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Governo planeja retomada segura da economia local

Com índice baixo de contagio, governo estuda abertura da economia do estado, devido alta demanda por carne e celulose.

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Com um dos menores índices de casos do novo coronavírus (Covid-19) no País, Mato Grosso do Sul começa a projetar a retomada econômica. As exportações principalmente dos produtos frigoríficos e celulose tem ajudado a reduzir os impactos da crise financeira que assola o País. De acordo com o Governo do Estado o objetivo é uma retomada segura da economia.

Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) apontam que, no primeiro trimestre, Mato Grosso do Sul registra superávit de US$ 493,3 milhões. De janeiro à março de 2020 foram exportados US$ 1,104 bilhão. Os principais produtos comercializados pelo Estado são celulose com 39% do total (US$ 431 milhões) e carnes com 20,9%, ou US$ 227,5 milhões e a soja com 19% ( US$ 215 milhões).

O titular da Secretaria de Meio Ambiente Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul (Semagro), Jaime Verruck, disse que o governo trabalha para que as atividades econômicas sigam protocolos. “Vamos ter uma retomada segura, trabalhando com os protocolos de segurança em todas as atividades econômicas. Temos uma situação positiva na questão da exportação, inicialmente tivemos um problema de logística no País, mas já foi mais ou menos superado. A gente continua com os números das exportações andando bem com a celulose, soja, e a gente já viu uma clara retomada dos abates tanto de bovinos, como suínos e aves. Então temos um posicionamento favorável em cima da questão do agronegócio”, disse Verruck.

Para Verruck, o achatamento da curva da Covid-19 no Estado, devido às medidas adotadas, pode ser exemplo para que a recessão econômica também seja contida. “Já existem algumas estimativas que se a gente fizer um bom plano de recuperação, podemos ter um achatamento da curva sobre o ponto de vista de queda do Produto Interno Bruto (PIB) e de queda de emprego, então é esse o nosso objetivo neste momento. Que também a curva de PIB e a curva de emprego não tenham um pico negativo na dimensão que ele poderia chegar, mas isso depende do comportamento da pandemia”, contextualizou.

No governo do Estado, a avaliação é de que as ações de biossegurança para evitar o avanço do coronavírus, que acabam restringindo a circulação de pessoas, e às vezes, de mercadorias, não podem ser consideradas antagônicas ao desenvolvimento econômico. Nesta semana, Mato Grosso do Sul foi o Estado com o menor número de casos absolutos de Covid-19 e, ao mesmo tempo, um dos que a população mais circula, e com menos restrições de atividades econômicas. Ao mesmo tempo, as cidades ainda impõem restriçoes às atividades comerciais que estão funcionando, e o poder público lançou mão de medidas como uso obrigatório de máscaras, reforço da higiene, distanciamento social e recomendações para que as pessoas fiquem em casa, sempre que possível.

PLANO

O Governo do Estado já desenha estratégias para traçar o rumo econômico do Estado. O projeto é construído em parceria entre a Semagro e a Secretaria de Governo (Segov). As pastas ainda não divulgaram quais os planos estratégicos para essa retomada econômica.

Segundo o secretário Eduardo Riedel, o trabalho para mitigação dos impactos econômicos está sendo construído no dia-a-dia com todos os setores. “Temos que avançar no apoio à reestruturação das cadeias produtivas e este é o foco do governo agora, a partir do momento que a pandemia no Mato Grosso do Sul apresenta índices aceitáveis. Nosso olhar está focado em medidas de recuperação dos prejuízos e, para acelerar essa retomada econômica, estamos conversando com todos os segmentos”, informou.

As atividades mais afetadas com a crise e o isolamento social foram os pequenos e médios negócios. A queda no faturamento das pequenas e médias empresas foi de 30%, de acordo com a Semagro. Para este público empresarial o governo ofereceu ampliação das linhas de crédito do Fundo Constitucional do Centro Oeste (FCO), prorrogação e suspensão de parcelas de empréstimos.

“Estamos definindo um projeto de recuperação econômica emergencial, com uma série de medidas, que a gente não está antecipando, porque estão em construção. Esse processo vai ser dinâmico, essas medidas vão depender de como se comporta a questão do combate [ao coronavírus], quantos casos e em que município. Isso já está sendo trabalhado entre Semagro e a Segov para que a gente através de indicadores a gente possa começar a avaliar”, concluiu o secretário Jaime Verruck.

Para o secretário de governo é importante que todo o planejamento leve em consideração os números da doença.  “Não podemos relaxar ou descuidar do comportamento de isolamento social, sob o risco de criar um impacto negativo na evolução da pandemia e perdermos o que conquistamos até agora”, frisou Riedel.

Economia

Câmara prorroga benefício a setor de eventos ao custo de R$ 15 bi até 2026

Na reta final das negociações, o Ministério da Fazenda conseguiu incluir no texto uma cláusula de segurança que garante o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) caso o custo do programa supere o limite de R$ 15 bilhões

23/04/2024 20h00

Projeto foi aprovado na noite desta terça-feira Divulgação

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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (23) o projeto de lei que trata de benefícios para o setor de eventos com 30 atividades beneficiadas e teto de R$ 15 bilhões de renúncia fiscal, após negociação do Ministério da Fazenda e líderes partidários da Casa.

A votação foi simbólica, ou seja, quando não há contabilização dos votos. Agora, o texto seguirá para o Senado.

Na reta final das negociações, o Ministério da Fazenda conseguiu incluir no texto uma cláusula de segurança que garante o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) caso o custo do programa supere o limite de R$ 15 bilhões.

O valor não será corrigido pela inflação —mudança que foi feita a pedido do governo pouco antes de o projeto ser votado no plenário. Por outro lado, o Executivo teve que ceder na tentativa de reduzir ao máximo o alcance dos segmentos que poderão ter acesso ao benefício fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, queria limitar o programa a apenas 12 atividades.

Na primeira versão do parecer, havia a possibilidade de o governo enviar um projeto de lei acabando com o programa assim que o teto fosse alcançado e comprovado pelo Executivo. Mas o texto não previa nenhuma segurança de que a proposta seria aprovada pelo Congresso, tornando, na prática, inócuo o limite.

Contrária desde o início à extensão do Perse, a equipe econômica adotou a estratégia de reduzir danos diante da resistência dos deputados em acabar com o incentivo fiscal –um embate travado desde o início do ano e que gerou trocas de farpas entre parlamentares e Haddad. O ministro vocalizou que o programa era uma janela para fraudes e lavagem de dinheiro, o que irritou deputados.

A saída para fechar brechas foi garantir dispositivo que determina que todas as empresas beneficiárias do Perse deverão ser habilitadas pela Receita Federal. Passado o prazo de 30 dias após o pedido de habilitação sem que tenha havido a manifestação do Fisco, a empresa será considerada habilitada. A exigência da habilitação sofreu muitas críticas dos deputados da oposição.

O projeto estabelece que as empresas que estão no regime de lucro real (com faturamento superior a R$ 78 milhões por ano) não terão mais a desoneração do IRPJ e da CSLL a partir de 2025. Esse grupo das maiores empresas do país continuará, no entanto, se beneficiando da alíquota zero do PIS e Cofins.

A proposta do governo previa inicialmente uma reoneração gradual dos impostos federais para as empresas do setor, o que foi excluído pela relatora da matéria. Criado na pandemia e originalmente temporário, o Perse garante alíquota zero dos tributos federais (IRPJ, CSLL e PIS/Cofins) a empresas do setor.

A votação do projeto em plenário nesta terça ocorreu após acordo firmado em reunião mais cedo nesta terça com o ministro Haddad e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças. Os detalhes do acordo foram fechados com o secretário-executivo, Dario Durigan.

De acordo com a matéria aprovada, serão beneficiadas 30 atividades da lista de CNAES (Classificação Nacional das Atividades Econômicas). Pela lei aprovada no Congresso no ano passado, eram beneficiados 44 CNAES. A Fazenda, no entanto, tentou restringir o Perse, reduzindo para 12, em proposta apresentada em março. A relatora, Renata Abreu (Podemos-SP), por sua vez, retomou o número inicial em seu primeiro relatório, divulgado no sábado (20).

“O Perse não é um benefício, é um ressarcimento de um setor que foi impedido de funcionar na pandemia”, disse a relatora durante a sessão.

Após a reunião de líderes, ficou acordado que seriam 29 CNAES. Em plenário, no entanto, Renata anunciou que foi acrescentado na matéria o setor de apart-hotéis.

Após a reunião, mais cedo, Haddad havia indicado que garantido o teto, a quantidade de CNAES era “menos importante”. “Agora, quanto mais foco o projeto tiver, melhor, porque você vai beneficiar quem realmente precisa. Não faz muito sentido abrir demais o espectro de beneficiários”, afirmou.

Na Câmara nesta quarta, o Novo, a minoria e a oposição orientaram contra a medida. O deputado Gilson Marques (Novo-SC) afirmou em plenário que votaria contrário ao texto apresentado porque defendia o projeto original.

“Nosso voto será não, porque nós preferimos a lei original do Perse com todos os benefícios, com tudo o que foi combinado e assegurado até 2026, sem nenhuma retirada, sem nenhuma exceção, sem nova habilitação em órgão público, mantendo-se a segurança jurídica daquilo que foi combinado para, pelo menos, auxiliar minimamente o que sofreu o setor de eventos na época da pandemia”, disse Marques.

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Economia

Bolsa fecha em queda pressionada por minério; dólar cai após dados dos EUA

Investidores aguardam novos números de inflação e atividade americanos

23/04/2024 19h00

Arquivo/Agência Brasil

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Apesar de ter ensaiado recuperação durante a tarde, a Bolsa brasileira registrou leve queda nesta terça-feira (23), pressionada pelo declínio do minério de ferro no exterior, que derrubou as ações da Vale, a empresa de maior peso do Ibovespa.

As perdas foram limitadas, por outro lado, pelo desempenho do petróleo, que começou o dia em queda, mas avançou ao longo do dia. O barril do Brent engatou forte alta no início da tarde e deu fôlego às ações da Petrobras, outra grande empresa do índice.

Nesse cenário, o Ibovespa recuou 0,33%, fechando aos 125.148 pontos. Na mínima do dia, o índice bateu os 124.310 pontos.

Já o dólar fez o caminho contrário: começou o dia subindo, mas passou a registrar queda ante o real no fim da manhã, seguindo o movimento no exterior. Dados sobre atividade empresarial mais fracos que o esperado nos EUA mostraram queda na demanda e desencadearam uma queda global da divisa.

Nesta terça, a S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto de produção dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e de serviços, caiu de 52,1 em março para 50,9 neste mês.

"Os dados acabaram vindo piores do que o esperado e trouxeram ânimo para o mercado americano, alívio nos treasuries [títulos do Tesouro americano]. Esses dados de PMI mais fracos mostrando talvez um recuo parcial da atividade econômica nos Estados Unidos, então o mercado americano está reagindo bem forte no dia de hoje", Pedro Moreira, sócio da One Investimentos.

O desempenho do real também é favorecido pela subida do petróleo, que auxilia moedas de países exportadores, como é o caso do Brasil.

Com isso, o dólar registrou baixa de 0,77% ante a moeda brasileira, cotado a R$ 5,129, enquanto o índice DXY, que mede a força do dólar ante outras divisas fortes, recuava 0,38% no fim da tarde.

Nesta semana, investidores aguardam novos números sobre inflação e atividade econômica americanos para alinhar apostas sobre o futuro da política de juros do país.
"O mercado global já havia precificado a economia norte-americana aquecida, esticando muito a piora do cenário, comprando dólar. Como esticou muito, para [a cotação] continuar subindo têm que surgir surpresas de forma recorrente", comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

"Mas hoje os PMIs vieram mais fracos que o esperado", acrescentou Borsoi, ao justificar a continuidade do movimento de correção de baixa do dólar em relação ao real. "Como os preços de mercado esticaram demais, vemos um alívio."

Na quinta-feira (25), também serão divulgados os dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA referentes ao primeiro trimestre.

No Brasil, analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver menos afrouxamento monetário este ano e no próximo, mostrou a pesquisa semanal Focus, com as estimativas para a Selic ao final de 2024 e 2025 subindo a 9,50% e 9,0%, respectivamente.

Os economistas mantiveram perspectiva de novo corte de 0,5 ponto percentual nos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), mas probabilidades implícitas em contratos futuros de juros mostram mais de 90% de chance de haver redução menos intensa, de apenas 0,25 ponto.

"A edição mais recente do Focus confirma o que vinha circulando há dias entre os investidores: uma Selic de um dígito no fim deste ano está muito menos garantida do que há cerca de duas semanas", disse a Levante Investimentos em relatório a clientes, citando, para além de incertezas externas, a percepção de risco fiscal doméstico elevado.

"Nas últimas semanas, a interlocução entre Executivo e Legislativo piorou bastante, o que aumenta o risco tanto de aprovação de pautas-bomba pelo Congresso quanto reduz a probabilidade de o governo emplacar medidas que elevem a arrecadação", completou a Levante.

Um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil, em teoria, seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.

Por outro lado, esse impulso poderia não ter efetividade caso fosse motivado por deterioração do risco fiscal, já que esse também é um fator levado em consideração por agentes financeiros na hora de escolher destinos de investimento.

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