Economia

AUMENTO

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Com bandeira vermelha, conta de luz pode encarecer até R$ 48 em Campo Grande

Neste mês, a bandeira tarifária que incide sobre a energia elétrica é vermelha

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu, em reunião extraordinária realizada na segunda-feira (30), reativar as bandeiras tarifárias na cobrança da energia elétrica. 

Fica estabelecida a bandeira vermelha no patamar 2, na qual o custo fica em média R$ 6,24 mais caro a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Estimativa aponta que o aumento nas contas de luz dos campo-grandenses pode ser de até R$ 48.

A decisão, segundo o governo federal, foi motivada pela queda no nível de armazenamento dos reservatórios de hidrelétricas. 

“Em maio deste ano, em virtude da pandemia do novo coronavírus, a Aneel havia decidido manter a bandeira verde acionada até 31 de dezembro, mas a queda no nível de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas e a retomada do consumo de energia levaram à revisão da decisão”, informou a Aneel.

A presidente do Conselho dos Consumidores da Área de Concessão da Energisa-MS (Concen-MS), Rosimeire Costa, diz que o consumidor foi pego de surpresa.

 “Havia um compromisso público firmado pela Aneel de manter a bandeira verde, ou seja, sem acréscimos, até 31 de dezembro e, com base nisso, o consumidor planejou seu orçamento familiar, as empresas planejaram seus custos. Não houve uma sinalização ao consumidor de que o cenário mudou e que seria necessária a retomada das bandeiras, por isso, repudiamos a forma como a decisão foi adotada”, disse.

Aumento

Com a adoção da bandeira vermelha, as contas de luz deste mês terão acréscimos. Segundo o Concen, cada faixa de consumo tem uma média de preço por kWh.

 Conforme os dados do conselho, quem consumia até 50 kWh pagava R$ 0,68 por quilowatt e agora passa a pagar R$ 0,75; os que consomem 100 kWh desembolsavam R$ 0,83 e passam a pagar R$ 0,91; para a faixa de 200 kWh, o preço por unidade era de R$ 0,95 e passa a R$ 1,02; os que consomem 400 kWh saem de R$ 0,96 para R$ 1,04; e os consumidores da faixa de 600 kWh saem de R$ 1 para R$ 1,08.

“O quilowatt-hora vem acompanhado de impostos como a taxa de iluminação pública [Cosip] e outros encargos do setor. Fizemos um cálculo levando em consideração a lei de Campo Grande. A gente faz a estimativa do preço por kWh dependendo da faixa de consumo”, explica Rosimeire.

Considerando a projeção do Concen, um cliente que consumia 100 kWh em Campo Grande desembolsava R$ 83 e terá de pagar R$ 91 em dezembro. 

Aqueles que utilizam 400 kWh em um mês pagavam R$ 384 e passam a ter uma conta 8,33% mais cara, indo a R$ 416. 

Já aquele que consome 600 kWh vai desembolsar R$ 48 a mais em dezembro – a conta ficaria em R$ 600 sem a bandeira vermelha e com ela passa a R$ 648.  

Apagões

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi questionado em suas redes sociais sobre o aumento na conta de luz e justificou que os níveis dos reservatórios estão “baixíssimos” e que haveria risco de apagões se nada fosse feito.

“As represas estão [com] níveis baixíssimos. Se nada fizermos, poderemos ter apagões. O período de chuvas, que deveriam começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício”, respondeu o presidente.

Sobre a chance de apagões, a presidente do Concen disse que não acredita na possibilidade e que o apagão no Amapá foi um problema pontual. 

“Quando estivemos reunidos com o operador nacional do sistema, eles disseram que o sistema é robusto e confiável e esse problema que aconteceu no Amapá foi de falta de fiscalização e manutenção, com isso, o equipamento queimou”, considerou Rosimeire.  

No mês passado, o estado do Amapá ficou no escuro por vários dias; dos 16 municípios do ente federado, 13 ficaram sem energia elétrica.  

A última crise de abastecimento de energia elétrica registrada no Brasil foi entre 2000 e 2002. O governo de Fernando Henrique Cardoso teve de elaborar um plano de racionamento para gerenciar a crise. 

Foi estabelecida uma meta de economia de 20% no consumo energético e consumidores que não atingissem este valor veriam sua conta de luz mais cara. O racionamento acabou em 2002.

Cuidados

Com a vigência da bandeira vermelha no patamar 2, a presidente do Concen alerta que o consumidor precisa redobrar a atenção, especialmente porque as temperaturas seguem elevadas e o uso de refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado aumenta no período.

“Estamos na primeira semana de dezembro, já tivemos em setembro uma onda muito forte de calor, elevando nossa conta em 30%. A dica é que aquelas famílias que optarem por instalar um ar-condicionado procurem a tecnologia inverter, porque ela deixa os aparelhos mais econômicos. Evitar abre e fecha de geladeira, uma dica é usar garrafas térmicas. Sair do local e desligar as lâmpadas. Nosso alerta é para usar racionalmente a energia”, alertou Rosimeire.  

O diretor-presidente da Aneel, André Pepitone, também pediu que as pessoas evitem o desperdício. “Com o anúncio da bandeira vermelha no patamar 2, é importante que os consumidores busquem evitar o desperdício de água e energia”, disse.

EMPREGOS-CAGED

Brasil cria 306 mil vagas formais de emprego em fevereiro, com impulso de serviços

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país

27/03/2024 20h00

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões Crédito: Freepik

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O Brasil gerou 306.111 vagas formais de trabalho em fevereiro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país.


Na comparação anual, em fevereiro deste ano, a geração líquida de vagas foi 21,2% maior do que em igual mês de 2023.

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões.

Com a mudança de metodologia, analistas alertam que não é adequado comparar os números com resultados obtidos em anos anteriores a 2020.

Os cinco setores de atividades econômicas tiveram saldo positivo em fevereiro, com maior impulso do setor de serviços –193.127 empregos formais. Também houve geração líquida de 54.448 postos na indústria, 35.053 vagas na construção, 19.724 no comércio e 3.759 na agropecuária.

Às vésperas da nova divulgação, membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já repercutiam o vigor do mercado de trabalho brasileiro. Desde o início do ano, já foram criados 474.614 empregos formais no Brasil.

Em entrevista à rádio Itatiaia, na manhã desta quarta, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que o número de criação de empregos em fevereiro seria "bastante expressivo". "A economia brasileira inicia um ciclo longo de crescimento econômico e nós precisamos preparar a nossa juventude para ocupar esses postos de trabalho", disse.

Já o ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou, um dia antes, em entrevista coletiva a jornalistas no Palácio do Planalto que os dados do Caged seriam "extraordinários".

Dos cinco setores de atividades econômicas, quatro tiveram saldo positivo no acumulado dos dois primeiros meses de 2024. O grupo de serviços ajudou a impulsionar o resultado do ano, com a criação de 268.908 vagas formais. Na sequência, aparecem indústria (120.004 postos), construção (81.774) e agropecuária (25.751). No comércio, houve saldo negativo de 21.824 empregos formais.

A força do mercado de trabalho vem soando como alerta para o Banco Central e para as perspectivas sobre o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic) à frente.

Na ata do último Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na terça-feira (26), o colegiado registrou uma extensa discussão sobre a resiliência do mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a atividade econômica e a inflação.

"Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra", disse.
Para o Copom, a evolução do indicador que mede a diferença entre o crescimento potencial da economia e o efetivo (hiato do produto) e do comportamento do mercado de trabalho será muito relevante para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta (3%).

No mês passado, o salário médio de admissão caiu para R$ R$ 2.082,79, uma redução real (descontada a inflação) de R$ 50,42 em relação a janeiro –variação em torno de -2,36%.

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MERCADO-FINANCEIRO

Bolsa registra alta com impulso de Vale; dólar fecha estável

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos

27/03/2024 19h00

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1% Crédito: Freepik

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Após quatro sessões com desempenho negativo, a Bolsa brasileira fechou em alta nesta quarta-feira (27), impulsionada por altas da Vale e da Petrobras. O dia também foi positivo para os índices americanos, que auxiliaram o mercado local.

"O índice [Ibovespa] chegou a operar no campo negativo pela manhã, mas recuperou-se ao redor do meio-dia, conforme o mercado analisa e consolida entendimentos sobre os resultados das empresas enquanto eles vão sendo divulgados nessa temporada de balanços referentes ao quarto trimestre de 2023", diz Felipe Pohren de Castro, sócio da Matriz Capital.

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1%.

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos.


No câmbio, o dólar fechou praticamente estável, enquanto investidores aguardam novos dados de inflação nos Estados Unidos que devem ser divulgados no fim da semana. A moeda americana teve oscilação negativa de 0,06%, terminando a sessão cotada a R$ 4,979.

Em um dia de agenda relativamente esvaziada no Brasil e no exterior, o dólar voltou a oscilar em margens bastante estreitas. Na cotação mínima do dia, às 9h01, a moeda à vista marcou R$ 4,9719 (-0,24%) e, na máxima, às 10h16, atingiu R$ 4,9949 (+0,22%).

Operador ouvido pela Reuters afirmou que os investidores continuam à espera de notícias que possam, de fato, servir de motivo para alterar posições na moeda norte-americana. Segundo ele, estão todos "esperando cair um raio".


Para Lais Costa, analista da Empiricus Research, não surgiram realmente notícias relevantes que mudassem o cenário para o câmbio.

"O fluxo não está ocorrendo por conta de mudanças estruturais de cenário -é mais por ajuste de posições. Teria que surgir algo realmente relevante para termos o dólar andando por aqui", comentou.

Como a quinta-feira é o último dia útil de março, a próxima sessão será a da disputa pela Ptax do fim de mês -e de trimestre. Normalmente, a volatilidade tende a aumentar em sessões assim, mas profissionais do mercado reforçaram que, sem notícias de impacto, a disputa entre comprados e vendidos pode não ser tão intensa.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Nos encerramentos de trimestres, a importância da Ptax é ainda maior.

Como pano de fundo para a disputa nesta quinta-feira, serão divulgados uma série de indicadores no Brasil: a taxa de desemprego do IBGE em fevereiro e as projeções de PIB e balanço de pagamentos do Banco Central no Relatório de Inflação, entre outros. Destaque ainda para a entrevista coletiva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre o Relatório de Inflação.

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