Economia

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Gasolina sobe 10% na refinaria e litro deve ficar acima de R$ 4

Em Campo Grande, o combustível varia entre R$ 3,78 e R$ 3,99, antes do aumento

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A Petrobras informou às distribuidoras que vai aumentar a gasolina em 10% a partir desta terça-feira (9) nas suas refinarias. O valor do litro vai subir, em média, em R$ 0,13,  nas refinarias de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos (Sinpetro-MS) . O reajuste é o primeiro anunciado pela Petrobras em junho e soma-se a quatro aumentos consecutivos aplicados pela empresa para a gasolina em maio.  O sindicato aponta ainda que o aumento nas bombas deve ser de em média R$ 0,10.  

Conforme pesquisa da reportagem do Correio do Estado, o litro da gasolina comercializado em Campo Grande ontem variava entre R$ 3,78 e R$ 3,99. De acordo com o diretor do Sinpetro, Edson Lazarotto, o consumidor deve sentir alta de R$ 0,10 por litro, fazendo com que o litro volte a ultrapassar R$ 4.  

“Nas bombas deve refletir em média em torno de dez centavos.  Por ser um mercado de livre concorrência, devemos aguardar a posição de cada revendedor para chegar ao preço final”, explicou Lazarotto.

O aumento da estatal segue o movimento de alta do petróleo no mercado internacional da semana passada. Esta semana, a commodity opera em queda por dúvidas em relação ao real tamanho do corte de produção que será praticado em junho e julho. “O preço do barril de petróleo no mercado internacional subiu nos últimos dias 19% , e a Petrobras utiliza essa paridade para sua comercialização”, informou o diretor do Sinpetro.

Ontem, a commodity do tipo Brent, usada como parâmetro pela Petrobras, operava, cotada a US$ 41,79 o barril. Mesmo em baixa, o valor da commodity é quase o dobro do verificado em abril, quando chegou a ser cotado a US$ 20 o barril.

Lazarotto ainda reforçou que o aumento pode demorar a chegar aos postos de combustíveis. “Saiu novo reajuste que valerá a partir de hoje. Como os postos são os últimos elos dessa cadeia, geralmente pode ocorrer aumento imediato ou no transcorrer de dias, depende do mercado”, informou.  

VENDAS

Durante o período de isolamento social, os donos de postos apontaram queda de até 70% nas vendas. Com a grande oferta e a baixa procura, os preços foram reduzidos no período. Com a flexibilização das regras de isolamento e o retorno das atividades econômicas, houve um aumento na demanda, mas atualmente os donos de postos percebem uma estagnação.  

“As vendas continuam estagnadas, porque tem muitas empresas fechadas , com horários reduzidos ou em home office, escolas que ainda não reabriram, etc. As perdas no volume de comercialização estão na ordem de 35% a 40%”, contextualizou Lazarotto.

Enquanto a gasolina aumentou, as cotações do diesel não sofrem alterações nas refinarias. O levantamento realizado pela reportagem do Corri encontrou o litro do diesel S10 a uma média de R$ 3,10, variando de R$ 2,99 a R$ 3,19 em Campo Grande.  

Já o litro do diesel comum apresenta o preço médio de R$ 3,06, com preço mínimo de R$ 2,99 e máximo de R$ 3,19. O etanol custa entre R$ 2,78 e R$ 2,99, com preço médio de R$ 2,95.

PESQUISA  

Levantamento realizado semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontou que o preço médio do litro da gasolina em Mato Grosso do Sul, entre os dias 31 de maio e 6 de junho, foi de R$ 3,95, variando entre o mínimo de R$ 3,74 e o máximo de R$ 4,50.  

Em quatro semanas o preço médio para o combustível subiu R$ 0,06. Entre os dias 10 e 16 de maio, o valor médio de comercialização era de R$ 3,89, enquanto na última semana foi a R$ 3,95 por litro.

A última vez em que o preço médio do combustível foi comercializado acima de R$ 4 foi na semana entre 26 de abril e 2 de maio, quando a média no Estado era de R$ 4,02.  

Os dados da Agência apontam ainda que o combustível mais caro é vendido em Corumbá. De acordo com a ANP, entre 31 de maio e 6 de junho, o litro da gasolina variou entre R$ 4,30 e R$ 4,50 na cidade branca, com preço médio de R$ 4,44. Enquanto o menor valor é comercializado em Campo Grande. Na Capital, o preço médio apontado pela pesquisa da Agência é de R$ 3,87 por litro, com valor mínimo de R$ 3,75 e máximo de R$ 3,98.  

PREÇOS NA ESTATAL

Nos primeiros dias de maio, o litro da gasolina era vendido nas refinarias a R$ 0,91, o menor preço praticado pela Petrobras desde 2004. Enquanto no dia 27 de maio, quando a Petrobras anunciou aumento de 12%, o litro passou a ser vendido a R$ 1,32. Com o novo aumento de 10% a partir de hoje, o litro deve ser repassado às distribuidoras por R$ 1,15, em média. 

SEGMENTO

Queda de 42% em empregos formais expõe apagão de mão obra na construção

Cenário de escassez de trabalhadores pode refletir em aumento no custo de obras, afirmam representantes do setor

20/04/2024 09h00

Grandes obras do Estado demandam profissionais qualificados Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O saldo de carteiras assinadas nos primeiros dois meses do ano em Mato Grosso do Sul divulgados pelo pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) evidencia o agravamento da carência de mão de obra na construção civil. 

Até fevereiro deste ano o setor acumulou 1,9 mil empregos formais, enquanto no ano passado o saldo foi praticamente o dobro, com 3,3 mil (-42,59%) contratados.

Ainda de acordo com os últimos dados do Caged, no 1º bimestre de 2024 foram criados 10.709 vagas de trabalho no Estado, onde 1.903 correspondem a setor da construção, ou seja, o correspondeu à apenas 17,77%. Na mesma proporção, no ano anterior, ao total 11.296 pessoas foram formalmente admitidas, com uma participação de 29,34% da construção civil do Estado, queda de 11,57 pontos porcentuais entre um ano e outro.

Em janeiro foram 1.214 novas carteiras registradas no segmento da construção. Enquanto no mês seguinte, o segmento contratou 689 novos trabalhadores formais, redução de 43,25%. O resultado foi obtido a partir de 7.047 admitidos contra 5.144 contratos de trabalho encerrados em dois meses, gerando estoque de 35.517. Já no cenário geral do mercado de trabalho foram contabilizados 39.054 pessoas contratadas e outras 33.056 desligadas. O estoque atual de trabalhadores com carteira registrada chega a 668.674 pessoas em Mato Grosso do Sul no acumulado do ano.

Segundo economistas consultados pelo Correio do Estado, mesmo diante da forte redução nas contratações, o setor tem alta demanda por trabalhadores devido à presença de grandes empreendimentos que estão se instalando no Estado.

A cidade de Ribas do Rio Pardo é um exemplo que se destaca, com saldo de 366 vagas na construção no mês de janeiro, como consequência da fase de edificação de fábricas. “Esse é efeito da vinda das grandes empresas como a Suzano e também grandes redes da construção civil”, avalia o doutor em Economia Michel Constantino.

O mestre em Economia Lucas Mikael também destaca outra grande obra que impacta amplamente o segmento. “Os investimentos na Rota Bioceânica e nas indústrias de celulose impulsionam a economia local, tornando o Estado uma opção atrativa tanto para investimentos industriais quanto para residência de trabalhadores futuros”, exemplifica.

 

Saldo de empregos na construção civil Saldo de empregos na construção civil 

SETOR

Diante do cenário, o risco de um apagão por falta de mão de obra se torna cada vez mais evidente. Conforme os representantes do setor, a falta de mão de obra começou em 2018, mas ganhou força durante pandemia, quando muitos profissionais decidiram se aposentar ou trocar o serviço pesado da construção por trabalhos informais, como o de motorista por aplicativo.

Os empresários do setor demonstram-se preocupados com o cenário atual. “A falta de pessoas para atender a demanda por mão de obra no setor da construção, atinge não somente as funções que exigem maior qualificação, mas também nas de menor exigência em qualificação, como as funções mais básicas de entrada no setor como servente e ajudante”, detalha o presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Kleber Luis Recalde.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Campo Grande (Sintracom), José Abelha Neto, atribui a carência de profissionais ao momento de crescimento que o Estado vivencia. 

“Hoje o problema de mão de obra está acontecendo devido a esse “boom” de novas construções, tanto na Capital quanto no interior”, afirma.

Abelha aponta ainda que diversas construtoras trabalham para realizar o lançamento de imóveis. “Incorporadoras estão contratando e encontram dificuldades de encontrar trabalhadores qualificados, pois a procura é muito grande”, explica. 

O presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul), Diego Canzi Dalastra, afirma que a falta de qualificação no segmento é um problema recorrente que vem se agravando nos últimos anos. 

“Trabalhadores de serviços específicos da construção civil como por exemplo, azulejista, eletricista, pintor, calheiro, marmoreiro, essas profissões que exigem um treinamento mais técnico sempre estão em falta”, lista.

Para Dalastra o principal impacto é o aumento do custo da mão de obra. “Lei da oferta e demanda e principalmente o tempo que acaba atrasando os cronogramas por falta de mão de obra”, conclu.

INTERIOR

Para o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS) a ausência de mão de obra também se agrava na Capital pelas obras no interior, e ainda construções de alto padrão em cidades do agronegócio. “A mão de obra de Campo Grande costuma ser mais qualificada e como estas cidades [do interior] estão a todo vapor acabam levando temporariamente a mão de obra da Capital”, salienta.

O presidente do Sinduscon acrescenta que as grandes plantas industriais implantadas no Estado contratam um número impressionante de operários durante a fase de construção. “De modo inexorável desequilibra ainda mais a relação entre a oferta e a demanda de mão de obra no setor”, reforça.

Para Neto, a expansão da construção ocorre em massa por todo Estado, porém, cidades do interior como Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia e Paraíso das águas se destacam. “Hoje a gente sabe que a fábrica da Suzanno emprega 12 mil trabalhadores. Muitos desses vêm de outros estados para completar o quadro aqui, justamente pela ausência de mão de obra”, relata.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destaca que o mercado da construção civil em Mato Grosso do Sul está extremamente ativo não só por causa das indústrias, mas o mercado residencial também com a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida.

“O problema não é oferta e sim o profissional estar disposto, pois o que acontece é que a pessoa que é servente não quer continuar nessa posição, ele quer melhorar. E outro grande problema é que não estamos conseguindo inserir o jovem nessa profissão”, analisa.

Verruk ainda afirma que o Estado continuará criando novas vagas para a área e por consequência gerará o encarecimento da mão de obra, exigindo uma melhor realização, devido à inexistência dessa mão de obra.
No âmbito da qualificação o secretário destaca que governo seguirá com as ações. “A gente vai continuar oferecendo esses cursos no ramo da construção, que é eletricista, azulejista entre outros”, finaliza.

 

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IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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