O consumo das classes residencial e comercial aumentou a venda de energia elétrica da Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul) em 6,7%, total comercializado de 3.124 gigawatt-hora (Gwh) no ano passado, segundo balanço divulgado ontem pela companhia. O avanço é responsável pelo crescimento de 14,6% no lucro líquido da empresa, que ultrapassou os R$ 78,7 milhões. Não fosse a revisão tarifária exigida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o resultado seria mais encorpado. Em 2009, a Enersul devolveu R$ 76 milhões aos consumidores, em descontos na conta de luz. Neste ano, a estimativa do Conselho de Consumidores da Enersul (Concen) é que mais R$ 78 milhões sejam restituídos, o que zera o débito da empresa com os clientes. (Veja detalhes no quadro). “Certamente o lucro seria maior sem a devolução, mas se o lucro aumentou mais do que o mercado cresceu, com certeza o desconto não teve tanto impacto assim”, analisa Jenner Ferreira, técnico do conselho. O fornecimento de energia para o comércio, estimulado pela chegada de grandes varejistas ao Estado, cresceu 8,8% (710 Gwh); e o das casas teve expansão de 12,4% (1.095 Gwh). O aumento da renda das famílias deu fôlego ao consumo, e o número de clientes da empresa cresceu 5,7% nesta faixa. Na contramão, a indústria freou o uso de energia em 7,6% (476 Gwh) por conta da crise internacional, que atingiu com mais força os setores de grãos e frigoríficos sul-mato- grossenses. A classe rural seguiu na esteira negativa, e reduziu o consumo em 9,5% (332 Gwh). Resultados financeiros O relatório informa ainda que as dívidas com empréstimos, financiamentos, debêntures e encargos de débitos tiveram expansão de 11,7% em 2009, e saltaram de R$ 605,1 milhões para R$ 676 milhões. A redução de despesas operacionais em 46,3% (R$ 43 milhões) e o enxugamento dos custos de operação em 4,8% (R$ 183,5 milhões) cooperou para o aumento de 12% no Ebitida (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que somou R$ 256,6 milhões, ante R$ 229,1 milhões em 2008. O total gasto com energia comprada para revenda e encargos do uso do sistema de transmissão – custos de serviço – teve alta de 21,4%, chegando a R$ 517,3 milhões.