ADRIANA MOLINA
O comércio de Campo Grande já está antecipando os estoques para o Natal, que neste ano, por conta do melhor cenário econômico, recebem incremento médio de 15%. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), as encomendas começaram a ser feitas em julho pelos comerciantes, que hoje somam cerca de 25 mil empresas na Capital.
“Temos uma realidade mais favorável que no ano passado. Estamos com a economia estabilizada, maior confiança do consumidor no emprego, o que deve fazer deste um Natal de recordes de vendas. Por isso, os estoques estão maiores e sendo formados bem cedo”, diz o presidente da entidade, Ricardo Kuninari. As lojas dos setores vestuário e calçadista, segundo ele, devem ser as mais beneficiadas pelo cenário, já que representam cerca de 35% das vendas no período.
O coordenador da rede de lojas de roupas femininas Farfalla, Rodrigo Cecci, está otimista, estima vendas até 50% maiores neste final de ano. “Dois mil e dez está sendo muito bom. Tivemos um Dia das Mães de comercializações iguais às do Natal passado. Por conta disso, acredito que neste Natal deveremos ter esse incremento maior, já que a data é a melhor do ano para nós, comerciantes”, conta.
Outra empresa, a Le Postiche, programou compras 30% maiores, que começaram a ser feitas em julho, para receber bolsas e malas destinadas as vendas de final de ano em setembro. De acordo com a gerente, Nueli Aparecida Souza, o objetivo é de, até novembro, estar com todo estoque de Natal nas lojas. “Produtos nacionais chegam em torno de 40 dias, já os importados, como as linhas para viagem, geralmente demoram de 30 a 90 dias. Por isso nos programamos com antecedência, para não faltar nada”, conta.
Por falar em produtos importados, o representante comercial que trabalha com importação de malas de viagem, Francisco Ávila, também já fez suas encomendas por conta dos prazos de entrega, e com 10% de acréscimo. “É uma época de férias e muitas viagens. Estou apostando neste Natal, é uma data muito lucrativa, enquanto vendo R$ 2 milhões nos nove primeiros meses do ano, vendo o mesmo apenas nos três últimos, por conta do Natal”, explica.
Nacionalmente a estimativa, segundo a consultoria MB Associados, é de vendas cerca de 5% maiores que em 2009, totalizando R$ 98 bilhões. Indústrias que usam insumos importados e redes varejistas que também se abastecem no exterior ampliaram em até 60% as encomendas de item do tipo, em relação ao ano passado.