Economia

CAPITAL DE GIRO

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Linhas de crédito são ampliadas, mas burocracia continua

Bancos públicos e privados têm mais dinheiro para emprestar, mas critérios para liberação ainda são rígidos

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou medidas para injetar R$ 55 bilhões no sistema financeiro brasileiro, dos quais R$ 5 bilhões foram disponibilizados para o setor empresarial. Assim como o governo estadual liberou R$ 50 milhões do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para capital de giro das micro, pequenas e médias empresas. As condições de pagamento foram facilitadas, mas o acesso ao crédito continua burocrático.  

O setor empresarial pede flexibilização também das garantias, que continuam as mesmas de um período em que não há crise.

As medidas foram anunciadas como facilitação para que o setor empresarial sofra menos os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O BNDES oferece para as micro, pequenas e médias empresas uma ampliação de crédito de R$ 10 milhões para R$ 70 milhões, a fim de aumentar o capital de giro. A taxa de juros é formada pela instituição financeira somando a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) com 1,25% mais a taxa do agente financeiro.

Ainda sobre o BNDES, as linhas disponibilizadas para os empresários financiarem seu capital de giro são operadas pelo Bradesco (micro, pequena e média empresa), pela Caixa (pequena empresa), pelo Santander (micro, pequena e média), Sicredi (micro e pequena) e Tribanco (pequena e média).  

As taxas finais estimadas (depende de cada banco operador), conforme o BNDES, são de 11,88% (microempresa), 11,18% (pequena empresa) e 14,25% (média empresa).

A classificação das empresas é baseada na receita bruta anual. As micro têm um teto de faturamento de R$ 360 mil, as pequenas, entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, e as médias, entre R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões.  

Já a linha de crédito do FCO tem prazo de 24 meses para pagamento, incluindo o período de carência de seis meses. A taxa de juros varia entre 4,73% e 5,61% ao ano, dependendo do porte e da localização do empreendimento. O teto de contratação é de R$ 10 mil para microempreendedor individual (MEI), R$ 20 mil para microempresa, R$ 540 mil para pequena empresa e R$ 800 mil para pequena e média empresa.

ACESSO

As condições para pagamento foram facilitadas, mas o acesso continua burocrático. De acordo com o gerente de desenvolvimento de negócios do Sicredi, Benjamin Greco, cada instituição financeira tem suas condições para tomada de crédito.  

“Os agentes financeiros, que são bancos e cooperativas, têm o padrão de formalística, de documentação, mas não mudou nada em relação ao que era anteriormente, só está existindo a disponibilização da linha. Então, a pessoa tem que ser correntista da instituição financeira que opera essas linhas”, explicou o gerente.

Os valores, prazos e garantias continuam em função da instituição financeira, ou seja, não houve relaxamento os critérios de análise. “Depende de cada instituição que a pessoa for tomar o crédito, mas é uma linha de juros muito baixos, que devem ficar próximos de 6% ao ano, então, é muito barato, mas depende de cada instituição”, informou Greco.

O economista da Agricon consultoria, Hugo Garcia da Silva, reforça que todo crédito é vinculado a uma instituição financeira. “Então, como que o empresário consegue crédito? É preciso contato com a instituição financeira para realmente você poder mandar as documentações necessárias. Pode ser por meio do aplicativo da instituição financeira ou ele vai ter que ligar no celular do gerente dele para que possa encaminhar a documentação necessária para fazer atualização do cadastro e aí gerar o limite de crédito”.  

O economista reforça que a instituição precisa avaliar o risco dessa operação. Sem isso, ela não vai conceder capital de giro para nenhuma empresa. “As empresas com problemas de restrição vão ter dificuldades em acessar esses créditos governamentais. Apesar de ser um capital de giro, o banco avalia o risco e, quanto menor ele for, melhor a chance de conseguir esse financiamento”, reforçou Silva.

O primeiro secretário da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Roberto Oshiro, lamentou as barreiras que os bancos impõem neste momento de crise. “As empresas não podem dar garantia a curto prazo. É preciso dar um voto de confiança nesse momento, até porque o dinheiro foi disponibilizado pelo Governo Federal em caráter de exceção e eles precisam chegar até a ponta”, afirma. “E o pior é que os bancos, mesmo nesse momento, empurram outros serviços, como seguro, capitalização. Uma venda casada, ainda que velada, complementa.

INSTITUIÇÕES

O Banco do Brasil informou ao Correio do Estado que, no caso das linhas com recursos de terceiros, tais como o FCO, “estamos desenvolvendo as soluções e aguardando adequações operacionais com os órgãos competentes”. Os recursos do FCO podem ser acessados por meio do Banco do Brasil, Sicredi e Sicoob.  

A Caixa Econômica Federal informou que os clientes podem entrar em contato por meio do WhatsApp Caixa, (0800-726-8068) ou aplicativo.  

Economia

Não houve invasão externa em sistema do Tesouro, diz Haddad

Segundo ele, alguém com acesso à ferramenta tentou desviar recursos

22/04/2024 19h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Não houve ataque externo na invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do Tesouro Nacional, disse nesta segunda-feira (22) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, alguém usou o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e a senha do Portal Gov.br de gestores de despesas para entrar no sistema e supostamente desviar recursos federais.

“Não foi um hacker que quebrou a segurança [do Siafi], não foi isso. Foi um problema de autenticação. É isso que a Polícia Federal está apurando e está rastreando para chegar aos responsáveis”, declarou o ministro antes de sair para reunião no Palácio do Planalto. “O sistema está preservado. Foi uma questão de autenticação. É alguém que tinha acesso.”

O ministro disse não saber sobre valores supostamente desviados e disse ter recebido a informação assim que a imprensa começou a divulgar o caso. “Não tenho informação sobre valores. Isso estava sendo mantido em sigilo inclusive dos ministros. Estava entre o Tesouro [Nacional] e acho que a Polícia Federal. Eu soube no mesmo momento em que vocês”, disse, reiterando que não houve ataque externo de hackers ao sistema.

Divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo, a invasão do Siafi ocorreu neste mês. Os criminosos supostamente conseguiram emitir ordens bancárias e desviar dinheiro público usando o login de terceiros no Portal Gov.br.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. No fim desta tarde, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou ter entrado na investigação e estar acompanhando o caso “em colaboração com as autoridades competentes”.

Tesouro

Em nota emitida no início desta noite, o Tesouro Nacional confirmou a afirmação de Haddad de que o Siafi não foi invadido, mas que ocorreu uma utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular. Segundo o órgão, as tentativas de realizar operações na plataforma foram identificadas e não causaram prejuízos à integridade do sistema.

O órgão acrescentou que está tomando todas as medidas necessárias em resposta ao caso, incluindo ações adicionais para reforçar a segurança do sistema. “O Tesouro Nacional trabalha em colaboração com as autoridades competentes para a condução das investigações; e reitera seu compromisso com a transparência, a segurança dos sistemas governamentais e a preservação do adequado zelo das informações, até o término das apurações”, concluiu o comunicado.

Economia

Frigorífico de MS é um dos escolhidos para exportar carne de frango para Malásia

Somente em 2023, o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões; com as novas habilitações a quantidade pode dobrar

22/04/2024 18h15

Novas habilitações de frigoríficos brasileiros para exportação de carne de frango halal à Malásia Divulgação Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)

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Mato Grosso do Sul está entre outros três estados que tiveram plantas habilitadas para exportação de carne de frango halal para Malásia. A confirmação foi feita pelo Departamento de Serviços Veterinários (DVS) e pelo Departamento de Desenvolvimento Islâmico (JAKIM) do país asiático.

Em outubro e novembro de 2023, uma missão de auditoria foi realizada por funcionários da Malásia. A confirmação ocorreu na tarde desta segunda-feira (22) e além do Estado, foram escolhidas as novas habilitações no Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O frango halal segue os preceitos islâmicos tanto na criação quanto no abate. A Malásia é um país que segue normas rigorosas em específico para os produtos halal que devem seguir todos os critérios, de acordo com a lei islâmica. 

“Esse avanço é estratégico para o setor agropecuário brasileiro e demonstra a capacidade do país de atender a mercados altamente exigentes, mantendo-se fiel aos padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar. A expansão das exportações para a Malásia também deve impulsionar a economia local, gerando mais empregos e oportunidades no setor”, ressaltou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no ano anterior o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões.

Com a habilitação das novas plantas, a expectativa é que o volume de carne de frango halal exportada para o país asiático dobre, o que transformaria o país em um dos principais fornecedores de carne de frango deste no mercado internacional. 

Para a efetividade da habilitação das novas plantas, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores (MRE) trabalharam em conjunto.

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