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Como investir com juros ainda mais baixos? Veja as recomendações

Economistas indicam bens duráveis, como imóveis e automóveis

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Economia Suzan Benites

Com a Selic caindo a 4,25%, é preciso analisar bem todas as aplicações financeiras disponíveis

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu os juros básicos da economia (Selic) de 4,50% para 4,25% ano. A redução dos juros gera dúvidas sobre o que fazer. Especialistas explicam que o momento é de menor rentabilidade para muitas aplicações financeiras e, por outro lado, com taxas menores, é possível investir em imóveis, automóveis e outros bens duráveis. 

A queda da Selic foi anunciada na quarta-feira (5). A taxa é o indexador dos principais produtos de renda fixa, como são chamadas as aplicações conservadoras, destino de R$ 8,5 em cada R$ 10 poupados no Brasil. Para a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS), Daniela Dias, a partir dela que se baseiam as taxas da habitação, crédito consignado, de financiamentos de casas e carros. “Temos os dois lados da moeda: se por um lado o investimento em um novo negócio pode ser facilitado diante dessa queda, por outro lado os investimentos em ações, poupança, tesouro e títulos, eles ficam mais prejudicados com uma rentabilidade menor. Qual é a ideia? É uma política monetária expansionista; eu quero colocar dinheiro na economia, estimular investimentos em imóveis, propriedades, carros, casas, etc. Aí tira um pouco dessa questão da poupança, investimentos no sentido retorno financeiro, aquele dinheiro que fica parado ganhando rentabilidade em ações, títulos públicos, privados, e até mesmo na poupança”, explicou a economista.

O economista Márcio Coutinho diz que a redução da Selic é favorável a quem precisa de empréstimos para fazer investimentos na área produtiva. “O governo está dizendo para o empreendedor: toma dinheiro emprestado que a taxa de juros é baixa e isso é um incentivo. O empreendedor vai fazer essa análise, se o retorno do que ele tem vale a pena ou não”.

O planejador financeiro e sócio na Expertise Investimentos (escritório credenciado da XP Investimentos) Trajano Ellera Gomes explica que a Selic é a principal taxa que o governo usa e que o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é a mesma referência do custo do dinheiro no mercado, ambos caminhando paralelamente. “Quando uma cai, a outra também cai. Hoje a Selic está em 4,25% ao ano e o CDI, em 4,15% ao ano. A partir de hoje, todos os investimentos, que são em sua maioria de renda fixa, ele começa a remunerar menos esse investidor. Por exemplo, um Certificado de Depósito Bancário [CDB] que a instituição oferece a esse cliente, o CDB que é vendido atrelado à Selic com a referência na taxa, a partir de hoje, está remunerando menos o investidor. Se a gente colocar esse CDI de 4,15% e considerar que a inflação acumulada de 12 meses está em 4,35%, o investidor já está perdendo o poder de compra, ele está comprando menos que no ano passado”.

O problema, de acordo com o planejador, é que o governo dita essas quedas da taxa esperando que isso reflita nas operações de crédito e tornam a operação lucrativa apenas para as instituições bancárias. “O governo espera que as pessoas peguem mais dinheiro emprestado e invistam mais nas suas empresas, gastem mais, comprem mais carros; é a forma que o governo tem de estimular a economia. Infelizmente, isso não acontece tão rápido no Brasil. Então os bancos acabam aumentando o lucro deles, porque eles remuneram menos o investidor, que é quem empresta o dinheiro para o banco, e ele não repassa isso para o cliente, que é quem está pegando o dinheiro emprestado com o banco. Se a gente pegar os resultados dos bancos que são negociados em bolsas, essas instituições estão vindo com recorde de lucro, porque ao longo de 2019 e agora, de 2020, eles vão pagar menos para o investidor, e não estão repassando essa queda para quem toma crédito pré-fixado”, analisou.

INVESTIMENTOS

Ao compreender o cenário que os encargos apresentam, o investidor deve ficar atento quanto às opções de investimentos. O economista destaca que aqueles que possuem investimento financeiro ou se contentam com rendimento menor, ou se arriscam. “Mudar o perfil de quem está especulando no mercado financeiro. Aquilo de ganhar 10% ao ano acabou. Quem está aplicando em renda fixa vai ganhar no máximo 4,25% ao ano. Ou quem está aplicando se contenta com isso, ou vai tentar mudar para uma aplicação de risco”, disse Coutinho. 

Para o planejador financeiro, o interessante para os próximos 24 meses é pedir esses empréstimos atrelados ao CDI; fica mais barato do que essas taxas pré-fixadas e é uma forma de esse cliente aproveitar esse desconto que o governo está dando nos encargos. “O momento que a gente vive hoje é que o investidor precisa sair da zona de conforto. Se ele continuar aplicando somente na poupança, a gente está falando de 2,9% ao ano sobre uma inflação de praticamente 4,4% – é destruir valor. Sair da zona de conforto não é abandonar a renda fixa, mas buscar outros produtos que têm uma rentabilidade melhor. Sempre preciso fazer essa referência, buscar uma renda fixa que pelo menos me dê um ganho real acima da inflação. Hoje eu preciso de, no mínimo, uma aplicação que renda 110 a 115% do CDI para não perder para a inflação”, indicou Trajano Gomes. 

 

ACERTO

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que o Copom acertou ao reduzir os juros básicos da economia de 4,50% para 4,25% ano. De acordo com a CNI, há uma frustração com o fraco desempenho da indústria no fim de 2019 e mais o surto de coronavírus, que terá impactos negativos sobre a economia mundial. Diante do cenário, a redução dos juros é indispensável para estimular o consumo das famílias e o investimento das empresas.

 

DATA COMEMORATIVA

Dia das Mães tem mais adeptos, mas gasto menor previsto para 2024

Pouco criativo, grande parte do sul-mato-grossense deve presentear pela "escolha da mãe", com foco em roupas e perfumaria

15/04/2024 12h37

Há uma preferência de 77% do público considerando o desconto à vista como principal atrativo na hora da compra Marcelo Victor/ Correio do Estado

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Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS) e o Sebrae MS mostram que para o próximo 12 de maio, - quando é celebrado o Dia das Mães - o campo-grandense pretende gastar menos com as matriarcas neste ano, enquanto o número de adeptos às celebrações registra alta. 

Ou seja, ainda que os percentuais de quem deve comemorar e aqueles que vão às compras para o Dia das Mães tenham crescido neste ano (4,17 e 6,51%, respectivamente), a movimentação total tem previsão de queda estimada em 7%. 

Dos R$ 478,82 milhões previstos a serem movimentados no total, as comemorações representam maior parte desse volume (R$ 254,93 mi), enquanto os gastos com presentes devem movimentar quase 224 milhões de reais em 2024. 

Além da Capital, essa pesquisa da Fecomércio teve coleta nos municípios de Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá-Ladário e Três Lagoas, realizada na primeira semana de abril com 1994 pessoas, revelando algumas características do perfil de gastos do sul-mato-grossense para com as matriarcas. 

Economista do Instituto, Regina Dedé de Oliveira esclarece que, entre os motivos dessa retração, aparece principalmente a previsão dos gastos médios com presentes e comemorações menores, considerando o valor real.

Gastando em média R$ 211,79 com presentes e R$ 219,22 nas celebrações, há uma preferência de 77% considerando o desconto à vista como principal atrativo na hora da compra, que sinaliza uma tendência para o setor do comércio. 

“O comerciante precisa ficar atento à tendência de pagamento à vista, mediante descontos e também levar em conta em suas estratégias que o bom atendimento, condições de parcelamento e variedade são itens importantes para a decisão de compra”, explica Regina Dedé. 

Criatividade em falta? 

Apesar do aumento entre quem já demonstrou que deve valorizar sua matriarca nesse 12 de maio, alguns pontos indicam quase um "cumprimento de protocolo" por parte dos consumidores, com a maioria se resumindo a presentear pela "escolha da mãe" (39,97%), em uma loja física (87,26%) do centro (65,10%), tendo "roupas" como o principal alvo de compras (29%). 

Fechando o "Top 5" produtos na mira de compra para o Dia das Mães, aparecem os seguintes itens: 

  • Perfumes e cosméticos - 26%
  • Calçados - 18%
  • Bolsas e acessórios - 12%
  • Flores - 10% 

Com o comércio dos bairros figurando como o segundo mais visado por quem pretende comprar para o Dia das Mães (15,72%), sendo que a aquisição virtual de produtos inclusive de lojas físicas (6,76%) aparece logo após a presencial, a preferência por compras online aparece até mesmo na frente das escolhas pelos shoppings. 

Reprodução/IPF-Fecomércio

Parte dessa "falta de criatividade" ainda fica sinalizada no indicador de que pouco mais de um porcento dos entrevistados demonstrou apreço para além do dinheiro gasto e indicou que pretende fazer o presenta a ser dado nesse dia das Mães. 

Considerada como uma das principais datas que impulsionam o comércio, até mesmo o movimento dos supermercados deve sentir a vontade do sul-mato-grossense em celebrar as mães, já que 80,85% das comemorações são descritas como "um dia reunido em família, comprando ingredientes para uma refeição". 

Analista-técnico do Sebrae/MS, Paulo Maciel comenta a chance dos comerciantes em "prospectar novos clientes", justamente pelo apelo emocional que vem junto do Dia das Mães.

"É uma oportunidade das pessoas expressarem o seu o reconhecimento pelas suas mães... e isso foi refletido nos resultados da pesquisa de intenção de consumo. Então, essa data acaba sendo uma grande oportunidade para o empresário fortalecer os seus laços com seus clientes e adquirir novos clientes também", complementa o profissional em nota. 

Enquanto quase onze porcento não possui o hábito e 7,65% está sem dinheiro, há quem destaca que "acha uma data inventada pelo comércio" (5,91%), mas a maioria esmagadora entre quem não deve presentar nessa data (71,13%) já passou pelo falecimento da própria mãe. 

 

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TRÊS LAGOAS

Petrobras anuncia retomada das obras da UFN3 para o fim do ano

Na última sexta-feira, Eduardo Riedel pediu ajuda ao presidente Lula para a conclusão da obra

15/04/2024 12h00

A UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas Reprodução

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As etapas para conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas no fim deste ano, segundo a Petrobras. A estatal anunciou que o processo licitatório para o reinício das obras deve ser aberto em dezembro de 2024.

A expectativa é que a unidade comece a operar até o fim de 2023.

Na última sexta-feira (12), o governador Eduardo Riedel (PSDB) pediu ao presidente Lula que "olhasse com carinho" para a fábrica, que está com as obras paradas desde 2014. O pedido foi feito durante visita do presidente a Campo Grande.

Nesta segunda-feira (15), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse, em entrevista a CNN, que as obras serão retomadas. 

Na entrevista, ele rebateu um dossiê feito na semana passada, contra a permanência dele no comando da estatal e que apontava que Prates resistia em concluir a UFN3, que precisa de investimento de R$ 5 bilhões.

Durante a conversa, Jean Paul afirmou que sempre defendeu a importância da inclusão do projeto da fábrica no Planejamento Estratégico da Petrobras, o que foi feito em novembro do ano passado, após demonstração técnica de viabilidade financeira e decisão da estatal de voltar ao setor de fertilizantes.

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, reafirmou que o dossiê sobre a não retomada da UFN3 não correspondia a realidade

"Estamos acompanhando o assunto junto com a ministra Simone Tebet e temos inclusive a previsão que a licitação ocorra no final de ano”, disse.

Quando concluída, a UFN3 deve reduzir em 15% a dependência brasileira dos nitrogenados, contribuindo para a autonomia nacional no setor de fertilizantes.

A obra da UNF3 foi paralisada no fim de 2014, com 81% da construção realizada.

A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.

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