Elias Luz
04/08/2022 18:04
A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Sistema Fiems) emitiu – de forma oficial – um sinal de alerta com a alta dos juros para 13,75% da Taxa de Serviço de Liquidação e Custódia – a popular taxa Selic.
No ambiente industrial do Estado, calafrios empresariais dão a tônica desta preocupação e a cúpula da Fiems começa a defender uma articulação política “para mudar os rumos desta política”.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) será em setembro e as chances da taxa Selic aumentar são bem maiores que diminuir.
Na Fiems, o raciocínio nesse cenário – de juros exorbitantes - compromete a capacidade de investimento das empresas privadas e traz riscos de inadimplência aos financiamentos já contratados.
Segundo Sérgio Longen, para combater a inflação, o governo eleva os juros como único remédio a ser utilizado.
“No entanto, isso tem um limite aceitável. No nosso entendimento, esse limite começou a ser ultrapassado. Isso mata a atividade e coloca em risco quem já contraiu dívidas com juros pós-fixados. As empresas vão começar a não pagar os empréstimos, porque é impossível aceitar juros para investimento nessas condições”, afirmou Longen.
A elevação em 0,50 ponto percentual da taxa Selic veio em linha com o esperado pelo mercado e representa o 12º aumento consecutivo na taxa de juros, alcançando o maior patamar desde novembro de 2016.
Outro problema que preocupa a cúpula da Fiems é a falta de mão de obra.
De acordo Sérgio Longen, mesmo promovendo ações de qualificação profissional gratuitas, o setor privado enfrenta dificuldade para preencher vagas abertas, por causa da concessão indiscriminada de benefícios sociais.