De olho na ascenção da classe C, que passou de 37% para 64% da população brasileira entre 2003 e 2009, e com estimativa de ganhar mais 36 milhões de pessoas até 2014, as construtoras estão mudando seus perfis para ganhar esse público – e não apenas nos padrões dos empreendimentos, agora mais populares.
O atendimento, no último ano, melhorou muito e, reclamações de problemas como contratos abusivos, propaganda enganosa e atraso na entrega, que chegaram a gerar multas milionárias à incorporadoras em Mato Grosso do Sul, caíram cerca de 36,3% no Estado.
De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-MS), o boom no mercado imobiliário, principalmente de apartamentos residenciais em 2010, com a chegada de empresas como MRV, Rossi, Goldfarb, Brookfield e Homex, fez crescer em 446% o volume de processos administrativos abertos no órgão, porém, em 2011, as queixas recuaram para 226.
E, neste ano, elas continuam em queda. Nos primeiros 20 dias de janeiro de 2012, foram apenas nove, contra 21 no mesmo período do ano passado. “Notamos que ainda há forte a questão da cobrança indevida, principalmente da taxa de corretagem – que é totalmente ilegal. Cerca de 90% das reclamações no Procon hoje, contra construtoras, são por esse motivo”, explica Alexandre Rezende, superintendente em exercício do órgão.
Em segundo, aparecem as situações de publicidade enganosa e, em seguida, as dificuldades em rescisão de contratos. Neste último caso, o cenário mais comum é o de exigência de pagamento de multas em que o comprador desiste por algum descumprimento do acordo por parte da construtora – o que não é correto. E, quando a multa é aplicável, os valores exigidos também aparecem exorbitantes. Segundo o Procon, nunca devem extrapolar os 10%.