarar o imposto de renda aqueles contribuintes que receberam rendimentos tributáveis cuja soma anual foi superior a R$ 28.559,70. Os rendimentos podem ser salários, aluguéis, serviços prestados, etc. Também é obrigatório para quem recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma em 2019 foi superior a R$ 40 mil (poupança, aplicação financeira, por exemplo).  

Também declara, aquele que obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; optou pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja destinado à aplicação na aquisição de imóveis residenciais localizados no País, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da celebração do contrato de venda; teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2019, de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil.

E ainda a pessoa que passou à condição de residente no Brasil até o dia 31 de dezembro de 2019 também é obrigada a declarar o IRPF.

OPÇÕES  

Para fazer a declaração do imposto de renda existem dois modelos: o completo e a versão simplificada. Na hora de preencher a declaração, o próprio sistema indica a melhor opção. No modelo completo, o contribuinte faz uso de deduções da base de cálculo de seus rendimentos, tais como despesas com saúde, educação, previdência, etc. Já no modelo simplificado, em substituição a todas as deduções legais, a pessoa física pode optar pelo desconto simplificado, correspondente à 20% do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual.

Segundo o contador especialista em tributos David Pardini, a opção simplificada é sempre mais indicada para aqueles contribuintes que não possuem deduções permitidas pela lei (escola, dependente, despesa médica). “Neste caso, existe uma estimativa fixa de 20% de despesa dedutível. Para todos os outros contribuintes com despesas dedutíveis, o indicado é a declaração completa, mas a Receita sempre deixa claro no programa de forma visível a melhor opção”, explicou.

COMO FAZER  

Para declarar, é necessário baixar o aplicativo no computador ou smartphone. O sistema é simples, e as informações geralmente são preenchidas com os mesmos campos declarados no informe de rendimento, assim, qualquer pessoa pode efetuar sua declaração sozinho. Em casos mais complexos, em que o contribuinte possui aplicações financeiras (renda variável), recebimento mensal de aluguel, Previdência Privada, etc, é indicado procurar um profissional.

Em Campo Grande foram enviadas 136.419 declarações. Já em Dourados 31.026 contribuintes prestaram contas ao Leão. Três Lagoas registrou 18.826 declarações enviadas. E em Corumbá 11.261 pessoas já transmitiram a documentação à receita.

SEGMENTO

Queda de 42% em empregos formais expõe apagão de mão obra na construção

Cenário de escassez de trabalhadores pode refletir em aumento no custo de obras, afirmam representantes do setor

20/04/2024 09h00

Grandes obras do Estado demandam profissionais qualificados Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O saldo de carteiras assinadas nos primeiros dois meses do ano em Mato Grosso do Sul divulgados pelo pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) evidencia o agravamento da carência de mão de obra na construção civil. 

Até fevereiro deste ano o setor acumulou 1,9 mil empregos formais, enquanto no ano passado o saldo foi praticamente o dobro, com 3,3 mil (-42,59%) contratados.

Ainda de acordo com os últimos dados do Caged, no 1º bimestre de 2024 foram criados 10.709 vagas de trabalho no Estado, onde 1.903 correspondem a setor da construção, ou seja, o correspondeu à apenas 17,77%. Na mesma proporção, no ano anterior, ao total 11.296 pessoas foram formalmente admitidas, com uma participação de 29,34% da construção civil do Estado, queda de 11,57 pontos porcentuais entre um ano e outro.

Em janeiro foram 1.214 novas carteiras registradas no segmento da construção. Enquanto no mês seguinte, o segmento contratou 689 novos trabalhadores formais, redução de 43,25%. O resultado foi obtido a partir de 7.047 admitidos contra 5.144 contratos de trabalho encerrados em dois meses, gerando estoque de 35.517.
Já no cenário geral do mercado de trabalho foram contabilizados 39.054 pessoas contratadas e outras 33.056 desligadas. O estoque atual de trabalhadores com carteira registrada chega a 668.674 pessoas em Mato Grosso do Sul no acumulado do ano.

Segundo economistas consultados pelo Correio do Estado, mesmo diante da forte redução nas contratações, o setor tem alta demanda por trabalhadores devido à presença de grandes empreendimentos que estão se instalando no Estado.

A cidade de Ribas do Rio Pardo é um exemplo que se destaca, com saldo de 366 vagas na construção no mês de janeiro, como consequência da fase de edificação de fábricas. “Esse é efeito da vinda das grandes empresas como a Suzano e também grandes redes da construção civil”, avalia o doutor em Economia Michel Constantino.

O mestre em Economia Lucas Mikael também destaca outra grande obra que impacta amplamente o segmento. “Os investimentos na Rota Bioceânica e nas indústrias de celulose impulsionam a economia local, tornando o Estado uma opção atrativa tanto para investimentos industriais quanto para residência de trabalhadores futuros”, exemplifica.

 

Saldo de empregos na construção civil Saldo de empregos na construção civil 

SETOR

Diante do cenário, o risco de um apagão por falta de mão de obra se torna cada vez mais evidente. Conforme os representantes do setor, a falta de mão de obra começou em 2018, mas ganhou força durante pandemia, quando muitos profissionais decidiram se aposentar ou trocar o serviço pesado da construção por trabalhos informais, como o de motorista por aplicativo.

Os empresários do setor demonstram-se preocupados com o cenário atual. “A falta de pessoas para atender a demanda por mão de obra no setor da construção, atinge não somente as funções que exigem maior qualificação, mas também nas de menor exigência em qualificação, como as funções mais básicas de entrada no setor como servente e ajudante”, detalha o presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Kleber Luis Recalde.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Campo Grande (Sintracom), José Abelha Neto, atribui a carência de profissionais ao momento de crescimento que o Estado vivencia. 

“Hoje o problema de mão de obra está acontecendo devido a esse “boom” de novas construções, tanto na Capital quanto no interior”, afirma.

Abelha aponta ainda que diversas construtoras trabalham para realizar o lançamento de imóveis. “Incorporadoras estão contratando e encontram dificuldades de encontrar trabalhadores qualificados, pois a procura é muito grande”, explica. 

O presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul), Diego Canzi Dalastra, afirma que a falta de qualificação no segmento é um problema recorrente que vem se agravando nos últimos anos. 

“Trabalhadores de serviços específicos da construção civil como por exemplo, azulejista, eletricista, pintor, calheiro, marmoreiro, essas profissões que exigem um treinamento mais técnico sempre estão em falta”, lista.

Para Dalastra o principal impacto é o aumento do custo da mão de obra. “Lei da oferta e demanda e principalmente o tempo que acaba atrasando os cronogramas por falta de mão de obra”, conclu.

INTERIOR

Para o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS) a ausência de mão de obra também se agrava na Capital pelas obras no interior, e ainda construções de alto padrão em cidades do agronegócio. “A mão de obra de Campo Grande costuma ser mais qualificada e como estas cidades [do interior] estão a todo vapor acabam levando temporariamente a mão de obra da Capital”, salienta.

O presidente do Sinduscon acrescenta que as grandes plantas industriais implantadas no Estado contratam um número impressionante de operários durante a fase de construção. “De modo inexorável desequilibra ainda mais a relação entre a oferta e a demanda de mão de obra no setor”, reforça.

Para Neto, a expansão da construção ocorre em massa por todo Estado, porém, cidades do interior como Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia e Paraíso das águas se destacam. “Hoje a gente sabe que a fábrica da Suzanno emprega 12 mil trabalhadores. Muitos desses vêm de outros estados para completar o quadro aqui, justamente pela ausência de mão de obra”, relata.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destaca que o mercado da construção civil em Mato Grosso do Sul está extremamente ativo não só por causa das indústrias, mas o mercado residencial também com a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida.

“O problema não é oferta e sim o profissional estar disposto, pois o que acontece é que a pessoa que é servente não quer continuar nessa posição, ele quer melhorar. E outro grande problema é que não estamos conseguindo inserir o jovem nessa profissão”, analisa.

Verruk ainda afirma que o Estado continuará criando novas vagas para a área e por consequência gerará o encarecimento da mão de obra, exigindo uma melhor realização, devido à inexistência dessa mão de obra.
No âmbito da qualificação o secretário destaca que governo seguirá com as ações. “A gente vai continuar oferecendo esses cursos no ramo da construção, que é eletricista, azulejista entre outros”, finaliza.

 

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IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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