Economia

43 ANOS

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Diversificação da base econômica vai manter o Estado em crescimento no pós-pandemia

Mesmo diante da pandemia, MS registra bons resultados e projeta investimentos em logística, agronegócio e infraestrutura

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Mato Grosso do Sul faz 43 anos neste domingo (11), em meio à maior crise sanitária mundial. Mesmo diante das dificuldades, o Estado se mantém resiliente e registra crescimento em um ano de perdas. 

Para o pós-pandemia, a projeção é investir na diversificação da base econômica, facilitar a logística e melhorar a infraestrutura.

Pesquisa recente da Tendência Consultoria mostra que MS é o estado que terá maior capacidade de se adaptar à pandemia. 

A estimativa é de que, enquanto o País chegue ao fim do ano com o Produto Interno Bruto (PIB) negativo, MS chegue com resultado positivo de 2,7%.

 Segundo o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o Estado é o sexto mais competitivo do País, o quarto em capacidade de investimentos e já começou a retomada.

“Com a nossa política de desenvolvimento, temos atraído novos investimentos, diversificando nossa base e agregando valor à economia local. Mesmo atravessando a crise do coronavírus, ficamos entre os que mais geraram empregos e teremos o melhor crescimento econômico em 2021. A nossa retomada já começou, vamos continuar trabalhando dia após dia para que Mato Grosso do Sul continue se desenvolvendo e gerando oportunidades”, frisou Azambuja.  

De acordo com o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a gestão do ente federado está focada na diversificação da produção estadual e para isso precisa melhorar a logística.

“Nosso foco neste momento de 43 anos do Estado é a questão logística, estamos focados na Rota Bioceânica, o projeto de acesso à ponte já está avançando, a estruturação dos portos tem avançado, na quinta-feira saiu o edital da licitação dos aeroportos de Mato Grosso do Sul, que é outra medida importante para que possamos avançar”, disse Verruck, ressaltando que a reativação da malha ferroviária também é um dos pontos importantes para melhorar a logística.  

Arrecadação aumentou 9%

Nos oito primeiros meses de 2020, a arrecadação com a principal receita, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), aumentou 9,26% em relação ao ano passado. 

De janeiro a agosto de 2019, foram R$ 5,811 bilhões angariados com o imposto, contra R$ 6,349 bilhões no mesmo período de 2020 – R$ 538 milhões a mais.  

No início da pandemia, havia projeção de queda nas receitas, o que não se confirmou. O secretário explica que diversos fatores ajudaram o Estado a se manter com bons resultados. 

“Existem vários fatores que não são intrínsecos à ação do próprio governo. Primeiro, a desvalorização da moeda brasileira, que propiciou uma ativação nas vendas do agronegócio de uma maneira bastante significativa e deu um dinamismo adequado. Então, quando a gente fala que o agronegócio foi o responsável por essa manutenção, está correto. Foi demanda internacional relacionada à taxa de câmbio desvalorizada, isso fez com que tivéssemos uma aceleração das exportações, manutenção da atividade externa, enquanto a atividade interna tinha uma redução de consumo e das estruturas”, disse.  

O secretário ainda reforça que medidas como o aumento de crédito para empresários e o auxílio emergencial para a população ajudaram o Estado a se manter em crescimento.

 “O auxílio emergencial colocou praticamente R$ 3 bilhões na economia de MS. Os programas desenvolvidos tanto pelo governo do Estado, por meio do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), como pelo governo federal criaram um giro na economia”, destaca Verruck.  

Agronegócio teve o melhor desempenho

O agronegócio foi o que proporcionou os maiores resultados no ano e se projeta para um pós-pandemia ainda mais positivo. 

De janeiro a setembro de 2020, o Estado exportou US$ 4,634 bilhões, valor 14,27% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. 

O desempenho é impulsionado pelas operações de soja, decorrente dos preços em dólar no mercado internacional e da desvalorização da moeda brasileira.  

O resultado fez com que o superavit na balança comercial sul-mato-grossense já alcance US$ 3,214 bilhões, alta de 35,59% em relação aos nove primeiros meses de 2019, quando a diferença entre importações e exportações chegou a US$ 2,370 bilhões.

“O setor fundamental neste primeiro momento com o menor impacto é o agro, a produção da proteína animal, das commodities de soja e milho, de eucalipto e celulose. O que manteve o Estado foi a diversificação de sua base econômica. E sua produção e agroindustrialização de seus produtos. A indústria também teve um papel fundamental. O agro com sua agroindústria, que faz todos os processamentos necessários, e a estratégia que a gente tem adotado é a da diversificação”, afirma Verruck.

Investimentos no pós-pandemia

Para o próximo ano, é projetado crescimento da área de produção de soja de 7% e mais uma safra recorde chegando a 11,5 milhões de toneladas, ante as 11,3 milhões de toneladas colhidas em 2020.

“Terminamos a safra de milho também com recorde de produtividade, com 10,6 milhões de toneladas. Isso tudo mostrando o quanto Mato Grosso do Sul tem investido em tecnologia e em expansão de novas áreas, e isso demanda ações do setor público, principalmente na área da infraestrutura, por meio dos recursos do Fundersul”, contextualiza.

O secretário ainda reforça que para os próximos dois anos mais duas indústrias de processamento de celulose devem se instalar no Estado. 

“Um trabalho forte na questão da produção do etanol de milho e, consequentemente, consumindo esse milho internamente. Lançamos o programa Propeixe, para aumentar a produção do pescado. A ideia é expandir a avicultura, Mato grosso do Sul em três ou quatro anos aumenta em 30% ou 40% a produção avícola. A suinocultura está desenhada para que possamos nos desenvolver também”, considerou.  

Verruck conclui dizendo que o Estado ainda precisa caminhar para ter um bom programa de conservação de solo e água.

 “É fundamental para manter a produtividade. A manutenção do crédito, dos fundos constitucionais. A intensificação da pecuária, a carne de qualidade e a irrigação. Claramente, a agricultura caminha para sua intensificação por meio do processo de irrigação e a indústria, é claro, vem para agregar valor”, finaliza.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

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