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Mesmo com cesta básica em alta, inflação recua; entenda os índices

Em abril conjunto de alimentos subiu 4,46% e inflação ficou negativa em 0,43%

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Em abril, a cesta básica ficou 4,46% mais cara em Campo Grande, conforme a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Apesar da alta no preço dos alimentos, a inflação do mês ficou negativa (-0,43%), mesmo com a influência da alimentação no índice. Economistas explicam como os tributos são elaborados.

A cesta básica da Capital teve o sétimo maior percentual de aumento entre as capitais do Brasil no mês de abril. A pesquisa aponta que a cesta individual teve custo de R$ 495,60, aumento de R$ 21,07 em relação ao valor desembolsado para aquisição dos alimentos no mês de março, que foi de R$ 474,53.

A alta foi puxada pelo aumento nos preços do feijão carioquinha (37,73%), pão francês (17,66%), café em pó (9,18%), leite integral (7,65%), óleo de soja (5,32%), tomate (5,12%), manteiga (4,46%), farinha de trigo (3,94%), açúcar (3,38%), carne bovina de primeira (1,50%) e arroz agulhinha (0,65%). Já as deflações foram observadas nos preços da batata (-16,72%) e da banana (-11,26%).

O economista Márcio Coutinho explica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial, é calculado com a soma de vários grupos de produtos e serviços. “O IBGE classifica diferentes grupos como alimentação, vestuário, transportes, habitação para medir o índice. Dentro desses grupos está a alimentação, e por mais que tenha ocorrido uma alta no preço dos alimentos não foi suficiente para que a inflação subisse, já que outros grupos tiveram uma queda maior”, disse.

DEFLAÇÃO

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a deflação registrada em Campo Grande no mês passado foi puxada pela queda dos combustíveis. Esta é a menor variação mensal para o IPCA desde janeiro de 2014, quando a pesquisa começou a ser realizada na Capital. 

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram deflação em abril e o maior impacto negativo do mês, -0,61 ponto percentual (p.p.), veio do grupo Transportes (-2,89%). A queda se deu principalmente pelo recuo observado nos preços dos combustíveis (-7,32%), em particular a gasolina (-9,31%), que apresentou o maior impacto individual negativo no índice do mês. Além da gasolina, o etanol (-8,44%) e o óleo diesel (-4,38%) também apresentaram queda em abril.

A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, ressalta que são 464 itens entre grupos e subgrupos analisados pelo IBGE para formação da inflação. “O grupo alimentação e bebidas, por exemplo, tem o subgrupo com feijão carioquinha, mandioca,  cereal, e no total são 464 entre grupos e subgrupos, cada um tem um peso específico sobre a inflação”. 

O grupo Alimentação e bebidas (1,28%), acelerou em relação a março, com impacto de 0,26 p.p. no IPCA de abril. Entre os produtos que puxaram a alta do grupo alimentação, estão a cebola (58,95%), batata-inglesa (17,26%), feijão-carioca (17,30%) e do leite longa vida (12,59%). Já as carnes apresentaram queda de 1,56% apesar da alta no mês anterior (1,71%).

A alta de alimentação e bebidas foi devido às alterações de comportamento do consumidor, segundo a economista.  “Com as corridas ao supermercado, as pessoas aumentaram o estoque de alimentos e acabaram comendo mais em casa. Isso acaba interferindo na alimentação e bebidas que tem um peso em torno de 24% sobre a inflação total. Então basicamente a ideia seria essa tem que levar em consideração os pesos e os comportamentos,  então os outros grupos, que tiveram redução, conseguiram segurar a alta da alimentação, por isso tivemos essa deflação no mês”, contextualizou Daniela.

SERVIÇO PÚBLICO

Prefeitura de Campo Grande fatura R$ 100 milhões com leilão da folha

Bradesco venceu Santander e Caixa e vai continuar administrando a folha de servidores do município de Campo Grande

28/03/2024 09h00

Banco Bradesco continuará sendo o responsável pela folha de pagamento dos servidores da capital Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O banco Bradesco vai continuar com a gestão da folha de pagamento dos servidores de Campo Grande por mais cinco anos. A instituição bancária arrematou o pregão presencial organizado pela Prefeitura da Capital com um lance de R$ 100.200.000,00. 

A hasta pública foi realizada nesta terça-feira (26) e contou com a presença de três dos grandes bancos brasileiros: Bradesco, que já detém a folha de pagamento do município de Campo Grande, Santander e Caixa Econômica Federal. 

Conforme a Superintendência de Administração e Finanças da Prefeitura de Campo Grande informou ao Correio do Estado houve 406 lanças na disputa do pregão presencial.

Ao final da hasta pública, Bradesco e Santander duelaram nas propostas, sendo que o banco que já faz os pagamentos aos servidores dos municípios venceu com a maior proposta. 

O contrato, que ainda não foi assinado, é de cinco anos de vigência, prorrogável por mais outros dez (cinco anos de cada vez) sem a necessidade de se promover uma nova licitação. O novo valor, contudo, deverá ser negociado antes da renovação do contrato. 

No vínculo ainda vigente só era possível prorrogar por mais 1 ano, sendo que este período já havia sido extrapolado e, ultimamente Bradesco e prefeitura de Campo Grande mantinham um vínculo temporário, no qual o banco com sede na cidade de Osasco (SP) paga em torno de R$ 1,1 milhão para continuar administrando a folha de pagamento. 

Consultoria

Mas nem todo o valor arrecadado vai para os cofres do município. Contrato firmado com a empresa de consultoria Instituto Brasileiro de Tecnologia, Empreendedorismo e Gestão (BR TEC), prevê que 13% do ágio será dos consultores. 

O ágio é todo o valor contratual que exceder os R$ 1,1 milhão por mês em um período de cinco anos (60 meses): R$ 66 milhões.

Pelas informações do pregão realizado na terça-feira, a BR TEC ficará com aproximadamente R$ 5,74 milhões do total pago pelo Bradesco pela folha de pagamento. 

Dos R$ 4,2 milhões em empréstimos mensais concedidos aos servidores públicos, o Bradesco responde por R$ 2,25 milhões.

Apesar de o contrato com o banco ser por apenas 60 meses, os empréstimos consignados podem ser concedidos por até 120 meses, conforme estipula decreto municipal de 2021. 

Histórico

Desde março do ano passado a administração municipal tenta leiloar a folha de pagamento. Na primeira pedida, o valor mínimo foi de R$ 102 milhões.

Mas logo em seguida a exigência caiu para R$ 99 milhões. Mas como nenhum banco apresentou proposta, a valor foi reduzido para R$ 84 milhões.

Mesmo assim, não houve interessado e por conta disso a exigência foi reduzida para R$ 79,8 milhões.

Estado

Em dezembro do ano passado, o Governo estadual renovou, por mais cinco anos, o contrato para que o Banco do Brasil administre  a folha dos 86,2 mil servidores estaduais, que é da ordem R$ 463 milhões. 

O banco aceitou pagar R$ 224 milhões. Deste montante 55% foram pago à vista pela instituição (R$ 123,2 milhões) ao Estado e o restante pago por meio de parcelas. Ou seja, a administração estadual está recebendo o equivalente a R$ 43,25 mensais por servidor. 

Caso a administração municipal consiga resultado parecido, o faturamento chegará à casa dos R$ 98 milhões, já que são 37,7 mil servidores.

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PREÇOS

Almoço de Páscoa pode ficar até 36% mais caro neste ano

Dentre os tipos de peixes mais consumidos, bacalhau e filé de tilápia se destacam com maiores aumentos na comparação com 2023; preço do azeite de oliva também apresentou alta expressiva

28/03/2024 08h30

Pescado está mais caro neste ano em Campo Grande, mas mesmo assim, na peixaria do Mercadão o movimento era grande Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Item muito consumido na Semana Santa, período que antecede a Páscoa, o preço do pescado em Marto Grosso do Sul apresenta alta de até 36%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Famoso, o bacalhau custava em média R$79,93 em 2023, enquanto neste ano chega a R$108,90.

Ou produto muito consumido durante o período festivo é o azeite de oliva, produto que apresenta variação de 11,63%. Na comparação entre cinco supermercados de Campo Grande, a embalagem da marca Galo de 500 mililitro teve o menor preço encontrado a R$42,99 ante ao maior com preço a R$47,99.

Como justificativa para a alta dos produtos o economista Eduardo Matos destaca que o período da sexta-feira santa, no Brasil, país majoritariamente cristão, é marcado pela alta demanda de pescados devido a tradição religiosa que pede o consumo desse item em detrimento de outras proteínas de origem animal.

“Há um efeito sazonal no preço desse tipo de alimento, ou seja, há uma larga demanda por peixes nesse momento específico do ano e os produtores e comerciantes enxergam a oportunidade de obter uma margem de lucro maior, por esse motivo elevam o preço”, avalia o economista.

Em resumo, Matos, pontua que se trata de uma relação econômica básica entre oferta e demanda, em que um aumento de demanda causa um aumento nos preços.

Por outro lado o mestre em economia Lucas Milael destaca que neste ano a elevação dos preçõs poderia ser ainda maior, porém alguns fatores balancearam o cenário de alta.

“Em 2024, uma das variáveis que contribuíram para mitigar os impactos nos preços do bacalhau e de outros peixes importados foi a diminuição da taxa de câmbio”, detalha.

Conforme pequisa realizada pelo Sebrae e o Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MS), em Mato Grosso do Sul, entre os itens obrigatórios para o almoço que antecede a Páscoa está o pescado.

Entre as opções preferidas para o consumo, está o pacu, com 44,3% dos entrevistados optando pela espécie de água doce, seguido pelo filé de tilápia, com 32,7%, pintado (23,5%) e clássico bacalhau com 10% de preferência.

Dados da Fecomércio, indicam ainda que dentre as atividades que desempenham um papel relevante para o período está o consumo de pescado, tendo em vista que 65,9% dos entrevistados, afirmam que o peixe não pode faltar na compra para a comemoração das festividades da Semana Santa que são concluídas no domingo de Páscoa.

PREÇOS

De acordo com pesquisa realizada pelo Correio do Estado, em cinco peixarias o filé de tilápia pode ser encontrado com preço médio de R$47,94, valor que ao ser comprado com o ano passado obteve uma variação de 9,55%, ao levar em conta os mesmos cinco estabelecimentos.

Para o bacalhau, os valores praticados em três das principais peixarias de Campo Grande, neste ano, teve o maior preço praticado a R$135, enquanto o menor R$89,90, resultando em uma diferença de R$45,10.

A posta de pintado teve média de R$ 41,56 o quilo, variação de 2,12% na comparação com 2023. A Costelinha de pacu custa em média R$ 28,12 por quilo  aumento porcentual de 5,87% quando comparado ao ano anterior.

Corte nobre, o salmão pode ser encontrado a R$89,54, levando em conta quatro peixarias. No comparativo com 2023, o aumento foi de 3,25%.

338 milhões de reais

A movimentação econômica da Páscoa em 2024 tem estimativa de atingir R$338,92 milhões em Mato Grosso do Sul, de acordo com o Sebrae.

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