Cícero Faria, Dourados
Em recuperação judicial desde o final de junho, por causa de dívidas em torno de R$ 20 milhões, o frigorífico Fribrasil Alimentos, de Caarapó, foi impedido pelo Tribunal de Justiça de fazer a transferência de R$ 7,8 milhões de três agências bancárias.
A autorização havia sido dada pelo juiz da 2ª Vara de Caarapó, Fernando Chemin Curi, que havia aprovado o pedido de recuperação judicial da indústria, que abatia 500 cabeças de bovinos por dia. O Grupo Fribrasil está construindo uma planta industrial de suínos em Marechal Cândido Rondon, no Paraná.
Os advogados das instituições financeiras (Bradesco, Safra e Itaú/Unibanco) recorreram da decisão, tendo o desembargador Luiz Carlos Santini, relator do processo, suspendido o pagamento para avaliar melhor a pretensão do Fribrasil e o uso alegado do dinheiro.
Na semana passada, o juiz havia autorizado o Bradesco a liberar ao frigorífico a importância de R$ 2.302.363; ao Itaú/Unibanco mais R$ 2.842.973 e que o banco Safra aceitasse o saque de R$ 2.698.480, totalizando R$ 7.843.816.
O advogado que representa o frigorífico, Eduardo Henrique Vieira Barros, disse à imprensa que os bancos não podem reter os recursos porque são parte do plano de recuperação. “Temos mil credores, uma dívida de R$ 20 milhões. Os bancos querem ficar com o dinheiro para receber primeiro que todos, isso não é legal”, argumentou.
Já o advogado Renato Chagas, que defende os bancos Safra e Itaú/Unibanco, estranhou a rapidez com que a Justiça em Caarapó autorizou os saques.