Economia

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Escassez hídrica já resulta em queda de 43% no escoamento de minério e soja

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico declarou situação crítica dos recursos hídricos do Rio Paraguai

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Enquanto a região sul do Brasil sofre com o excesso de chuvas, Mato Grosso do Sul já amarga situação crítica das condições de utilização dos recursos hídricos. Um desses impactos é a queda da movimentação de cargas, como o envio de soja e minério, por meio do Rio Paraguai. 

Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apontam a queda de 43,15% na movimentação portuária de MS. De janeiro a março de 2024 foram 906 mil toneladas de soja e minério embarcadas no Estado. Enquanto no mesmo período do ano passado foi registrado o envio de 1,6 milhão de toneladas. 

No recorte por tipo de carga, conforme os dados da Antaq, a queda acentuada também é percebida. O minério de ferro que sai da região de Ladário e Corumbá saiu do total de 1,4 milhão de toneladas em 2023 para 849 mil toneladas em 2024 - queda de 38%.

Já a soja, apresentou redução de 63%, nos primeiros três meses deste ano foram embarcadas 57 mil toneladas ante as 154 mil toneladas embarcadas no primeiro trimestre do ano passado. 

Os dados que já apontam para queda devem ficar ainda menores, considerando que o período de navegação comercial geralmente se intensifica nos meses de abril e maio.  

De acordo com o gerente de operações portuárias do terminal Grupo FV Cereais, Genivaldo Santos, os embarques de soja em Porto Murtinho estão prejudicados pelas condições hídricas e por baixa demanda. 

“O nível do rio [Paraguai] muito baixo encareceu o frete e assustou os exportadores. O próprio mercado da soja deixou de ser atrativo, para as exportações para a Argentina, por exemplo”, afirma.

Ele ainda detalha que em todo o ano passado foram mais de 1,6 milhão de toneladas de soja movimentadas.

“Até este momento tem pouco mais de 100 mil toneladas e sem perspectiva de melhora”, finaliza.

Conforme funcionário que atua nos portos da região de Ladário, mas preferiu não se identificar, o cenário de seca no Rio Paraguai impactou fortemente a logística de exportação de minério.

“As expedições registradas no primeiro trimestre ficaram abaixo de 10% comparada ao mesmo período do ano anterior”, assegura.

Dados da Marinha do Brasil apontam que o nível do Rio Paraguai em Ladário marcava 1,44 metro ontem (14). É o pior volume registrado nos últimos oito anos. Na mesma data, em 2018, a régua marcava 5,08 metros e no ano passado chegou a 3,36 m.

Em Porto Murtinho o cenário é parecido, conforme os dados da Marinha a régua marcava 2,26 m ontem, enquanto no dia 14 de maio do ano passado o nível era de 4,77 m e na mesma data em 2019 a régua marcava 5,90 metros. 

No ano passado, cerca de sete milhões de toneladas de minérios e soja foram despachados dos portos de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho.

ESCASSEZ

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aprovou, nesta segunda-feira (13), pela primeira vez na história, Declaração de Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos na Região Hidrográfica do Paraguai. 

A Resolução vigora até 31 de outubro deste ano, fim do período seco normal na bacia do Paraguai, a principal do Pantanal. A declaração poderá ser prorrogada caso a estiagem persistir ou na hipótese de que ocorram chuvas que levem à elevação dos níveis, ela poderá ser suspensa. 

A decisão foi tomada devido ao cenário observado na Região Hidrográfica do Paraguai, embasado por manifestações de entidades como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB), de escassez hídrica relevante em comparação com períodos anteriores. 

Além da navegação, a situação desfavorável nessa região pode resultar em impactos aos usos da água, sobretudo em captações para abastecimento de água – especialmente em Corumbá, atividades de pesca, turismo e lazer. 

A ANA possui a competência legal de declarar a situação crítica de escassez quantitativa ou qualitativa de recursos hídricos nos corpos hídricos que impactem o atendimento aos usos múltiplos em rios de domínio da União (interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais), por prazo determinado, com base em estudos e dados de monitoramento. 

A partir da decisão, a Agência vai intensificar os processos de monitoramento hidrológico da Região Hidrográfica do Paraguai, identificando impactos sobre usos da água, e propor eventuais medidas de prevenção e mitigação desses impactos em articulação com diversos setores usuários. 

Esta decisão também servirá de subsídio para a definição de regras especiais de uso da água e operação de reservatórios, pela ANA, não previstas nas outorgas ou regras de operação existentes. 

Outro ponto é que a partir disso as entidades reguladoras e prestadores de serviço de saneamento básico podem adotar mecanismos tarifários de contingência com o objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes da escassez de água. 

Mais uma medida que a ANA adotou devido à seca foi a instalação da Sala de Crise do Alto Paraguai como ambiente para compartilhamento das melhores informações disponíveis para subsidiar a tomada de decisão nesse cenário. 

**Colaborou Neri Kaspary

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LOTERIA

Resultado da Super Sete de ontem, concurso 705, quarta-feira (11/06): veja o rateio

A Super Sete tem três sorteios semanais, às segundas, quartas e sextas, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

12/06/2025 09h05

Confira o resultado da Super Sete

Confira o resultado da Super Sete Foto: Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 705 da Super Sete na noite desta quarta-feira, 11 de junho de 2025, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 1 milhão. Nenhuma aposta saiu vencedora e o prêmio acumulou para R$ 1,6 milhão.

  • 7 acertos - Não houve ganhadores;
  • 6 acertos - 4 apostas ganhadoras (R$ 5.379,91 cada);
  • 5 acertos - 48 apostas ganhadoras (R$ 640,46 cada);
  • 4 acertos - 497 apostas ganhadoras (R$ 61,85 cada);
  • 3 acertos - 4.427 apostas ganhadoras (R$ 5,00 cada);

Confira o resultado da Super Sete de ontem!

Os números da Super Sete 705 são:

Verifique sua aposta e veja se você foi um dos sortudos deste concurso.

  • Coluna 1:  8
  • Coluna 2:  6
  • Coluna 3:  6
  • Coluna 4:  5
  • Coluna 5:  3
  • Coluna 6:  1
  • Coluna 7:  3

O sorteio da Dupla Sena é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Super Sete 706

Como a Super Sete tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na sexta-feira, 13 de junho, a partir das 20 horas, pelo concurso 706. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Super Sete é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

Como jogar na Super Sete

Os sorteios da Super Sete são realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 19h (horário de MS).

O Super Sete é a loteria de prognósticos numéricos cujo volante contém 7 colunas com 10 números (de 0 a 9) em cada uma, de forma que o apostador deverá escolher um número por coluna.

Caso opte por fazer apostas múltiplas, poderá escolher até mais 14 números (totalizando 21 números no máximo), sendo no mínimo 1 e no máximo 2 números por coluna com 8 a 14 números marcados e no mínimo 2 e no máximo 3 números por coluna com 15 a 21 números marcados.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6,  9 ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

O valor da aposta é R$ 2,50.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas sete dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 158.730, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 21 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 280, ainda segundo a Caixa.

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RELAÇÃO COMERCIAL

Mato Grosso do Sul amplia em 32% exportações de proteínas animais

Mesmo com gripe aviária e riscos tarifários, o Estado negociou US$ 751 milhões em cinco meses de 2025

12/06/2025 09h00

Mato Grosso do Sul amplia em 32% exportações de proteínas animais

Mato Grosso do Sul amplia em 32% exportações de proteínas animais Gerson Oliveira

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Mesmo diante de um cenário externo complicado, passando pelo foco de gripe aviária no Brasil e os riscos tarifários impostos pela “guerra comercial” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Estado aumentou em 32% as exportações das proteínas
animais. 

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) apontam que, de janeiro a maio de 2024, foram negociados US$ 567,707 milhões e, no mesmo período deste ano, foram US$ 751,279 milhões – alta de 32,33%.

Em volume exportado, somando as carnes bovinas e de aves, a alta foi de 22%. No ano passado, foram 158.267 toneladas enviadas ao exterior, enquanto, de janeiro a maio deste ano, foram 192.818 toneladas negociadas.

Apesar de a celulose ser o principal produto da pauta de exportações, a carne bovina deu um salto de 36,5% no período analisado. De janeiro a maio de 2024, a carne bovina foi responsável por US$ 443,669 milhões negociados, já no mesmo período deste ano foram US$ 605,580 milhões. 

Esse avanço não se dá por acaso, já que a China, que absorve quase metade das exportações do Estado (46,6%), é o principal destino dessas vendas. Além disso, os Estados Unidos voltaram a figurar entre os grandes compradores, impulsionados por aberturas pontuais de mercado. 

O boom americano ocorre, em parte, como resposta dos importadores ao risco de novas tarifas impostas pelo governo de Trump. Conforme já publicou o Correio do Estado, mais da metade das compras norte-americanas de produtos de Mato Grosso do Sul é de proteína animal, aproximadamente 60% do total. 

“Se o mercado externo se mantiver aquecido e o dólar alto, a renda dos produtores e o lucro dos frigoríficos tendem a se manter em alta”, analisa o mestre em Economia Eugênio Pavão.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos trazem novos desafios de relação comercial.

“Para que eu continue vendendo pelo mesmo preço, vou ter de comprimir minha margem ou ser mais competitivo”, explicou ao Correio do Estado.

AVES

Mato Grosso do Sul amplia em 32% exportações de proteínas animais

Ainda conforme o Mdic, quanto às carnes de aves, o aumento foi de 17,5% em relação à receita, saindo do acumulado de US$ 124,038 milhões para US$ 145,699 milhões, e de 16,9% em relação ao volume, saindo de 63.844 toneladas para 74.565 toneladas, mesmo em cenário impactado pelo foco de gripe aviária identificado no Rio Grande do Sul.

No dia 16 de maio deste ano, um foco da doença em uma granja comercial da cidade de Montenegro provocou a suspensão, por 60 dias, das exportações brasileiras de frango para a China e a União Europeia.

Essa restrição atinge diretamente unidades de MS – BRF, em Dourados, Bello Alimentos, em Itaquiraí, e Seara, em Sidrolândia –, pressionando a logística e a competitividade estadual.

“Essa crise vem em um momento em que o Brasil aumentava a sua participação no mercado internacional de proteína animal, com carne bovina, suína, frango, etc. O principal risco para o País é a duração do ‘boicote’ às aves brasileiras. Caso a contaminação se espalhe por outros estados, podem surgir barreiras sanitárias fortes contra os produtos brasileiros, bem como a substituição do Brasil por outros mercados fornecedores de carne”, finaliza Pavão.

DIVERSIFICAÇÃO

Em um momento estratégico de expansão econômica, Mato Grosso do Sul viu suas exportações atingirem US$4,288 bilhões entre janeiro e maio de deste ano, uma alta de 2,95% em relação a 2024. 

A celulose foi o principal destaque positivo no período, liderando a pauta com US$ 1,44 bilhão, crescimento de 78,1% em relação ao mesmo período de 2024. A soja, segundo item da pauta em termos de valor, totalizou US$ 1,16 bilhão, com retração de 26%.

“O bom desempenho da indústria e a expansão da celulose como principal produto da pauta exportadora reforçam a estratégia de diversificação econômica do Estado”, comenta Verruck.

Mato Grosso do Sul exportou 10,8 milhões de toneladas no período de janeiro a maio deste ano, quantidade 10,6% superior à dos cinco primeiros meses de 2024. Com esse desempenho, o Estado acumula superavit comercial de US$ 3,25 bilhões, alta de 8,41% em relação ao ano passado.

A indústria de transformação cresceu 29,7% em valor e 25,4% em volume, enquanto a agropecuária recuou 34,4% em valor, refletindo mudanças estruturais no perfil exportador.

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