Economia

BENEFÍCIO

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Governo federal já pagou R$ 2,71 bilhões em auxílio emergencial no Estado

Programa criado para enfrentamento da crise beneficiou mais de 852 mil pessoas no Estado

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O número de beneficiários do auxílio emergencial chegou a 852,4 mil em Mato Grosso do Sul. Até o mês de agosto, 844 mil tinham acesso ao recurso. 

Criado para ajudar trabalhadores informais, desempregados, microempreendedores individuais (MEIs), beneficiários do Bolsa Família e pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), o benefício tem o intuito de reduzir os efeitos da crise econômica causada pela pandemia. 

De abril até o mês passado, foram injetados R$ 2,71 bilhões na economia estadual, segundo o Ministério da Cidadania.  

Os dados incluem os que já receberam as cinco parcelas de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mulheres chefes de família), os que continuam recebendo e os que entraram na lista há alguns meses. 

Entre os que entraram na lista há pouco tempo está uma microempreendedora de 31 anos, que preferiu não se identificar. Ela conta que solicitou o auxílio em abril, mas só conseguiu receber a primeira parcela em setembro.

“Eu me cadastrei, porque sou MEI e estava desempregada na época, ou seja, tinha direito de receber o auxílio. Após meses de análise, aparecia como se eu fosse funcionária pública, de um cargo que eu havia sido exonerada há mais de um ano. Procurei a Defensoria Pública da União para ter acesso ao auxílio. Somente em setembro fui avisada de que tinha sido aprovado e poderia sacar o recurso”, disse.  

Do total de beneficiários pelo programa em MS, 159,6 mil são do Bolsa Família, 191,8 mil são do Cadastro Único e 500,9 mil se cadastraram voluntariamente.  

Até o fim de setembro, de acordo com os dados do Ministério da Cidadania, foram pagos R$ 2,71 bilhões aos sul-mato-grossenses. 

Sendo R$ 663 milhões do Bolsa Família; para os beneficiários do CadÚnico, o montante chega a R$ 615,6 milhões; e para quem fez o cadastro no aplicativo Caixa Tem os recursos disponibilizados chegam a R$ 1,43 bilhão.

Segundo a economista Daniela Dias, o auxílio é a fonte única de renda de 10% da população estadual. O benefício ajudou a manter a movimentação econômica no Estado.

 “Esses recursos foram muito necessários, ajudaram a amenizar os impactos, foi em totalidade? Não, mas, entre nada e pouco, esse pouco pode significar muito para diversas famílias. E trouxe mais esperança para essas famílias que não tinham expectativa de renda mínima para sobrevivência nessa pandemia. No Estado, foi a principal fonte de renda de 10% da população, sem dúvida, foi uma ajuda vinda em um momento que precisava”, disse.

Pagamentos vão até dezembro

Na primeira parcela, foram pagos R$ 596 milhões para 852,4 mil pessoas; na segunda parcela, 819 mil pessoas receberam R$ 584,9 milhões; o terceiro ciclo de pagamentos chegou a 764,9 mil beneficiários, com R$ 559,1 milhões disponibilizados; a quarta etapa destinou R$ 553,7 milhões a 671,6 mil beneficiários; a quinta parcela foi paga a 446,8 mil e injetou R$ 415,3 milhões no Estado.  

A diferença nos valores por parcela considera o número de pessoas que já tiveram acesso aos pagamentos e ainda aqueles que por algum motivo deixaram de receber, como os que conseguiram um emprego no período.  

Conforme divulgado pela Caixa, os pagamentos foram divididos em ciclos, são seis ciclos no total a cada um deles, todos os beneficiários recebem uma nova parcela (seja de R$ 600, seja de R$ 300) conforme o mês de aniversário. 

Os ciclos não valem para quem está inscrito no Bolsa Família. Esse público recebe dentro do calendário próprio do programa.

A quantidade de parcelas total a que a pessoa terá direito depende do mês em que ela começou a receber o auxílio. O máximo são nove parcelas, sendo as cinco primeiras de R$ 600 e as quatro últimas de R$ 300.  

Quem recebeu a 1ª em abril tem direito a nove parcelas; aqueles que receberam em maio terão direito a oito pagamentos; quem teve acesso ao pagamento em junho terá sete auxílios no total; quem recebeu a primeira em julho terá acesso a seis pagamentos; já aqueles que contestaram o cadastro por meio da plataforma digital entre os dias 20 de julho e 25 de agosto e foram considerados elegíveis receberão no total cinco parcelas de R$ 600.

O auxílio emergencial foi criado em abril, inicialmente, para beneficiar os trabalhadores por três meses.

 Posteriormente, em junho, foi prorrogado por mais dois meses, somando cinco parcelas no total (de abril a agosto). 

No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que mais quatro parcelas seriam destinadas aos beneficiários (de setembro a dezembro), com o valor reduzido pela metade, ou seja, R$ 300.

Chefes de família

Do total de benefícios concedidos em Mato Grosso do Sul, 16,5% foram destinados a mulheres chefes de família. 

Dos 852,4 mil beneficiários, 141 mil são mulheres que sustentam seus lares. Já o total de pessoas que receberam a ajuda governamental representa mais de 30% da população do Estado, que é de 2,8 milhões de habitantes.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

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