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Inflação em Campo Grande é três vezes maior que a brasileira; custo de vida dispara

IPCA acumulado de 2020 na Capital é de 2,13%, três vezes maior que o índice nacional, de 0,70%

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Campo Grande acumula inflação de 2,13% nos oito meses do ano, o resultado é três vezes maior do que o índice nacional, de 0,70%. Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, registrou alta de 2,44% no Brasil e na Capital a inflação chega a 4,43%. Principalmente puxada pela alta de alimentos e bebidas.

De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, o aumento de preço dos produtos alimentícios explica em parte os números. “No ano, a inflação foi puxada por alimentação e bebidas, talvez isso pode ser explicado pelo próprio perfil do Estado, que tem uma vocação natural para a produção de alimentos. Mas geralmente a gente exporta para outros estados e outros países também. Nessas exportações, a gente manda a nossa produção de grãos, carnes, mais in natura para os outros locais e a gente compra esses produtos processados e industrializados”, destacou Daniela, que ainda exemplificou.  

“A parte de beneficiamento das carnes [frigoríficos] já temos aqui, mas os grãos não, a gente manda in natura e recebe esses produtos industrializados com um valor maior. Então essa industrialização acontece em São Paulo, por exemplo, e para eles esse produto será mais barato, quando volta para o Estado temos o custo do frete, taxa de mercado e tributação. Isso tudo pode interferir”, considerou.  

MENSAL

Não é só no ano que a inflação da Capital está maior do que a do País. Em agosto, entre os 17 locais pesquisados, a Capital sul-mato-grossense registrou a maior alta do Brasil. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto, a taxa subiu 1,04% em Campo Grande, seguido por Goiânia, com 0,66%. Já na média nacional, o índice foi a 0,24%, 0,12 ponto porcentual abaixo da média registrada em julho (0,36%). O índice, entretanto, é o maior resultado para o mês de agosto desde 2016.

A alta nos preços da gasolina, que subiu 3,88%, e de alimentos como tomate (32,71%), frutas (9,54%), carnes (6,28%) e arroz (4,74%) puxou a inflação do mês. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em agosto. A maior variação veio dos transportes (3,23%). A segunda maior contribuição veio de alimentação e bebidas, que registrou alta de 2,31%. Os grupos habitação (0,32%) e artigos de residência (0,84%) também tiveram alta, mas desaceleraram na comparação com o mês anterior (1,21% e 0,94%, respectivamente). No lado das quedas, o destaque ficou com o grupo educação (-6,54%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,78% em despesas pessoais e a alta de 1,44% em comunicação.

O grupo alimentação e bebidas acelerou em relação a julho, quando ficou próximo da estabilidade (0,13%). Os alimentos para consumo no domicílio tiveram alta de 2,84%, influenciados principalmente pela elevação nos preços dos produtos já citados (tomate, frutas, carnes e arroz), e ainda as variações do macarrão (5,59%), as hortaliças e verduras (4,79%) e o óleo de soja (3,70%). As quedas foram registradas nos preços da cebola (-22,17%), do feijão-carioca (-16,47%), do alho (-9,25%) e da batata-inglesa (-5,24%).

A economista explica que, além da oferta e da demanda, vários fatores impactaram em aumento dos alimentos. “Segurou-se um pouco essa demanda no início da pandemia, mas continuamos com um consumo intenso ao longo dos meses. E quando a gente tem o aumento da demanda, para equilibrar o mercado, automaticamente temos o aumento dos preços. Mas há outros motivos, um deles é que estamos em um período de seca, então essa parte da produção acaba tendo uma redução, e consequentemente com uma menor oferta os preços aumentam. E há ainda os insumos importados, como os fertilizantes, com a valorização do dólar, o custo desses produtos encarecem a produção. E ainda no começo do ano já tínhamos a previsão do reajuste do preço do arroz e do feijão”, explicou Daniela. 

PODER DE COMPRA

Com o índice inflacionado, o poder de compra do consumidor consequentemente acaba ficando menor. Para consumir a mesma quantidade de alimentos, ele precisará desembolsar mais.  

“Quando a gente tem uma inflação um pouco mais alta, isso acaba interferindo no poder de compra. Imagine o seguinte, você comprava uma cesta de produtos com R$ 100 e, quando a inflação aumenta, você precisa de mais do que R$ 100 para comprar a mesma cesta. Isso acontece principalmente quando os produtos considerados essenciais têm aumento do preço, como foi o caso do arroz, do feijão e do óleo. Se a pessoa destinava 70% do seu orçamento total para gastos com alimentação e produtos de higiene, significa que ela vai ter de gastar mais de 70%, ela compromete um pouco mais do seu orçamento”, disse a economista, que ainda reforçou que quando se trata de produtos básicos muitas vezes não há como substituí-los.  

“Produtos básicos são mais difíceis de encontrar substitutos. Então significa que as pessoas estão perdendo seu poder de compra, estão tendo de desembolsar uma parcela maior do seu orçamento com a alimentação, por exemplo. O que acaba interferindo na vida das pessoas, e elas percebem quando vão aos supermercados. É aí que começa a busca por outros produtos, redução do consumo ou corte de outras despesas para priorizar aquilo que é considerado essencial”, concluiu Daniela.

 

Economia

Não houve invasão externa em sistema do Tesouro, diz Haddad

Segundo ele, alguém com acesso à ferramenta tentou desviar recursos

22/04/2024 19h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Não houve ataque externo na invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do Tesouro Nacional, disse nesta segunda-feira (22) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, alguém usou o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e a senha do Portal Gov.br de gestores de despesas para entrar no sistema e supostamente desviar recursos federais.

“Não foi um hacker que quebrou a segurança [do Siafi], não foi isso. Foi um problema de autenticação. É isso que a Polícia Federal está apurando e está rastreando para chegar aos responsáveis”, declarou o ministro antes de sair para reunião no Palácio do Planalto. “O sistema está preservado. Foi uma questão de autenticação. É alguém que tinha acesso.”

O ministro disse não saber sobre valores supostamente desviados e disse ter recebido a informação assim que a imprensa começou a divulgar o caso. “Não tenho informação sobre valores. Isso estava sendo mantido em sigilo inclusive dos ministros. Estava entre o Tesouro [Nacional] e acho que a Polícia Federal. Eu soube no mesmo momento em que vocês”, disse, reiterando que não houve ataque externo de hackers ao sistema.

Divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo, a invasão do Siafi ocorreu neste mês. Os criminosos supostamente conseguiram emitir ordens bancárias e desviar dinheiro público usando o login de terceiros no Portal Gov.br.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. No fim desta tarde, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou ter entrado na investigação e estar acompanhando o caso “em colaboração com as autoridades competentes”.

Tesouro

Em nota emitida no início desta noite, o Tesouro Nacional confirmou a afirmação de Haddad de que o Siafi não foi invadido, mas que ocorreu uma utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular. Segundo o órgão, as tentativas de realizar operações na plataforma foram identificadas e não causaram prejuízos à integridade do sistema.

O órgão acrescentou que está tomando todas as medidas necessárias em resposta ao caso, incluindo ações adicionais para reforçar a segurança do sistema. “O Tesouro Nacional trabalha em colaboração com as autoridades competentes para a condução das investigações; e reitera seu compromisso com a transparência, a segurança dos sistemas governamentais e a preservação do adequado zelo das informações, até o término das apurações”, concluiu o comunicado.

Economia

Frigorífico de MS é um dos escolhidos para exportar carne de frango para Malásia

Somente em 2023, o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões; com as novas habilitações a quantidade pode dobrar

22/04/2024 18h15

Novas habilitações de frigoríficos brasileiros para exportação de carne de frango halal à Malásia Divulgação Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)

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Mato Grosso do Sul está entre outros três estados que tiveram plantas habilitadas para exportação de carne de frango halal para Malásia. A confirmação foi feita pelo Departamento de Serviços Veterinários (DVS) e pelo Departamento de Desenvolvimento Islâmico (JAKIM) do país asiático.

Em outubro e novembro de 2023, uma missão de auditoria foi realizada por funcionários da Malásia. A confirmação ocorreu na tarde desta segunda-feira (22) e além do Estado, foram escolhidas as novas habilitações no Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O frango halal segue os preceitos islâmicos tanto na criação quanto no abate. A Malásia é um país que segue normas rigorosas em específico para os produtos halal que devem seguir todos os critérios, de acordo com a lei islâmica. 

“Esse avanço é estratégico para o setor agropecuário brasileiro e demonstra a capacidade do país de atender a mercados altamente exigentes, mantendo-se fiel aos padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar. A expansão das exportações para a Malásia também deve impulsionar a economia local, gerando mais empregos e oportunidades no setor”, ressaltou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no ano anterior o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões.

Com a habilitação das novas plantas, a expectativa é que o volume de carne de frango halal exportada para o país asiático dobre, o que transformaria o país em um dos principais fornecedores de carne de frango deste no mercado internacional. 

Para a efetividade da habilitação das novas plantas, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores (MRE) trabalharam em conjunto.

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