Mato Grosso do Sul registra saldo positivo na geração de empregos pelo sexto mês consecutivo. Em junho, foram 3.535 postos de trabalho formal, resultado de 20.856 admissões e 17.321 demissões. É o melhor resultado para o mês de junho desde 2011, quando o saldo foi de 3.577 empregos.
Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os setores que puxaram o desempenho do mês passado foram comércio e serviços.
O segmento de serviços foi responsável por 1.091 vagas, seguido de comércio (1.070), indústria (706), agropecuária (529) e construção (139).
A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio (IPF-MS), Regiane Dedé Oliveira, diz que o resultado aponta a retomada no setor terciário.
“Isso é muito importante para a economia porque registramos um aumento no estoque de empregos. Do saldo de 3.535 empregos, 61% são de comércio e serviços. Então, os setores têm uma participação significativa na geração de empregos e, consequentemente, na geração de renda”, avalia.
O doutor em Economia Michel Constantino ressalta que esses foram os setores que tiveram mais restrições com a pandemia.
“Agora, com as restrições diminuindo, esses setores terão maior crescimento e vai aumentar a geração de empregos. Outro ponto importante foi a adaptação das empresas para atender o novo mercado de consumo e de serviços durante a pandemia”, destaca.
Para a economista Daniela Dias, o perfil do Estado faz com que os segmentos de comércio e serviços se destaquem na geração de empregos.
“Esse foi um setor que se destacou bastante, tanto no período mais complicado da pandemia quanto posteriormente, diante de oportunidades que surgiram. E até mesmo a questão de sobrevivência, porque muitos encontraram oportunidades nesse cenário”, analisa.
“É uma característica própria do perfil que temos no Estado, a maior parte dos empregos são gerados pelo comércio de bens e serviços. E o dinamismo que [os setores] têm utilizado para se recuperar tem sido mais intenso. Todas essas características acabam contribuindo com a empregabilidade”, completa Daniela.
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ACUMULADO
No acumulado do ano, o Estado também se destaca na geração de empregos.
Conforme os dados do Caged divulgados ontem, no primeiro semestre de 2021, o Estado registrou 134.327 contratações e 106.733 desligamentos, resultando em saldo de 27.594 postos formais.
Assim como no levantamento mensal, em seis meses o setor de serviços também foi o que mais gerou vagas. Foram 11.817 empregos formais no semestre, na sequência vem comércio (6.125), indústria (4.231), agropecuária (3.213) e construção (2.208).
No mesmo período do ano passado, o saldo foi de -2.583, já em 2019 chegou a 15.332. Este é o melhor resultado do primeiro semestre dos últimos sete anos.
O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, destaca que “os números comprovam que há uma retomada da economia”.
Para ele, a política estadual de desenvolvimento econômico ao longo dos anos tem refletido na geração de empregos. “Estamos tendo um crescimento sustentável em todos os setores, e isso mostra que o empresário está confiante, contratando e produzindo”, afirma.
VACINAÇÃO
O avanço da vacinação contra a Covid-19 e a flexibilização das restrições impactam em um giro maior na economia do Estado.
Consequentemente, a geração de emprego e renda também é ampliada.
Na terça-feira, o governo do Estado anunciou a liberação do funcionamento de todas as atividades que ainda estavam proibidas, incluindo eventos e exposições, por exemplo.
No entanto, é necessário seguir protocolos de biossegurança e limitação de público.
Segundo o economista Michel Constantino, a retomada econômica tem se ampliado no setor privado.
“A recuperação está avançando e de forma sustentável, com crescimento vindo do setor privado [comércio e serviços]. E a vacinação é fundamental para melhorar a economia – a confiança e o consumo voltam e alimentam o comércio e os serviços que estavam parados”, conclui.
Daniela acredita que as expectativas dos sul-mato-grossenses melhoraram nos últimos meses.
“De fato esse resultado pode ter tido contribuição dos avanços da vacinação. Isso traz um pouco mais de alento e expectativas positivas, tanto por parte de empresários quanto de consumidores”, destaca a economista.
A economista do IPF ainda lembra que o governo do Estado adotou medidas como auxílio próprio, concessão de crédito aos pequenos e isenção de impostos para bares e restaurantes.
“Acreditamos que [a recuperação] se dá por causa do avanço da vacinação, medidas de incentivo e subsídios do governo para os setores mais afetados com a pandemia. E o próprio empresário, que vem se reinventando para esse novo formato de comércio on-line”, finaliza Regiane.