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Dólar sobe a R$ 5,66 e Bolsa cai após Guedes pedir licença para furar teto por Auxílio Brasil de R$ 400

A Bolsa de Valores brasileira, que chegou a cair 4,57%, à mínima de 105.713 pontos, fechou em queda de 2,75%

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O dólar subiu 1,88%, a R$ 5,6670, nesta quinta-feira (21), após ter alcançado a máxima de R$ 5,6910 às 15h19, uma alta de 2,31% em relação ao fechamento da véspera. A Bolsa de Valores brasileira, que chegou a cair 4,57%, à mínima de 105.713 pontos, fechou em queda de 2,75%, a 107.735 pontos.

Os mercados refletiram os temores sobre o risco fiscal após o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira (20), falar em licença para gastar fora do teto, regra que limita o crescimento das despesas públicas.

A medida é vista pelo governo como uma forma de viabilizar o valor de R$ 400 do novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil. O ministro afirmou ainda que o governo quer ser popular, não populista, e que a decisão de furar o teto é política.

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Em meio à turbulência gerada pelas declarações do ministro, os juros futuros aumentaram os prêmios, com o DI para janeiro de 2025 em alta de quase 60 pontos-base, a 11,48% ao ano.

A percepção do mercado sobre o risco de inadimplência do país, medido pela valorização dos contratos de CDS (Credit Default Swap) com prazo de vencimento de cinco anos, avançou 6,05%, a 226,20 pontos, o patamar mais alto desde março.

Investidores já estavam preocupados com a saúde das contas públicas brasileiras desde que o governo sinalizou a intenção de romper o teto para garantir para ampliar o Bolsa Família. 

Alguns analistas já projetavam que o dólar passaria a testar a barreira dos R$ 6 diante desse cenário.

O valor de R$ 400, acima dos R$ 300 estimados anteriormente, é uma exigência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), preocupado com a popularidade às vésperas da campanha eleitoral. 

A adesão do próprio Guedes à proposta de furar o teto de gastos, no entanto, piorou o cenário na avaliação dos investidores.

Pela manhã, ativos brasileiros cotados no exterior também registraram queda devido à fala de Guedes na véspera.

Contratos de real transacionados na CME (Bolsa Mercantil de Chicago) caíam 1,4%, com US$ 1 valendo R$ 5,63. Em Paris, um ETF (Exchange Traded Fund, também conhecido como índice de fundo) que acompanha o Ibovespa, principal indicado da Bolsa brasileira, perdia 3,4%, maior queda desde o início de setembro e indo em direção ao menor patamar desde março passado.

O ministro afirmou que a discussão sobre o Auxílio Brasil envolve duas possibilidades no momento: revisar os índices de correção que impactam o teto de gastos ou pedir uma licença para fazer um gasto temporário até o fim de 2022.

Na terça-feira (19), quando a determinação do presidente para o aumento de gastos veio à tona, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa, caiu 3,28%, a 110.672 pontos, chegando a recuar 3,91% durante a tarde, quando atingiu a mínima de 109.947 pontos.

Para analistas, Guedes jogou a toalha ao abrir espaço para a ala política do governo decidir sobre o aumento de gastos, deixando de ser a última barreira para a implosão do alicerce fiscal do país.

A disparada do dólar e dos juros futuros, além do aumento do risco-país, são as consequências imediatas da percepção do mercado sobre o desequilíbrio das contas públicas, levando o país a um conhecido ciclo que combina inflação e baixo crescimento, segundo Rodrigo Marcatti, especialista da Veedha Investimento.

"Os juros futuros estão explodindo a patamares inimagináveis há dois meses", diz Marcatti. "A situação de perda do alicerce fiscal pode gerar mais inflação, que gera mais alta nos juros, e a gente entra naquele ciclo conhecido de Brasil", afirma.

O aumento dos gastos do governo obrigará o Banco Central a continuar acelerando a alta da taxa básica de juros (Selic) até as eleições em outubro de 2022, avalia Paulo Duarte, economista-chefe da Valor Investimentos. 

"Até pela queda da popularidade do presidente Jair Bolsonaro, a tendência é isso se intensificar com a aproximação das eleições", diz.

O exterior ajudou pouco nesta quinta, dia em que alguns dos principais mercados operaram em baixa em meio a renovados temores relacionados ao mercado imobiliário chinês.

Nos Estados Unidos, os índices passaram a se recuperar perto do fechamento no pregão. O Dow Jones caiu 0,02, enquanto S&P e Nasdaq subiram 0,30% e 0,62%, respectivamente.

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Economia

Lula diz que não quer criticar taxa de juros, mas que 'está difícil'

Presidente afirma que crescimento da economia neste ano vai surpreender os 'pessimistas'

22/04/2024 18h00

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Agência Brasil/

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (22) que não iria repetir as tradicionais críticas às taxas de juros, para não ofuscar as medidas que são anunciadas pelo seu governo. No entanto, acrescentou que "todo mundo sabe que está difícil".

"Eu não quero nem falar mal de juros, de outras coisas, se não a manchete do jornal será essa e não o programa Acredita", afirmou o presidente Lula.
"Você veja que ninguém falou mal de juro, que ninguém falou mal. Todo mundo sabe que está difícil, mas hoje, aqui, a gente tomou a seguinte decisão: a gente não ficar lamentando o que é difícil, o que a gente não controla. A gente vai fazer aquilo que a gente pode", completou.

Lula participou na manhã desta segunda-feira (22) de cerimônia de lançamento do Acredita, no Palácio do Planalto. Trata-se de de um programa estimular o crédito para empreendedores e famílias de baixa renda, além de renegociar dívidas de pequenos negócios.

A MP (medida provisória) que institui o programa prevê ainda medidas para impulsionar o mercado imobiliário e facilitar atração de investimentos estrangeiros para o Brasil.
O mandatário acrescentou que está otimista com o desempenho da economia brasileira. Disse que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), em 2,9%, surpreendeu já os críticos e analistas, mas que ainda não é o índice ideal. Acrescentou que "ainda é pouco".
"Um crescimento de 2,9% em 2023 é claro que é pouco, mas, diante da expectativa do mercado, foi excepcional. Não sou eu ou o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad acreditando na economia, são os empresários acreditando na economia", afirmou.
Lula então acrescentou que o crescimento da economia neste ano vai surpreender os "pessimistas".

"Eu quero alertar aos pessimistas: esse país vai crescer neste ano mais do que vocês falaram até agora. Os empregos vão ser gerados mais do que vocês imaginaram até agora. A massa salarial vai crescer mais do que vocês falaram até agora", completou.
O presidente então exaltou o programa lançado nesta segunda-feira, acrescentando que o desenvolvimento do país está necessariamente atrelado à criação de oportunidades e oferta de crédito para a população. E então disse que o principal benefício do programa é atender uma parcela da população que necessita de uma ordem menos de recursos, mas que não são atendidos pelos bancos privados.

"As pessoas que precisam de R$ 1.000, R$ 500, de R$ 1.500, de R$ 2.000, para curar uma dor qualquer que tenham dentro de casa. Banco não foi preparado para receber pobre, que chegue lá de sandália, não vou dizer o nome da sandália para não fazer propaganda", disse o presidente.
 

Economia

Bolsa sobe com impulso da Petrobras; dólar passa a cair

Investidores aguardam divulgação de índice de inflação acompanhado pelo Fed

22/04/2024 17h00

Arquivo/Agência Brasil

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A Bolsa brasileira engatou alta no início da tarde desta segunda-feira (22) com apoio das ações da Petrobras, que avançavam quase 2%.

O mercado segue acompanhando os desdobramentos sobre o pagamento dos dividendos da petroleira. Na sexta (19), a Folha noticiou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu sinal verde para o governo votar pela distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras.

A medida deve significar um ingresso de cerca de R$ 6 bilhões aos cofres da União, acionista controlador da empresa estatal.

Em comunicado ao mercado, a estatal disse que a maioria do conselho considera satisfatórios os esclarecimentos e atualizações sobre a financiabilidade da empresa no curto, médio e longo prazo de modo que a eventual distribuição dos dividendos não comprometeria a sustentabilidade da empresa.

"Eventual distribuição dos 50% remanescentes pela companhia, a título de dividendos intermediários, será avaliada pelo conselho de administração ao longo do exercício corrente", disse a Petrobras.


No câmbio, o dólar registrou alta durante a manhã, mas passou a registrar queda ante o real, num movimento de correção após forte alta na última semana.

Investidores estão à espera dos dados do índice de inflação americano PCE, o preferido do Federal Reserve (banco central americano), na sexta-feira. Após números de preços ao consumidor deste mês, os mercados adiaram apostas num primeiro corte de juros pelo Fed para setembro.

O mercado também aguarda números do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA referentes ao primeiro trimestre, a serem divulgados na quinta.

Às 13h50, o Ibovespa subia 0,61%, aos 125.88 pontos, enquanto o dólar recuava 0,32%, cotado a R$ 5,182. As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras subiam 1,87%.
Investidores também seguem de olho nas perspectivas fiscais do Brasil, num momento em que cresceram as apostas em desaceleração do afrouxamento monetário do Banco Central devido aos riscos de deterioração das contas públicas.

Em teoria, um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.
No entanto, esse impulso poderia não ter efetividade caso fosse motivado por deterioração do risco fiscal, já que esse também é um fator levado em consideração por agentes financeiros na hora de escolher destinos de investimento.

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