Três Lagoas será oficialmente a sede da fábrica de fertilizantes da Petrobras em Mato Grosso do Sul. O investimento na construção da fábrica pode chegar a R$ 3 bilhões e, como outros empreendimentos de porte semelhante já instalados no município, pode gerar entre sete mil e oito mil empregos na fase de construção. As informações foram repassadas ontem pela prefeita da cidade, Simone Tebet (PMDB), após reunião na Governadoria, com seis técnicos da estatal e o governador do Estado, para discutir as providências para instalação do empreendimento que produzirá ureia granulada e perolada. “A fábrica vem, mas tem questões de logística, tributária, ambientais e de mão de obra a serem resolvidas”, disse Simone, que negou qualquer negociação política na escolha do local. A decisão da Petrobras e o resultado das análises técnicas devem sair até o início das eleições, em outubro, e a produção de fertlizantes só começa em 2013. Para brigar pelo empreendimento, a prefeitura cedeu à petrolífera um terreno de 300 hectares. Já o Governo do Estado cortou impostos para construção do prédio e compra de maquinário, veículos, móveis e materiais de escritório. Além disso, de acordo com o governo, em troca da fábrica, a Secretaria de Fazenda de MS votaria a favor da redução na alíquota nacional do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). A cada três meses, os secretários de Fazenda dos estados brasileiros encontramse para discutir assuntos de natureza tributária. Disputa A fábrica, anunciada em novembro pelo governador, tornou-se alvo de disputa entre estados e as cidades de Campo Grande, Corumbá e Três Lagoas – a última levou a melhor por superar a Capital em água disponível, e Corumbá, por estar mais perto de São Paulo. “Fomos escolhidos por oferecer melhores condições de logística e de produção”, disse Simone, que chegou a afirmar que abriria mão da fábrica para evitar disputa com outras cidades. A Petrobras estuda construir outras duas unidades no Brasil, além da de Três Lagoas, para produzir fertilizantes em volume suficiente para suprir a demanda interna. “Acredito que o burburinho em outros estados foi criado pela ansiedade em saber qual será a primeira unidade a ser construída”, analisa a prefeita. Expectativa Três Lagoas deve continuar em ritmo intenso de crescimento, ainda mais veloz com a fábrica da Petrobras. “Uma fábrica como essa qualifica a mão de obra e os salários maiores aquecem o mercado e geram qualidade de vida”, avalia a prefeita Simone Tebet. Segundo ela, o piso salarial da cidade, no valor de R$ 1.000, é mais encorpado que o do resto do Estado. Fertilizante insuficiente O Brasil importa cerca de 60% do fertilizante que utiliza. A Petrobras, maior produtora de matéria-prima para fertilizantes do Brasil, tem três unidades produtoras. A mais antiga, criada em 1971, está em Camaçari (BA) e a outra, em Laranjeiras (SE). A construção de unidades, como a de MS, deverá aumentar a produção, diminuindo preços aos produtores e, consequentemente, dos alimentos.