Economia

RETRAÇÃO

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Isolamento social leva Capital à maior deflação da série histórica

Economistas acreditam que Campo Grande pode caminhar para uma recessão econômica em 2020

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O isolamento social adotado para evitar a proliferação dos casos de Covid-19 resultou em redução do consumo. Os reflexos são sentidos na inflação oficial. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,57% no mês de maio em Campo Grande, a maior deflação para a Capital desde janeiro de 2014, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou a medir a taxa na cidade. Com a redução de consumo e o encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB), economistas já falam em recessão econômica.  

A taxa registrada em março foi de -0,43%. Mas, no acumulado do ano, a inflação tem alta de 0,10%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram deflação em maio, e o maior impacto negativo do mês, de -0,52 ponto porcentual (p.p.), veio do grupo Transportes (-2,51%).  

A queda no grupo foi puxada pela retração nos preços dos combustíveis (-6,12%), em particular da gasolina (-6,04%), que apresentou o maior impacto individual negativo no índice do mês (-0,41 p.p.).

A maior queda entre os subitens foi registrada pelas passagens aéreas (-34,54%), com impacto de -0,09 p.p. no índice. Também foram registradas quedas do etanol (-6,88%) e óleo diesel (-7,49%).  

A segunda contribuição negativa mais intensa foi do grupo Vestuário (-1,06%). Ainda contribuíram para a deflação os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (-0,30), Habitação (-0,22%) e Despesas Pessoais (-0,04). Em contrapartida, os grupos que tiveram o maior aumento foram Artigos de Residência (0,87%, ante a queda de 1,68 em abril), com impacto de 0,038 p.p., e Alimentação e Bebidas (0,11%, menor do que o 1,28% de abril), com 0,022 p.p. de impacto. Ainda em alta, há os grupos Comunicação (0,30%) e Educação (0,02%).

Segundo a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, tanto em Transportes quanto no Vestuário, as quedas são resultado do isolamento social. “As pessoas priorizaram o que elas consideraram como essenciais, e esses de certa forma tiveram uma alta, mas nos outros itens houve uma redução de consumo. Diante de uma quarentena, nós tivemos uma redução na parte de transportes e, até algum tempo atrás, redução nos preços de combustíveis, podemos verificar uma alta somente nos últimos dias. Mas, na comparação com antes da pandemia, [os preços] estão mais baixos. Se formos olhar especificamente para Campo Grande, tivemos uma deflação na habitação e no vestuário, pois tivemos uma queda de consumo e faturamento, nos transportes e até mesmo na saúde e com cuidados pessoais. O isolamento social teve um grande peso”, ressaltou.  

RECESSÃO

A mudança no perfil de consumo e o baixo crescimento podem levar o País e a Capital a entrar em uma recessão econômica, apontam os especialistas. De acordo com o economista Márcio Coutinho, o País já vinha de um processo de recuperação. “A economia brasileira estava tentando se recuperar, crescendo pouco, ano passado cresceu praticamente 1%, quando você tem uma deflação é porque as pessoas não estão consumindo. E não estão consumindo porque não tem renda, perderam o emprego, e isso é ruim, consequentemente a gente não cresce”, contextualizou o economista.

Coutinho ainda complementa que a situação pode se agravar. “A partir do momento em que a gente não tem um crescimento, vai ter recessão. E os especialistas estão fazendo os prognósticos mais diversos possíveis. A depressão é ainda pior, economicamente falando, ela é pior do que a recessão. Pode acontecer? Infelizmente, pode”, ressaltou o economista.  

Para Daniela, ainda é cedo para cravar uma definição. A recessão tecnicamente acontece quando são registrados três meses de PIB negativo. “Como para Mato Grosso do Sul a gente demora um pouco para ter esse resultado, então, tecnicamente a gente não fala, porque não temos o resultado em sua totalidade. Mas acredita-se que sim, a gente esteja diante de possíveis resultados negativos”, destacou.  

ALTAS

O grupo Alimentação e Bebidas desacelerou em relação a abril (1,28%). Os preços de itens como repolho (-22,15%), tomate (-16,28) e frutas (-5,59%) recuaram em maio, contribuindo para que a alimentação no domicílio passasse de 1,44% para 0,31%. No lado das altas, os destaques foram a batata-inglesa (38,8%), a cebola (36,8%), o arroz (4,89%) e o feijão carioca (2,32%).  

As carnes subiram 0,10%, após retração de 1,56% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio também desacelerou de abril (0,82%) para maio (-0,44%). O lanche passou de alta de 3,17% para -1,3%, e a refeição registrou queda menos intensa, passando de -0,40% em abril para -0,10% em maio.

Já o grupo Artigos de Residência apresentou a maior alta do mês, tanto no Brasil (0,58%) quanto em Campo Grande (0,87%). Na Capital, o grupo foi influenciado pela alta dos itens tv, som e informática (2,79%), com destaque para o subitem computador pessoal (5,12%).

IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

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