Economia

MERCADO IMOBILIÁRIO

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Com queda nos juros, investir em imóveis fica mais atrativo

No oitavo corte consecutivo, Selic foi reduzida para 2,25% ao ano, menor patamar da série histórica

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou na semana passada a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto porcentual, de 3% para 2,25% ao ano. Foi a oitava redução seguida, quarta anunciada em 2020 e o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996. Mas você sabe o que muda? Ou onde investir com a queda da taxa?  Os especialistas de mercado analisam que o  momento pode ser atrativo para a compra de bens duráveis, como imóveis.

Segundo o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Marcos Augusto Netto, toda vez em que há redução dos juros básicos os bancos acompanham. E o número de pessoas que podem investir na casa própria também aumenta. “A queda dos juros amplia a faixa de acesso aos financiamentos. Por exemplo, se 20 mil pessoas têm condições de comprar um certo perfil de imóvel, com a queda [dos juros], o número de pessoas que acessa esse perfil é ampliado para 30 mil. Então, com a mesma renda, teremos mais pessoas com a possibilidade de comprar o imóvel”.  

Para o economista Márcio Coutinho, é preciso analisar as intenções ao decidir aplicar em bens duráveis. “Pode ser viável, desde que proporcione uma rentabilidade maior que a Selic. É uma decisão muito particular e vai depender do custo de oportunidade que o investidor terá. Se investidor desejar obter uma rentabilidade  superior a 2,25% ao ano, ele terá de assumir mais riscos, diversificando seus investimentos.  Seja por meio da constituição de alguma atividade  produtiva, aquisição de bens duráveis ou se posicionar em renda variável no mercado financeiro”, disse.    

Augusto Netto ressalta que é o tipo de investimento que nunca se desvaloriza. “A prioridade do brasileiro é a casa própria, e isso não muda. O efeito é muito positivo para o setor, para quem pode comprar e não está em dificuldade, é um ótimo momento para investir em imóveis. O imóvel é um investimento que não desvaloriza, aquele investidor mais conservador acostumado a aplicar em títulos, poupança, com certeza tudo conspira para investir em imóveis”, explicou.  

ESTÍMULO

O Banco Central informou que a redução dos juros, decidida nas reuniões, é compatível com os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e que, para as próximas reuniões, poderá haver um “ajuste residual” no estímulo monetário.  

A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, explica que, quando a Selic é reduzida, a intenção é movimentar a economia de uma forma geral.

“É uma taxa de referência para as demais taxas de juros. Inclusive de financiamentos, de empréstimo, e influencia significativamente nas demais. A Selic acaba ocupando dois tipos de funções: a de impulsionar a economia/consumo e de desacelerar esse consumo, tudo depende do cenário. Quando se quer impulsionar o consumo, a taxa Selic tende a cair porque, quando ela cai, as demais taxas também reduzem. Então consegue influenciar mais nessa parte de empréstimos, financiamentos de casas e carros, o que acaba fazendo com que as pessoas possam consumir um pouco mais”, explicou Daniela, que reforçou que quando a taxa aumenta o efeito é contrário.  

“Quando se quer tirar dinheiro da economia, a taxa aumenta, de forma que se torna mais inviável pegar crédito, mas, por outro lado, se torna mais atrativo investir em ações, títulos públicos, no Tesouro Nacional e na poupança”, contextualizou.  

O economista Márcio Coutinho reitera que o principal objetivo é movimentar a economia. “Penso que uma taxa de juros baixa seja boa para todos. A principal intenção é o aquecimento da economia”, destacou.

A redução nos juros ajuda a ampliar o acesso ao crédito tanto para consumidores quanto para empresários. “As demais taxas de juros levam em consideração outros fatores além da Selic, como garantias, o quão arriscado é emprestar, o histórico se é um bom pagador, enfim, uma série de outras variáveis. Então por isso, anteriormente a Selic estava reduzindo, mas as pessoas não estavam sentindo o reflexo, por ter estas outras variáveis interferindo nesse cenário. Mas neste momento, diante da pandemia, a ideia realmente é de facilitação, para ajudar as pessoas de um modo geral, dada a crise econômica pela qual a gente está passando”, disse Daniela.  

INVESTIMENTOS

Para quem pretende investir, o economista Márcio Coutinho explica que é necessário definir as expectativas sobre a aplicação e qual o perfil. “Ao decidir fazer um investimento, seja ele no mercado financeiro ou no mercado produtivo, é importante ter bem definida a rentabilidade desejada, o horizonte de tempo, a possibilidade de não dar certo como esperado [risco do investimento] e a capacidade do mesmo se transformar  em dinheiro [liquidez]”, detalhou.

Para o planejador financeiro e sócio na Expertise Investimentos, Trajano Ellera Gomes, é importante ter em mente que cada classe de investimento deve ser segregada de acordo com os objetivos e necessidades do investidor. “Objetivos de curto prazo e reserva de emergência devem ser investidos de forma mais conservadora, diferentemente de objetivos de médio e longo prazo que podem agregar produtos de maior oscilação e potencial de retorno. Pessoas que só têm investimentos conservadores, como poupança e CDB, poderiam investir uma parcela de recursos na bolsa, por exemplo, considerando esse momento de oportunidade, mas sem se esquecer do horizonte de longo prazo por conta das oscilações de mercado”, informou.

No caso de bens duráveis, Gomes diz que é preciso avaliar a rentabilidade. Já para aluguéis, deve-se calcular o valor mensal ou anual do aluguel em relação ao valor patrimonial do imóvel para obter sua rentabilidade. “O importante no caso desses bens duráveis é comprar com o maior desconto ou desvalorização possível, essa é a única certeza de que se pode ter visando rentabilizar esse recurso no longo prazo”, reforçou.

A expectativa do mercado é de que haja apenas mais um corte residual na Selic até o fim do ano. Segundo analistas, espera-se que o corte residual aconteça ainda na reunião de agosto, com a taxa de juros chegando a 2%.

IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

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