Economia

VAI PESAR NO BOLSO?

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Covid triplica inadimplência no setor elétrico em MS

A nível nacional, concessionárias recorreram ao Governo Federal por ajuda

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Queda na produção industrial, desemprego e comércio fechado ajudaram a triplicar a inadimplência no setor elétrico em Mato Grosso do Sul. O porcentual de consumidores com as contas de luz atrasadas saltou de 4% para 12% nos últimos meses segundo dados da Energisa, responsável pelo serviço no Estado.

O problema atinge todas as concessionárias de modo generalizado. A nível nacional, a demanda de energia despencou entre 12% e 15% em razão do isolamento social forçado pelo novo coronavírus, fazendo com que as companhias recorressem ao Governo Federal em busca de socorro, o que mais tarde pode desaguar no bolso dos próprios consumidores, embora ainda não haja nada definido a respeito até o momento.

No dia 18 de maio, foi publicado um decreto que regulamenta a criação da chamada Conta Covid. O mecanismo terá verbas para cobrir perdas, queda de receitas e antecipar os ganhos das empresas de transmissão e distribuição.

Esse mecanismo, segundo reportagem da Gazeta do Povo, será gerenciado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que também está encarregada de prover os recursos para repasse às companhias e os empréstimos serão por conta do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda precisa acertar os últimos detalhes para que o plano comece a funcionar. A proposta é que o teto de financiamentos seja de R$ 16 bilhões. 

No âmbito residencial, medida aprovada pela União proibiu cortes durante a quarentena por 90 dias. Isso favoreceu o aumento de dívidas, que serão renegociadas diretamente com os clientes. Já as empresas de alta tensão cujas normas permitem a negociação direta com as concessionárias, os contratos têm sido respeitados, mas em volume menor. De modo geral, a situação tem sido resolvida diretamente com os clientes. 

Em Mato Grosso do Sul, a Energisa disse ao Correio do Estado que está ofertando aos seus clientes condições especiais para regularização dos débitos, como por exemplo parcelamentos. 

Por enquanto, as distribuidoras se esforçam para não repassar esse prejuízo aos consumidores, mas existem custos da implantação de novas linhas de transmissão que já eram previstos, mas não serão jogados de uma só vez nas contas. A Aneel determinou que esse reajuste seja gradativo num prazo de cinco anos. Além disso, o calendário de aumentos, que ocorrem uma vez a cada ano, está marcado para 1º de julho e ainda está de pé.

Em nota, a empresa diz que os funcionários continuam nas ruas, “empenhados em garantir esse serviço essencial, sujeitos a padrões de segurança e higiene ainda mais rígidos. Aneel e o Governo Federal adotaram medidas para atender os clientes mais vulneráveis, como a Tarifa Social. Os pagamentos, porém, precisam ser mantidos, sob o risco de comprometer a sustentabilidade de toda a cadeia”.

Por hora, a Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), que representa as empresas do setor em todo o país, disse em um comunicado que continua trabalhando intensamente junto à Aneel, Ministério de Minas e Energia (MME) e demais agentes do setor em busca de mais alternativas para amenizar as adversidades da crise.

EMPREGOS-CAGED

Brasil cria 306 mil vagas formais de emprego em fevereiro, com impulso de serviços

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país

27/03/2024 20h00

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões Crédito: Freepik

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O Brasil gerou 306.111 vagas formais de trabalho em fevereiro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país.


Na comparação anual, em fevereiro deste ano, a geração líquida de vagas foi 21,2% maior do que em igual mês de 2023.

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões.

Com a mudança de metodologia, analistas alertam que não é adequado comparar os números com resultados obtidos em anos anteriores a 2020.

Os cinco setores de atividades econômicas tiveram saldo positivo em fevereiro, com maior impulso do setor de serviços –193.127 empregos formais. Também houve geração líquida de 54.448 postos na indústria, 35.053 vagas na construção, 19.724 no comércio e 3.759 na agropecuária.

Às vésperas da nova divulgação, membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já repercutiam o vigor do mercado de trabalho brasileiro. Desde o início do ano, já foram criados 474.614 empregos formais no Brasil.

Em entrevista à rádio Itatiaia, na manhã desta quarta, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que o número de criação de empregos em fevereiro seria "bastante expressivo". "A economia brasileira inicia um ciclo longo de crescimento econômico e nós precisamos preparar a nossa juventude para ocupar esses postos de trabalho", disse.

Já o ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou, um dia antes, em entrevista coletiva a jornalistas no Palácio do Planalto que os dados do Caged seriam "extraordinários".

Dos cinco setores de atividades econômicas, quatro tiveram saldo positivo no acumulado dos dois primeiros meses de 2024. O grupo de serviços ajudou a impulsionar o resultado do ano, com a criação de 268.908 vagas formais. Na sequência, aparecem indústria (120.004 postos), construção (81.774) e agropecuária (25.751). No comércio, houve saldo negativo de 21.824 empregos formais.

A força do mercado de trabalho vem soando como alerta para o Banco Central e para as perspectivas sobre o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic) à frente.

Na ata do último Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na terça-feira (26), o colegiado registrou uma extensa discussão sobre a resiliência do mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a atividade econômica e a inflação.

"Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra", disse.
Para o Copom, a evolução do indicador que mede a diferença entre o crescimento potencial da economia e o efetivo (hiato do produto) e do comportamento do mercado de trabalho será muito relevante para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta (3%).

No mês passado, o salário médio de admissão caiu para R$ R$ 2.082,79, uma redução real (descontada a inflação) de R$ 50,42 em relação a janeiro –variação em torno de -2,36%.

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MERCADO-FINANCEIRO

Bolsa registra alta com impulso de Vale; dólar fecha estável

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos

27/03/2024 19h00

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1% Crédito: Freepik

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Após quatro sessões com desempenho negativo, a Bolsa brasileira fechou em alta nesta quarta-feira (27), impulsionada por altas da Vale e da Petrobras. O dia também foi positivo para os índices americanos, que auxiliaram o mercado local.

"O índice [Ibovespa] chegou a operar no campo negativo pela manhã, mas recuperou-se ao redor do meio-dia, conforme o mercado analisa e consolida entendimentos sobre os resultados das empresas enquanto eles vão sendo divulgados nessa temporada de balanços referentes ao quarto trimestre de 2023", diz Felipe Pohren de Castro, sócio da Matriz Capital.

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1%.

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos.


No câmbio, o dólar fechou praticamente estável, enquanto investidores aguardam novos dados de inflação nos Estados Unidos que devem ser divulgados no fim da semana. A moeda americana teve oscilação negativa de 0,06%, terminando a sessão cotada a R$ 4,979.

Em um dia de agenda relativamente esvaziada no Brasil e no exterior, o dólar voltou a oscilar em margens bastante estreitas. Na cotação mínima do dia, às 9h01, a moeda à vista marcou R$ 4,9719 (-0,24%) e, na máxima, às 10h16, atingiu R$ 4,9949 (+0,22%).

Operador ouvido pela Reuters afirmou que os investidores continuam à espera de notícias que possam, de fato, servir de motivo para alterar posições na moeda norte-americana. Segundo ele, estão todos "esperando cair um raio".


Para Lais Costa, analista da Empiricus Research, não surgiram realmente notícias relevantes que mudassem o cenário para o câmbio.

"O fluxo não está ocorrendo por conta de mudanças estruturais de cenário -é mais por ajuste de posições. Teria que surgir algo realmente relevante para termos o dólar andando por aqui", comentou.

Como a quinta-feira é o último dia útil de março, a próxima sessão será a da disputa pela Ptax do fim de mês -e de trimestre. Normalmente, a volatilidade tende a aumentar em sessões assim, mas profissionais do mercado reforçaram que, sem notícias de impacto, a disputa entre comprados e vendidos pode não ser tão intensa.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Nos encerramentos de trimestres, a importância da Ptax é ainda maior.

Como pano de fundo para a disputa nesta quinta-feira, serão divulgados uma série de indicadores no Brasil: a taxa de desemprego do IBGE em fevereiro e as projeções de PIB e balanço de pagamentos do Banco Central no Relatório de Inflação, entre outros. Destaque ainda para a entrevista coletiva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre o Relatório de Inflação.

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