Economia

PESQUISA

Dia dos Namorados movimentará R$ 74 milhões a menos em 2020

Com mais solteiros e consumo menor, projeção é de incremento de R$ 100 milhões na economia estadual

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Em 2020, os gastos com o Dia dos Namorados encolheram em 43%. Conforme levantamento do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS) e Sebrae-MS, a data deve injetar R$ 100,61 milhões na economia de Mato Grosso do Sul, contra R$ 174,25 milhões. Os motivos para a redução da movimentação financeira vão além das quedas de consumo e também estão relacionados ao aumento do número de solteiros e às indecisões sobre o que comprar.  

A maioria dos recursos serão investidos em presentes, do total, R$ 72,62 milhões serão investidos em lembranças e R$ 27,99 milhões destinados às comemorações. De acordo com o presidente do IPF-MS, Edison Araújo, há um conjunto de fatores que refletem na movimentação financeira da data. “O recado importante ao empresário é que ele precisa estar atento às necessidades dos consumidores para que ofereçam serviços complementares. Pois mesmo se considerando que a maioria pretende entregar o presente pessoalmente, vale destacar que as recomendações ainda são de isolamento social. E por que não surpreender o namorado (a) ou esposo (a)? A entrega do presente na casa da pessoa, acrescida de uma surpresa, como uma carta e uma dobradura, por exemplo”, orientou.

Segundo a economista do IPF-MS, Daniela Dias, neste ano, o índice de pessoas que disseram estar solteiras é de 34%, 12 p.p. (pontos percentuais) acima de 2019, o que reflete na queda da movimentação. Dos que estão namorando, 62% informaram que vão comemorar a data, mas somente 20% pretendem ter algum tipo de gasto.

O perfil do consumo também mudou, apesar das compras serem realizadas em lojas físicas, os mecanismos para compras à distância, correspondem a 70% das preferências, apesar disso, 95% optarão por entregar o presente pessoalmente. Já as compras pela internet somam 25%. “Com a pandemia, além do bom atendimento, as medidas sanitárias adotadas pelo estabelecimento passam a contar como critério para escolha, apontadas por 20% dos entrevistados”, explicou Daniela.  

A analista do Sebrae-MS, Vanessa Schmidt, explica que duas atividades serão contempladas no Dia dos Namorados: alimentação e vendas de presentes, ou seja, o comércio. “É importante que o comerciante esteja atento: mesmo que o cliente não vá ao estabelecimento – já que muitos vão comemorar em casa – que personalize a entrega, seja com uma embalagem especial, algo que marque a data. Mesmo à distância, é preciso proporcionar uma experiência”, disse.  

O estudo aponta ainda que mais de 60% dos entrevistados irão priorizar as compras em lojas físicas, mesmo que não seja de forma presencial. “A loja deve mostrar as medidas de segurança adotadas neste momento de pandemia. Além disso, é válido pensar na personalização do presente, com entrega rápida e grátis, e a facilidade na forma de pagamento. O empresário deve aproveitar o momento para capital de giro, já que muitos clientes pretendem pagar à vista”, acrescenta Vanessa.

Perfumes, roupas, cestas com flores ou chocolates ficam no topo das preferências e a maioria, 68%, com pagamento à vista em dinheiro ou no débito. A pesquisa também traz o possível cenário sem a pandemia, e mostra que quanto às comemorações, não há grande alteração.

A pesquisa ouviu e 1.688 entre os dias 04 e 18 de maio e contempla os municípios de Bonito, Campo Grande, Corumbá/Ladário, Coxim, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas.

Economia

Petrobras vê sucesso exploratório em descoberta de petróleo e quer acelerar produção

Além de óleo de excelente qualidade, a descoberta foi realizada a uma profundidade considerada favorável, de 734 metros

17/11/2025 13h30

Sede da Petrobrás

Sede da Petrobrás Imagem: Agência Petrobras

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 A descoberta no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde, no pós-sal na bacia de Campos, anunciada nesta segunda-feira, 17, pela Petrobras, está sendo considerada um grande sucesso exploratório, e deverá ter sua produção acelerada com a utilização de plataforma e materiais já existentes para reduzir custos, disseram pessoas próximas ao assunto.

Além de óleo de excelente qualidade, leve, a descoberta foi realizada a uma profundidade considerada favorável, de 734 metros, bem longe dos milhares de metros dos campos do pré-sal.

Segundo pessoas a par do assunto, um grupo de trabalho vai ser criado para desenvolver o projeto do Sudoeste de Tartaruga Verde, que deverá produzir por meio de tie-back (conexão de campos de petróleo e gás offshore a instalações de produção já existentes por meio de oleodutos e outras estruturas).

Para isso, estão sendo estudadas plataformas próximas com capacidade ociosa e equipamentos já adquiridos pela companhia.

Segundo essas pessoas, a descoberta consolida os planos da atual gestão da empresa para a bacia de Campos, que já foi a principal bacia do País e hoje produz apenas 20% do total de petróleo. A expectativa é que a bacia volte a produzir cerca de 1 milhão de barris de óleo equivalente por dia.

Uma pessoa com conhecimento do assunto que pediu anonimato afirmou que a descoberta demonstra o sucesso exploratório da Petrobras, que tem uma presidente (Magda Chambriard) que foi gerente de reservatório e uma diretora (Sylvia Anjos) geóloga.

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PERSPECTIVAS

Comércio reage com temporários, mas esbarra na falta de mão de obra

Levantamento da ACICG revela otimismo e estabilidade; CDL aponta que deficit de trabalhadores persiste

17/11/2025 08h40

Comércio de Campo Grande deve contratar 1,1 mil trabalhadores

Comércio de Campo Grande deve contratar 1,1 mil trabalhadores Gerson Oliveira

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O comércio de Campo Grande deve encerrar este ano com um cenário de estabilidade e certo otimismo moderado na geração de vagas temporárias.

É o que mostra a pesquisa Perspectivas Empresariais para Contratações 2025, da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), que revela que a maior parte dos empresários da Capital pretende manter ou até ampliar o número de contratações de fim de ano.

Por outro lado, a escassez de mão de obra é apontada como empecilho.

O movimento indica que, apesar das vendas ainda avançarem de forma irregular, os lojistas apostam em um trimestre mais aquecido e na manutenção da demanda em 2026.

De acordo com o estudo, 59% dos empresários afirmaram que vão manter o volume de contratações temporárias observado no fim de 2024, outros 36% pretendem aumentar as equipes entre novembro e dezembro e apenas 5% trabalham com a possibilidade de reduzir o número de vagas.

O levantamento ouviu 100 empresas de diferentes segmentos do varejo, com maior representatividade do setor de vestuário, seguido pelos ramos de eletrônicos, calçados, brinquedos, perfumaria, cosméticos e joias.

A partir desse comportamento, a ACICG projeta a oferta de 1,1 mil vagas de trabalho no setor terciário, que envolve comércio e serviços, apenas entre outubro e dezembro, período tradicionalmente mais aquecido em razão de datas como Black Friday, Natal e Ano-Novo.

“Considerando o trimestre de outubro a dezembro, nossa expectativa é de que sejam geradas cerca de 1,1 mil oportunidades de trabalho em empresas do setor terciário, que abrange atividades de comércio e serviços”, afirma o presidente da ACICG, Renato Paniago.

A pesquisa também detalha o calendário provável das contratações. Para quase 50% das empresas, a primeira quinzena de dezembro será o período de maior entrada de novos colaboradores. Outros 22% apontam contratações ainda em novembro, enquanto 16% devem reforçar as equipes somente na segunda quinzena do último mês do ano.

As projeções também revelam o perfil majoritário do comércio campo-grandense: cerca de 83% das empresas pretendem abrir até duas vagas temporárias, reforçando o peso dos micro e pequenos negócios na economia local.

Outro dado que chama atenção e reforça a expectativa de estabilidade é o porcentual de empresários que pretendem efetivar os temporários após o período festivo. Segundo o levantamento, 88,6% das empresas têm a intenção de manter os trabalhadores após dezembro.

Para a ACICG, o número demonstra confiança na continuidade da demanda para o início de 2026. “A maioria dos empresários mantém as expectativas de contratação no mesmo patamar do ano passado, e mais de um terço pretende ampliar o número de colaboradores. Isso revela estabilidade, o que é muito saudável, diante do cenário econômico atual”, avalia Paniago.

Além das contratações, praticamente todas as empresas entrevistadas (98%) devem participar de ações promocionais no fim do ano, com destaque para a Black Friday e a Black Week, que se consolidaram como pontes estratégicas para estimular o consumidor e antecipar o aquecimento do comércio antes da chegada do Natal.

“As campanhas devem impulsionar o movimento no comércio já em novembro e preparar o terreno para o aumento das vendas em dezembro”, finaliza Paniago.

Comércio de Campo Grande deve contratar 1,1 mil trabalhadores

RITMO

Os resultados da pesquisa dialogam com movimentos recentes identificados pela Fecomércio-MS e pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Após quatro meses de queda, o comércio no Estado começou a sinalizar uma reação, o que pode indicar um último trimestre mais estável, comportamento associado tanto à sazonalidade de fim de ano quanto à recomposição gradual da confiança do empresário.

Em outubro, o índice de confiança do comerciante sul-mato-grossense voltou para a zona positiva, segundo a Fecomércio-MS, refletindo maior otimismo sobre o faturamento das empresas e a percepção de melhora gradual do ambiente de negócios. Esse comportamento, ainda que moderado, ajuda a explicar por que o setor tem evitado retrações mais significativas.

Se o cenário geral aponta otimismo moderado e manutenção das vagas, o dia a dia do varejo ainda divide opiniões. A empresária Leni Fernandes, do ramo de joias, semijoias, ótica e gastronomia, afirma que já contratou.

“Na parte do restaurante, contratamos duas pessoas temporárias. E, na parte das lojas de joias, vamos contratar cinco pessoas temporárias. Acreditamos muito que o movimento vai ser muito bom, vai ser melhor que o do ano passado. A expectativa nossa é de que tenha um aumento até 10% a mais do que o ano passado”, afirma.

A empresária Cláudia Barros, proprietária de loja de roupas, reforça que, apesar da expectativa para dezembro, o ritmo das vendas ainda não inspira movimentos mais ousados.

“Estamos com muito receio em contatar, porque as vendas estão em ritmo lento. Estava com expectativa de contratar três vendedoras para o fim do ano, mas, como o cenário é de cautela, vou contratar somente uma. A demanda de festas de fim de ano aumenta, mas temos que ter cautela porque o ano passado não foi como o esperado. Mesmo assim, temos que ser otimistas”.

O relato confirma a postura de “otimismo com freio de mão puxado” observada em grande parte dos lojistas, que equilibram a expectativa de aumento de fluxo com a necessidade de reduzir riscos em um ambiente econômico ainda instável.

Além do comércio de rua e dos shoppings, o varejo alimentar também reforça o movimento de contratações temporárias. A rede Assaí Atacadista, por exemplo, abriu cerca de 40 vagas temporárias para operar nas unidades de Mato Grosso do Sul entre 24 de novembro e 24 de dezembro.

As oportunidades incluem funções como operador de caixa, repositor de mercearia e repositor de perecíveis, todas com possibilidade de efetivação após o período contratual.

DIFICULDADE

O movimento identificado pela ACICG, contudo, não é unânime. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG) pontua que há dificuldade para encontrar trabalhadores. O presidente da entidade, Adelaido Vila, afirma que o problema se agravou neste ano e tem afetado o funcionamento de lojas.

“A coisa está extremamente grave, a gente não acha trabalhadores mais. E não estamos falando nem de pessoas qualificadas, a gente não encontra pessoas que vão todo dia ao emprego. Desde o início do ano, estamos com mais de 2 mil vagas abertas. A gente não está conseguindo achar gente para trabalhar”.

Segundo ele, fatores como preferências da geração mais jovem, o nível de assistencialismo e a atratividade das vagas públicas têm contribuído para o cenário.

Reportagem já publicada pelo Correio do Estado apontou a dificuldade de alguns setores em contratar trabalhadores.

Dados da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) apontam que o Estado encerrou o ano passado com 24.280 vagas de trabalho não preenchidas. Conforme os especialistas ouvidos à época, as principais causas são a falta de qualificação e o desinteresse do trabalhador.

Outro ponto destacado é o alto número de pessoas que recebem benefícios sociais, tanto estaduais quanto federais.

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