Comitiva formada por representantes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, da Federação das Indústrias do Estado (Fiems) e empresários locais vai ao Paraguai no início da próxima semana, com o objetivo de discutir a liberação das barreiras alfandegárias, viabilizando a entrada de carretas bitrens brasileiras por Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã.
O assunto foi tratado em reunião de uma delegação de empresários do Paraguai com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa, e o presidente da Fiems, Sérgio Longen, na última sexta-feira (28). No encontro, os empresários paraguaios solicitaram apoio para a articulação de mudanças na legislação do país vizinho.
Segundo o presidente da Fiems, as alterações permitirão que indústrias do Estado voltem a movimentar carretas bitrens para o Paraguai, o que vai aumentar a competitividade dos produtos locais no país vizinho e também no Mercosul.
“Hoje, é permitida a entrada somente carretas de até três eixos, o que reduz expressivamente o volume de exportações do Estado para o Mercosul. Quando a nossa carreta não entra, levamos menos produtos via Paraguai, o que torna os custos mais elevados para o empresário e impacta também nas exportações do agronegócio”, exemplificou.
A rodovia, que passa pelo município de Ponta Porã e segue até o Porto de Concepción, no Paraguai, a 220 quilômetros de Pedro Juan Caballero, é, atualmente, uma das principais rotas de exportações de grãos e produtos brasileiros para o Paraguai e outros países da América Latina.
“Vivemos em um mercado global, onde a competição alta e nosso grande concorrente hoje é a China. Se quisermos mudar essa realidade, precisamos urgente de mudanças nessa legislação, para nos permitir rodar no país vizinho e usar o Porto de Concepción”, completou o presidente da Fiems.
Movimentação
Em contrapartida, o Paraguai poderia entrar no Brasil, também por Mato Grosso do Sul, com calcário – bastante utilizado pelo segmento sucroenergético e de celulose para correção do solo de plantio de cana de açúcar e eucalipto – e cimento.
O ex-ministro de Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, que atualmente é porta-voz do CRC Group, holding paraguaia de logística e infraestrutura, afirmou que uma indústria de processamento e fabricação de calcário está em fase de implantação no país e, dentro de três anos, deve produzir 2 milhões de toneladas por ano.
“Nosso principal gargalo é como escoar essa produção. Agilizar o desembaraço alfandegário de produtos locais para o Brasil seria muito importante para nós em uma relação bilateral na qual todos sairiam ganhando”, ressaltou Gustavo Leite.
Segundo o presidente da Assembleia Legislativa, a Casa de Leis e a Fiems irão integrar uma comitiva que, nos dias 8 e 9 de julho, estará no Paraguai, junto com empresários locais, para tentar avançar nessa pauta. “Temos que agilizar esta questão. Esta reunião foi uma solicitação que pode resultar em uma negociação muito positiva para o Brasil e Mato Grosso do Sul”, concluiu Corrêa. (Com informações assessoria Fiems)