Economia

RETOMADA

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Com R$ 1,4 bilhão em benefícios, MS pode sair primeiro da crise

Dinheiro de auxílios e FGTS e queda na arrecadação menor que a projetada amenizarão os impactos da pandemia

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A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus fez muitos setores registrarem queda no faturamento. Com o retorno gradual das atividades alguns segmentos começam a registrar sinais positivos, como o comércio, que já registra menos demissões, e a agropecuária, que cresceu mesmo durante a pandemia. O governo federal já disponibilizou R$ 1,4 bilhão em ajuda à população, além do montante destinado à administração estadual, que vai chegar a R$ 702 milhões até o fim do ano. As medidas podem acelerar a saída de Mato Grosso do Sul da crise antes dos outros estados.  

De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, o Estado tem vocação e possibilidade de sair na frente na recuperação econômica. Com sinais de recuperação nos setores de Comércio e Agropecuária, foi registrado saldo positivo e a possibilidade de a crise ser superada. “Considerando a própria vocação do Estado, o comportamento é um pouco diferenciado, como foi em crises anteriores. Com a vocação voltada ao agronegócio, a questão do comércio, da recuperação em crises anteriores, com a reinvenção do empresário – que tende a ser um pouco mais rápida na comparação com outras unidades federativas, é possível que Mato Grosso do Sul saia na frente. Não dá para garantir com certeza, mas a vocação ajuda. Nós temos chances”, considerou Daniela.  

BENEFÍCIOS

A Caixa Econômica Federal disponibilizou R$ 940 milhões para beneficiários do auxílio emergencial de R$ 600 no Estado. A projeção é a de que outros R$ 500 milhões sejam injetados na economia com o saque emergencial do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de até R$ 1.0450 por trabalhador. São R$ 1,4 bilhão em recursos disponíveis para a população.

A economista ressalta que os valores disponibilizados tendem a movimentar a economia. “Todo recurso é importante para dinamizar a economia. Neste momento, podemos dizer que estamos com resultados menos piores do que os que tínhamos em abril. Mas isso não significa que a gente já tenha superado a crise, estamos no meio dela. Algumas intenções de consumo já melhoraram. O consumidor precisa ser consciente ao utilizar recursos desta natureza”, contextualizou a economista.

O dinheiro da ajuda destinada à população chega a segmentos específicos. Dias destaca que valores dessa natureza têm servido para ajudar principalmente em quesitos voltados à sobrevivência, como produtos e serviços essenciais.  

“São montantes que vão movimentar segmentos específicos, tais como os de alimentação, bebidas, contas emergenciais, contas que já estão atrasadas há mais de três meses e são consideradas inadimplência e os aluguéis. Outra questão bastante importante é que estes recursos tendem a amenizar os impactos do desemprego, que também perderam força neste período. O consumidor precisa ajudar de uma forma geral, utilizando o recurso de forma consciente”, ressaltou.  

ARRECADAÇÃO

Outro dado que sinaliza que o efeito da pandemia não atingiu tão drasticamente a economia do Estado são os demonstrativos econômicos da arrecadação estadual. Enquanto as projeções apontavam para quedas astronômicas na arrecadação dos estados e dos municípios brasileiros, em Mato Grosso do Sul a retração foi de R$ 265 milhões em abril.  

Conforme os dados do demonstrativo da Receita Corrente Líquida (RCL), em março, o governo arrecadou o total de R$ 1,185 bilhão, e, em abril, a receita recuou para R$ 920,496 milhões. Mesmo assim, o valor é maior do que os dos meses de agosto e setembro de 2019, quando a crise do coronavírus ainda não existia.  

O principal tributo que compõe a receita estadual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), somou R$ 762,273 milhões em abril, queda em relação a março, quando foram recolhidos R$ 892,5 milhões. O total angariado foi maior do que em outubro de 2019, quando o recolhimento do imposto gerou R$ 758,112 milhões aos cofres estaduais.  

SETORES

No agronegócio, o resultado de janeiro a maio na balança comercial de Mato Grosso do Sul foi 18,13% superior ao mesmo período do ano passado. Dados do Ministério da Economia apontam que, de janeiro a maio, o Estado registrou superavit de US$ 1,485 bilhão na balança comercial, contra US$ 1,257 bilhão no mesmo período de 2019. O resultado é a diferença entre as exportações, que alcançaram US$ 2,341 bilhões, e as importações, com US$ 856 milhões.  

Outro setor que já registra os primeiros sinais de reação é o comércio varejista. Conforme levantamento do IPF-MS e Sebrae, o varejo atravessou a pior fase da crise causada pela pandemia de Covid-19 em abril e maio. Em junho, comerciantes já sentiram uma ampliação nas vendas, e houve redução no número de demissões.  

Em abril, 38% das empresas precisaram demitir; em junho, 28% tomaram esta medida. Conforme a pesquisa, a intenção de consumo também já começa a demonstrar sinais de recuperação.

Além dos recursos disponibilizados para a população, o Estado também recebe ajuda federal. MS receberá R$ 702 milhões no total. A primeira parcela, já liberada no início do mês, foi de R$ 175,5 milhões, para amortizar as perdas. Já as 79 prefeituras recebem R$ 461 milhões. Na primeira parcela, foram repassados R$ 115,3 milhões aos municípios. Somados, os recursos chegam a R$ 1,16 bilhão, divididos em quatro parcelas.

IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

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