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Concessão de parques estaduais pode alavancar o turismo do Estado, avaliam prefeitos

Os gestores acreditam que o aporte financeiro privado pode dar mais visibilidades ao locais e atrair mais turistas

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O governo de Mato Grosso do Sul deu início a um estudo para viabilizar a concessão à iniciativa privada de cinco parques estaduais. Segundo os prefeitos dos municípios onde os pontos turísticos ficam localizados, a iniciativa deve alavancar o turismo em diversas cidades do Estado, contribuindo para geração de emprego e renda.

Eles acreditam que com este aporte financeiro privado, os parques vão ganhar mais visibilidade e investimentos, dispondo de melhores condições e planejamento para receber turistas e a população sul-mato-grossense.  

Desta forma, além de não gerar prejuízo ou despesas, as unidades serão atrações turísticas que podem impulsionar e contribuir para o desenvolvimento local.

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Segundo o governo estadual, uma equipe do órgão está promovendo reuniões semanais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para avaliar quais parques estaduais estão aptos para concessão à iniciativa privada.  

A intenção é que este estudo seja finalizado neste semestre.

A princípio está nos planos do governo a concessão de cinco parques estaduais: Parque Estadual Várzeas do Rio Ivinhema, Parque Estadual Nascentes do Rio Taquari, Parque Estadual do Prosa, Parque das Nações Indígenas e o Monumento Natural Gruta do Lago Azul, em Bonito.

Expectativa

Criado em 1988, o Parque Estadual do Rio Ivinhema passa pelos municípios de Jateí, Naviraí e Taquarussu. Ele está aberto para pesquisas e visitas com fins educativos, no entanto, a intenção é que haja uma ampliação das suas atividades e acesso ao público, como atividades de trilhas, safáris fotográficos, passeios de barco e observação de aves e mamíferos.

“Para nós aqui será ótimo esta concessão, porque assim poderá abrir o Parque ao público, melhorar o local e impulsionar o turismo, depois de muito tempo fechado. Esta mudança no modelo é de extrema necessidade, por isso sou muito favorável a esta iniciativa do governo estadual”, destacou o prefeito de Jateí, Eraldo Jorge Leite.

Ele acredita que estes investimentos serão positivos para toda a região. “Era prefeito na época que a unidade (de conservação) foi criada, e agora espero que este projeto seja concretizado, gerando reforço na economia das cidades. O momento é adequado para a concessão”.

O prefeito de Taquarussu, Clóvis José do Nascimento, também avalia os benefícios desta possível concessão. “Se trata de um projeto muito interessante para o Parque, inclusive já participei de algumas reuniões aqui no município para tratar sobre o tema. Se tiver a concessão teremos uma ação especializada de conservação e turismo, que vai trazer benefícios para as cidades vizinhas”.

A parceria firmada entre o governo e o BNDES também foi citada pela prefeita de Naviraí, Rhaiza Matos. “É de suma importância essa parceria. Teremos um grande avanço na implementação do desenvolvimento sustentável em toda a região, com a nossa especial atenção à comunidade ribeirinha do Porto Caiuá. Nós acreditamos no potencial turístico e apostamos no sucesso da concessão”, afirmou.

Turismo e geração de renda

O Parque Estadual Nascentes do Rio Taquari também faz parte deste estudo e será avaliado no processo. “Vai ajudar muito nas melhorias e condições do funcionamento do Parque, que já é um lugar fantástico, com grutas, animais, onde os turistas tanto do Estado como de todo o País poderão observar a fauna e todo o cenário”, descreveu o prefeito de Alcinópolis, Dalmy Crisóstomo.

Ele ponderou que o Parque (Rio Taquari) passa por 30 mil hectares de Alcinópolis, por isso avalia este estudo como muito importante para a região. “Sou extremamente a favor do projeto, porque vai gerar renda e ainda ampliar o turismo no local e nos municípios vizinhos, com uma divulgação maior das belezas naturais”.

A unidade foi criada em 1999, para fazer a proteção das nascentes do Rio Taquari, em função da degradação dos rios que formam a bacia hidrográfica, considerada uma das mais importantes do Pantanal. Ela passa pelos municípios de Alcinópolis e Costa Rica, tendo a disposição inclusive sítios arqueológicos.

Investimentos

O secretário municipal de Cultura e Turismo da Capital, Max Freitas, também avalia como positiva para a cidade a concessão do Parque Estadual do Prosa e Parque das Nações Indígenas. “Será muito interessante porque vai fortalecer nosso fluxo turístico, com empresas que já possuem case de sucesso no setor e vão fazer investimentos”.

Ele destaca que a iniciativa é muito bem vista e que pode até ser feito um complexo no Parque das Nações Indígenas, incluindo, por exemplo, o Aquário do Pantanal. “Seriam passeios organizados e que iriam contribuir com o turismo local. Trata-se de uma união de esforços para desenvolver o setor”.

Outro local com forte impacto turístico é o Monumento Natural Gruta do Lago Azul, em Bonito, que também passa por esta avaliação. “Essa é mais uma parceria de sucesso com o BNDES, que resultará em modelos de gestão inovadores e sustentáveis para geração de renda e desenvolvimento regional do nosso Estado”, ressaltou a secretária especial Eliane Detoni, do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE).

O estudo está na fase de levantamento de dados (no que se refere aos parques), avaliação da legislação e busca por documentação. Também haverá capacitação dos servidores. Logo depois será concluído o estudo para determinar que unidades serão concedidas à iniciativa privada. O objetivo é que os projetos sejam concluídos até o final do ano.

(*) Com informações do Governo de MS.

IMPOSTO-RENDA

Senado aprova isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.824

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos

17/04/2024 20h00

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo Marcos Oliveira / Agência Senado

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O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos, R$ 2.824 mensais. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A medida adotada pelo governo vem para evitar que pessoas que estavam isentas de IRPF passem a recolher pela primeira faixa da tabela por causa do último reajuste do salário mínimo —que subiu para R$ 1.412 em 1º de janeiro.

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo. Salários, aposentadorias e pensões de dois salários mínimos ficarão isentos.

O reajuste é de R$ 6,97% na faixa inicial, subindo de R$ 2.112 para R$ 2.559,20. O governo concedeu um desconto extra de R$ 564,80 para chegar à isenção ao R$ 2.824.

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos pagarão menos IR por causa da progressividade da tabela.

O texto foi enviado ao Congresso em fevereiro como MP (medida provisória), mas acabou avançando via projeto de lei diante da resistência da Câmara com a tramitação de MPs, que exigem uma comissão formada por deputados e senadores.


O projeto de lei foi apresentado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e relatado no Senado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Durante a votação, senadores de oposição lembraram a promessa de Lula de isentar de IR quem ganha até R$ 5.000 por mês e tentaram ampliar a isenção de dois para três salários mínimos, o equivalente a R$ 4.236,00.

A proposta, no entanto, acabou derrotada durante a votação.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que, antes de Lula, a tabela do Imposto de Renda não era corrigida desde 2015 —no governo Dilma Rousseff (PT).

"Não é não querer dar. É, infelizmente, tem que dar sem provocar um impacto negativo, que seria eventualmente o não controle das contas públicas. Nós já estamos com um problema que não é nosso, é das guerras lá fora. Sobe petróleo, sobe dólar. Daqui a pouco vão querer subir juros."

Em seu parecer, o líder do governo Lula no Congresso disse também que o debate sobre a isenção será "mais bem aprofundado" durante a tramitação da reforma do Imposto de Renda —que o governo pretende enviar ao Congresso até o fim do ano.


Em janeiro, Lula reforçou o compromisso de campanha em entrevista a uma rádio na Bahia: "Eu tenho um compromisso de chegar até o fim do meu mandato isentando todo mundo que ganhar até R$ 5.000. Nesse país, quem vive de dividendo não paga Imposto de Renda e quem vive de salário paga Imposto de Renda".

Segundo o governo federal, a redução de receitas prevista com a medida neste ano é de R$ 3,03 bilhões. O valor passa para R$ 3,53 bilhões no próximo ano e para R$ 3,77 bilhões em 2026.

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Economia

BC não intervém no câmbio quando mercado precifica risco de investir no Brasil, diz Campos Neto

Declaração foi dada após dólar ter tido cinco sessões consecutivas de fortes altas

17/04/2024 14h00

Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O Banco Central não faz intervenções no mercado de câmbio quando os agentes econômicos precificam o risco de investir no Brasil, afirmou Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, nesta quarta-feira (17).

A declaração foi dada em uma reunião com investidores, organizada pela XP, em Washington, nos Estados Unidos, um dia depois de o dólar ter encerrado a sessão de terça (16) cotado a R$ 5,268, operando em seu maior valor desde março de 2023.
Após cinco sessões consecutivas de fortes altas, a moeda americana operava em queda na manhã desta quarta, devolvendo parte dos ganhos.

Segundo Campos Neto, essa função é usada em casos de disfunção no mercado de câmbio, lacuna de liquidez ou episódios marcados por má interpretação dos investidores.
"Não reagimos ao fato de as pessoas estarem precificando nosso prêmio de risco. Reagir a isso é muito perigoso porque há muitas maneiras diferentes de fazer hedge [instrumento de proteção] do prêmio de risco no Brasil", disse.

O presidente do Banco Central atribuiu a maior parte do estresse do mercado financeiro à piora do cenário externo e outra parcela à questão fiscal doméstica.

No cenário global, o principal fator de atenção está relacionado à perspectiva de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) reduza os juros apenas no segundo semestre devido à resiliência da economia americana. Houve ainda o acirramento dos conflitos no Oriente Médio, com o ataque do Irã a Israel e um eventual impacto sobre o preço do petróleo.

Na política doméstica, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs uma revisão na trajetória das contas públicas, reduzindo a velocidade do ajuste fiscal. Para 2025, a meta fiscal passa a ser zero, não mais um superávit 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme o PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) do próximo ano.

"Há muito tempo dizemos que é muito importante perseverar com as metas. Novamente, não há relação mecânica [entre a questão fiscal e a política de juros]. [...] Mas a evidência que temos do que aconteceu nos últimos dias nos diz que o mercado ficou mais preocupado com a parte fiscal", disse.

"Isso pode mudar as expectativas sobre qual será o equilíbrio fiscal no futuro e isso terá um efeito no prêmio de risco. Isso também torna o trabalho [do BC], em termos de política monetária, mais difícil e mais custoso. A reação do mercado implica que parte da revisão recente vem da parte fiscal, mas uma parte muito maior vem do [ambiente] externo", complementou.

Campos Neto voltou a afirmar que as âncoras fiscal e monetária estão muito relacionadas e que, com a mudança em um dos lados, a autoridade monetária precisa entender agora como isso influenciará a sua função de reação.
"Sempre defendemos o fato de que eles deveriam se ater à meta e fazer o que fosse necessário para alcançá-la. Entendemos que houve a necessidade de mudança. A ideia não é comentar tanto sobre fiscal, mas tentar ver como isso vai influenciar nossas funções de reação através das várias medidas que são importantes para nós", disse.

"O importante para nós é como essas variáveis [decorrentes da questão fiscal e do cenário externo] influenciam nosso quadro e se achamos que isso é temporário ou se há uma mudança mais estrutural na qual precisamos prestar atenção", acrescentou.

Diante de uma nova turbulência no cenário econômico, Campos Neto relembrou uma conversa que teve com seu antecessor, Ilan Goldfajn, quando assumiu o comando da autarquia.

"Ele me disse que nunca há um momento calmo no Banco Central. Acho que estava certo. Quando olho para trás naqueles anos em que começamos, tivemos crise na Argentina, depois Brumadinho [rompimento da barragem]. Acho que não tivemos um período de três meses sem qualquer tipo de crise", afirmou.

O presidente do BC disse também que a autoridade monetária fará o que for necessário para levar as expectativas de inflação em direção às metas definidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A partir deste ano, o alvo é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

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