Com o novo corte da Selic para 8% ao ano, anunciada na semana passada, cadernetas de poupança com depósitos feitos a partir de 4 de maio estão rendendo menos. No entanto, os ganhos da tradicional aplicação superam ainda a rentabilidade oferecida pela maioria dos fundos de renda fixa atrelados aos juros básicos.
Para escolher a aplicação, o investidor deve avaliar os custos com a taxa de administração e Imposto de Renda dos fundos, além do prazo da aplicação.
“Com a Selic atual a poupança só perde para os fundos, independentemente do prazo de resgate, quando a taxa de administração cobrada pelos fundos for a mais baixa (de 0,50% ao ano) normalmente para aplicações de valores maiores acima de R$ 50 mil”, explica Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade).
O ganho líquido mensal dos fundos de renda fixa com taxa de administração a partir de 1,5% ao ano sempre perde para a rentabilidade oferecida pela poupança, segundo os cálculos da Anefac. No prazo de um ano, por exemplo, uma aplicação de R$ 10 mil na poupança renderia 5,80% ao ano, já incluindo TR (Taxa Referencial). O aplicador chegaria a um saldo final de R$ 10.580,00.
Para fundos de renda fixa que cobram taxas de 1,5%, o ganho cai para 5,53% ao ano, o que representa um rendimento de R$ 553,37, de acordo com as simulações feitas pela entidade.
Com taxa de 1% ao ano, compensa apenas o retorno das aplicações com mais de dois anos, pois a alíquota de IR fica mais baixa a partir desse período.
Já a poupança antiga – depósitos realizados até 3 de maio – continuará com um rendimento superior aos dos fundos em todas as situações, com a exceção das aplicações com a taxa de administração de 0,50% ao ano e prazo de resgate superior a 2 anos. Nesse caso a poupança empata com os fundos.