Economia

PREPARE O BOLSO

Estados aumentam ICMS e compras internacionais ficarão mais caras em 2025

Secretário de fazenda de MS e dos outros 26 estados e DF acordaram aumento de 17% para 20% no ICMS das compras feitas em sites como Shein, Aliexpress e Shopee, dentre outros

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A partir de 2025, as compras feitas em sites como Shein e Shopee irão ficar mais caras. Isso porque os secretários de Fazenda de Mato Grosso do Sul e outros dos 26 estados e do Distrito Federal acordaram em aumentar a alíquota de ICMS de 17% para 20% sobre as compras importadas.

A decisão foi tomada durante a 47ª Reunião Ordinária do  Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e DF (Comsefaz), realizada nesta quinta-feira (5), em Foz do Iguaçu (PR).

De acordo com o Comsefaz, "a nova alíquota também busca alinhar o tratamento tributário aplicado às importações ao praticado para os bens comercializados no mercado interno, criando condições mais equilibradas para a produção e o comércio local".

Isto porque, ainda segundo o comitê, há uma ampla concorrência dos comércios locais com as plataformas de comércio eletrônico transfronteiriças.

"A crescente utilização de plataformas de comércio eletrônico transfronteiriço, precipuamente para a aquisição de itens como vestuário, eletrônicos, acessórios e artigos de uso pessoal, impõe a necessidade de ajustes periódicos que protejam a competitividade do comércio interno e da indústria nacional", diz manifestação do Comsefaz.

Desta forma, os estados pretendem estimular o consumo de produtos produzidos no Brasil e, assim, fortalecer o setor produtivo interno e ampliar a geração de empregos.

O Comsefaz esclareceu que a decisão levou em conta as alíquotas modais já praticadas pelos estados. Nos casos em que a alíquota modal seja inferior a 20%, a implementação dependerá de aprovação pelas respectivas Assembleias Legislativas estaduais.

O reflexo da medida só terá efeito a partir de 1° de abril de 2025 em razão dos princípios tributários da anterioridade e da noventena.

"Essa mudança reforça o compromisso dos estados com o desenvolvimento da indústria e do comércio nacional, promovendo uma tributação mais justa e contribuindo para a proteção do mercado interno frente aos desafios de um cenário globalizado", finaliza o órgão, em nota.

Leia o manifesto do Comsefaz na íntegra

Manifestação do Comsefaz sobre o Regime de Tributação Simplificada

O Comsefaz, reunido na sua 47ª Reunião Ordinária, realizada nesta quinta-feira (5), em Foz do Iguaçu/PR, deliberou sobre a tributação do ICMS incidente sobre importações realizadas pelo Regime de Tributação Simplificada (RTS).

A crescente utilização de plataformas de comércio eletrônico transfronteiriço, precipuamente para a aquisição de itens como vestuário, eletrônicos, acessórios e artigos de uso pessoal, impõe a necessidade de ajustes periódicos que protejam a competitividade do comércio interno e da indústria nacional.

Diante desse cenário, o Comsefaz acordou, por ampla maioria, em uniformizar as alíquotas estaduais aplicáveis ao Regime de Tributação Simplificado (RTS) em 20%. O objetivo central é resguardar os empregos e a renda dos brasileiros, que enfrentam os desafios de um mercado global cada vez mais integrado, alinhando o tratamento tributário dos produtos importados ao aplicado aos bens produzidos e comercializados no mercado interno.

A definição considerou as alíquotas modais aplicadas nas unidades federadas.

Os Estados que possuem a alíquota modal ou alíquota específica para o RTS inferior a 20% dependerão de aprovação de suas respectivas Assembleias Legislativas.

INFRAESTRUTURA

Megafábrica de celulose quer investir quase R$ 800 milhões em ferrovia

Arauco Celulose solicitou à ANTT autorização para construir ramal ferroviário de 46 quilômetros

13/01/2025 08h30

Arauco Celulose pediu autorização para construir ferrovia de 46km e R$ 800 milhões

Arauco Celulose pediu autorização para construir ferrovia de 46km e R$ 800 milhões Foto: Mais Celulose

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A Arauco Celulose solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorização para construir um ramal ferroviário de 46 quilômetros, ligando sua fábrica, em Inocência, até a linha férrea Ferronorte. A empresa pretende investir cerca de R$ 800 milhões no projeto e explorar o serviço por 99 anos, de acordo com publicação no Diário Oficial da União do dia 2. 

Esse é o terceiro pedido de uma empresa de celulose instalada em Mato Grosso do Sul para construir linha férrea com objetivo de escoar sua produção. Alguns já receberam autorização para construção, mas os projetos ainda não foram em frente. 

A primeira solicitação e com estudos mais adiantados foi a da Eldorado Celulose, em 2021, para instalar a EF-A05, localizada entre os municípios de Três Lagoas e Aparecida do Taboado, e explorar a infraestrutura pelo prazo de 99 anos, com extensão de 89 km e investimentos de R$ 890 milhões, calculados em 2021. 
A empresa obteve em julho do ano passado a licença prévia para instalação do governo de Mato Grosso do Sul e comprometeu-se a pagar mais de R$ 7,8 milhões em compensações ambientais ao Estado.

Além da Eldorado, a Suzano, em 2022, que opera uma fábrica de celulose em Três Lagoas com capacidade para 2,55 milhões de toneladas anuais, também solicitou autorização à ANTT para uma ferrovia, com extensão de 111,7 km, até Aparecida do Taboado.

A agência, no entanto, indicou que apenas uma autorização será concedida, o que poderá forçar as empresas a compartilharem o mesmo ramal. A Suzano também solicitou a construção de um ramal em Três Lagoas, com 24,28 km. 

Outro processo em andamento na ANTT é para a autorização de construção de trecho que se conectará com a Ferroeste, a EF-483, entre os municípios de Maracaju e Dourados, com 76 km e permissão para explorar por 99 anos. O pedido foi feito em 2021 e, nesse caso, será para o transporte de grãos.

Agora, a Arauco fez o pedido de sua ferrovia à autarquia, após obter do governo do Estado, em maio do ano passado, a licença de instalação da fábrica. O objetivo é escoar a produção que vai chegar a 3,5 milhões de toneladas de celulose da unidade instalada em Inocência, perto da MS-377, que liga a BR-262 a Paranaíba. 

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, são ramais importantes para o escoamento da produção no Vale da Celulose. 

“A Eldorado Brasil de Celulose apresentou um projeto e já emitimos esse licenciamento para construir uma ferrovia da fábrica até Aparecida do Taboado, para escoar o seu produto diretamente da fábrica ao porto de Santos. E houve um pedido de licenciamento da Suzano, para fazer um terminal da fábrica até Três Lagoas e subindo à Aparecida. Então, esse seria o desenho atual da questão ferroviária”. 

Verruck ainda frisou que os projetos não tiveram nenhuma movimentação no ano passado: “Lembrando que todas as nossas empresas de celulose têm terminal privado no Porto de Santos. A gente tem insistido, mas praticamente ficou paralisada essa proposta ao longo de 2024”. 

RAMAL

O ramal da Arauco vai ter extensão de 46 km, de uso exclusivo da empresa, com investimentos de cerca de R$ 800 milhões, ligando a unidade fabril até a Ferronorte. Depois, a celulose seguirá pela Ferronorte até o porto de Santos, onde a Arauco promete construir um terminal de embarque próprio.

A confirmação de que o processo foi acatado pela ANTT foi publicada no Diário Oficial da União do dia 2. No documento, o superintendente substituto Superintendência de Transportes Ferroviários (Sufer) da ANTT, Jean Mafra dos Reis, afirma que torna público “o conhecimento da ANTT acerca do requerimento, pela empresa Arauco Celulose do Brasil S.A., visando à obtenção de outorga por autorização para construção e exploração de ferrovia localizada no município de Inocência-MS, com extensão estimada de 46 km, pelo prazo de 99 anos”.

O processo de autorização começou a tramitar na ANTT em 17 de outubro do ano passado, na Sufer e na Gerência de Projetos Ferroviários (Gepef) e chegou à Coordenação de Autorizações Ferroviárias (Coauf) em dezembro.

No dia 26 daquele mês, foi remetido aos diretores da ANTT, e desde o início deste mês, retornou para a Sufer, a Gepef e a Coauf, para que esses departamentos deem seus pareceres e façam a análise da proposta da Arauco. A última movimentação foi dia 8. 

O projeto foi batizado de Sucuriú pela Arauco, por estar próximo do rio do mesmo nome e usar sua água no processamento da matéria prima.

FÁBRICA

Conforme adiantou o Correio do Estado, na edição de 26 de setembro, a Arauco anunciou a expansão da capacidade de produção e deve se tornar a maior fábrica de celulose do mundo. A empresa do grupo chileno informou o aumento da capacidade produtiva da planta de Inocência, saindo dos iniciais 2,5 milhões de toneladas para 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto por ano.

A unidade da Arauco será instalada a 50 km da cidade de Inocência, na margem esquerda do Rio Sucuriú, região onde a Arauco afirma operar desde 2009 com manejo florestal e comercialização de madeira.

A fábrica da Arauco vai gerar mais de 400 megawatts (MW) de eletricidade, dos quais cerca de 200 MW serão destinados ao consumo interno da unidade industrial e o restante será vendido ao sistema.

A energia excedente – que é suficiente para abastecer uma cidade de mais de 800 mil habitantes – será disponibilizada ao sistema nacional. Segundo a Arauco, o governo de MS conta com uma política industrial e florestal “bem estruturada para o setor”, e o Estado tem um clima “muito favorável” ao cultivo de eucalipto.

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Avanço

Estudo para construção de ponte entre MS e Paraná caminha para a fase final

Além da instalação da ponte, Estados deverão implantar, pavimentar e ampliar rodovias de acesso; custo total estimado é de R$ 1,4 bilhão

12/01/2025 17h18

Ponte vai conectar o município sul-mato-grossense de Taquarussu ao distrito de Porto São José (PR)

Ponte vai conectar o município sul-mato-grossense de Taquarussu ao distrito de Porto São José (PR) Divulgação

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O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para a construção da nova ponte sobre o Rio Paraná, ligando Mato Grosso do Sul ao Paraná, entrou na fase final, e deve ser concluído em aproximadamente dois meses.

O estudo teve início em 2023. Em março daquele ano, o comando da hidrelétrica Itaipu autorizou o repasse inicial de R$ 2,6 milhões para bancar o EVTEA, que representava mais de 80% do total conveniado para o estudo, que estava avaliado em R$ 3,2 milhões. À época, a estimativa era de que seriam necessários pelo menos R$ 350 milhões para a instalação da ponte.

Após a conclusão do EVTEA, serão realizados os estudos de impacto ambiental e os levantamentos técnicos para a elaboração dos projetos de engenharia.

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, a nova ponte, que seria a terceira ligação rodoviária entre os dois estados, terá quase dois quilômetros de extensão e largura de 13 metros - sendo 7,2 metros de pistas, 2,5 metros de acostamentos e 40 centímetros de barreiras New Jersey. Ela será projetada com vigas pré-moldadas, e o vão central com a técnica de balanços sucessivos.

A ponte vai conectar o município sul-mato-grossense de Taquarussu ao distrito de Porto São José, em São Pedro do Paraná.

Ponte vai conectar o município sul-mato-grossense de Taquarussu ao distrito de Porto São José (PR)O projeto é uma parceria entre Itaipu, Governo do Paraná e Governo de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem, se considerada a construção da nova ponte, a estrutura das rodovias do lado paranaense e a implantação de uma rodovia do lado sul-mato-grossense, o investimento previsto será de R$ 1,4 bilhão. 

Em junho do ano passado, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, garantiu que assim que o estudo for finalizado, e o traçado mais viável for definido, o Estado irá viabilizar a pavimentação do trecho da MS-473, para acesso a estrutura da ponte.

Quando finalizadas, as estruturas vão reduzir em até 130 km a distância até o Porto de Paranaguá.

Conexões

Atualmente, Mato Grosso do Sul e Paraná têm conexão por meio de duas pontes sobre o Rio Paraná. A primeira está na BR-163, entre Mundo Novo e Guaíra, no extremo sul de MS. A outra ligação, entre Naviraí e o município paranaense de Icaraíma, é composta por uma série de cinco pontes sobre “braços” do rio. Esta terceira ponte ficaria mais ao norte, já próximo à ponte da Usina Sérgio Mota.

Atualmente, o escoamento agrícola até o porto de Paranaguá precisa ser contornado por São Paulo, na barragem de Porto Primavera, que conta com tráfego lento e restrição de peso para caminhões, já que o transporte passa sobre a barragem da usina Sérgio Mota.

Colaborou: Neri Kaspary.

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