Economia

PREÇO DA MORTE

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Mesmo com crematório, ser enterrado ainda é mais barato em Campo Grande

Os custos para o sepultamento variam entre R$ 2,4 mil e R$ 6 mil na Capital

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Pouca gente sabe, mas procedimentos pós-morte são burocráticos. Assuntos como funeral e sepultamento são de responsabilidade de quem fica – geralmente, a família. Mas você sabe quanto custa morrer em Campo Grande? 

Com a abertura do primeiro Crematório da Capital, que será inaugurado nesta quarta-feira (7), a reportagem do Correio do Estado realizou uma pesquisa sobre os preços funerários e constatou que ainda é mais barato ser enterrado do modo convencional.

Os preços variam dependendo do tipo de plano. Caso o ente ou a família não tenham nenhum plano funerário, os custos variam entre o mínimo de R$ 2,4 mil e chegam ao máximo de R$ 6 mil. Há ainda o enterro gratuito oferecido pela prefeitura às famílias carentes.

Na Funerária Nippon, caso a pessoa necessite de todo o auxílio, com funeral, transporte e cemitério, o valor cobrado é de R$ 2,4 mil em cemitério da própria funerária, o Jardim da Paz. 

O custo adicional, neste caso, será a parcela de R$ 39 mensais para manutenção da lápide.

Já quando a família tem um jazigo próprio, para o processo de velório e enterro, a funerária cobra R$ 1,8 mil.

O funcionário da Pax Campo Grande, Gil Carlos Rodrigues, explica que vários fatores influenciam nos custos com o sepultamento.

 “Tem as opções de urna, duração do enterro, etc. Se a pessoa já tem cemitério, o valor varia entre R$ 1,5 mil a R$ 3,5 mil. Já quando não tem nenhum plano funerário, com tudo incluso – velório, atendimento funerário e cemitério –, os preços vão variar de cinco a seis mil reais, em média”, explicou.  

A Pax Nacional é quem traz a inovadora opção para cremação. Sem nenhum tipo de convênio, o preço pago gira em torno de R$ 3,5 mil, tanto para cremação quanto para o sepultamento.  

Planos funerários são opções

O que muitas funerárias fazem é dar opções de planos duradouros – para a vida toda – que encaixam toda a família, incluindo pai e mãe. 

Os valores só são diferentes quanto à escolha. Na Pax Nacional, um plano razoável para a toda a família (casal, filhos, pai, mãe e irmãos se forem solteiros) custa R$ 52,10, que te dá o direito de ter o funeral que inclui capela, caixão, atestado de óbito e preparação do corpo mais o valor da mensalidade do cemitério.  

Já para o plano da cremação, o valor da mensalidade sai R$ 5 mais caro. No caso da Pax Nacional, se optar por funeral e cremação, a mensalidade para toda a família sai por R$ 57,10. 

Caso o contratante do plano queira incluir sogro e sogra, o valor da mensalidade aumenta em R$ 21 para ambos.

Na Pax Campo Grande também não há custos adicionais, quando a família possui um plano funerário.

 “O plano é uma mensalidade que custa entre R$ 41,80 até R$ 380, um plano familiar que inclui cônjuge e filhos menores de 21 anos”, completou Rodrigues.

Há ainda a possibilidade de não pagar pelo sepultamento, quando a família não consegue arcar com os custos. 

A Prefeitura de Campo Grande tem um programa de auxílio funeral. De acordo com a gestão, assim que a pessoa falece, a família deve acionar a Secretaria de Assistência Social (SAS).  

A secretaria faz uma visita ao local e encaminha para a Pax que está de plantão – e é contratada pela administração.

 “Algumas famílias perdem o benefício porque acionam a funerária antes de chamar a assistência social. Nesses casos, não temos como reverter”, explicou a assessoria da SAS.  

Crematório será inaugurado

Novidade aos campo-grandenses, o primeiro crematório da cidade chama a atenção. 

Localizado nos altos da Avenida Tamandaré, o Crematório de Campo Grande possui uma arquitetura imponente e espaço interior requintado, com carpete vermelho e poltronas aveludadas.

“De alguns anos para cá, vemos a cremação crescer como opção. Não há novos espaços nos cemitérios públicos e nos privados está cada vez mais escasso. Contudo, o crematório funcionará como uma extensão do cemitério e nossos associados poderão aderir ao novo serviço por uma pequena taxa mensal”, explica Arthur de Carli, diretor do crematório.

A obra destaca-se por ser o maior complexo do segmento na região Centro-Oeste. 

Além do prédio principal, a nova unidade conta também com um amplo jardim que foi desenhado para receber as estruturas do cruzeiro, capela, columbário e ossuário.

A concessão do serviço pela Prefeitura de Campo Grande, bem como a licença ambiental/instalação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), foram publicadas em fevereiro de 2014.

As obras tiveram início em 2017 e já estão concluídas, conforme licença de operação expedida em dezembro de 2019.

Primeiro crematório do Brasil

O primeiro crematório do Brasil, que também foi o primeiro da América Latina, foi inaugurado em 1974 em São Paulo: o crematório municipal de Vila Alpina. 

Atualmente o País abriga cerca de 100 crematórios, o que permite um novo olhar na forma de se despedir de um ente querido. 

Porém, segundo o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), a avaliação em comparação ao sepultamento convencional ainda é pequena.  

“Nosso segmento é introspectivo e passamos a ver o enlutado com novos olhos, fazendo um trabalho de maior acolhimento do luto; aos poucos, e com uma nova abordagem para a celebração da vida e legado da memória dos que já partiram, vamos conquistando este espaço”, avalia Gisela Adissi, presidente do Sincep.

Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

Economia

Em meio à crise, presidente da Petrobras descarta aumento de preços dos combustíveis

Na última semana, o presidente Jean Paul Prates confirmou que as etapas para conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas no fim deste ano.

18/04/2024 17h23

Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates Thomaz Silva/ Agência Brasil

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Durante um evento no Rio de Janeiro, com foco em "O Fortalecimento da Indústria Naval Nacional e o Setor Energético Offshore", o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, descartou um aumento nos preços dos combustíveis no Brasil a curto prazo.

"Estamos avaliando as condições de mercado. Não há razão nenhuma para aumento agora. Não está sendo avaliado (aumento para as próximas semanas). Estamos monitorando o cenário internacional. Por enquanto não há nada que faça mover. E o preço do petróleo indica isso", relatou ao jornal O Globo, na manhã de hoje (18).

Conforme divulgado pelo Correio do Estado, no início desta semana, a Petrobras anunciou que as etapas para a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas até o final deste ano. A estatal informou que o processo licitatório para o reinício das obras será aberto em dezembro de 2024.

A expectativa inicial é que a unidade comece a operar até o fim de 2023.

Na semana passada, o governador Eduardo Riedel (PSDB) pediu ao presidente Lula que "olhasse com carinho" para a fábrica, que está com as obras paradas desde 2014. O pedido foi feito durante visita do presidente a Campo Grande.

Nesta segunda-feira (15), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou as falas do presidente, em entrevista à CNN, que as obras serão retomadas em breve.  
   

A UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas - ReproduçãoA UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas - Reprodução

Investimentos

De acordo com o presidente da Petrobras, rebateu um dossiê feito na semana passada, contra a permanência dele no comando da estatal e que apontava que Prates resistia em concluir a UFN3, que precisa de investimento de R$ 5 bilhões.

Durante a conversa, Jean Paul afirmou que sempre defendeu a importância da inclusão do projeto da fábrica no Planejamento Estratégico da Petrobras, o que foi feito em novembro do ano passado, após demonstração técnica de viabilidade financeira e decisão da estatal de voltar ao setor de fertilizantes.

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, reafirmou que o dossiê sobre a não retomada da UFN3 não correspondia à realidade

"Estamos acompanhando o assunto junto com a ministra Simone Tebet e temos inclusive a previsão que a licitação ocorra no final de ano", disse.

Quando concluída, a UFN3 deve reduzir em 15% a dependência brasileira dos nitrogenados, contribuindo para a autonomia nacional no setor de fertilizantes.

A obra da UNF3 foi paralisada no fim de 2014, com 81% da construção realizada.

A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.
 

Valor do petróleo 

Na tarde desta quinta-feira (18), o preço do petróleo Brent, usado como referência internacional, está em queda de 0,22%, a US$ 87,10. Na semana passada, chegou a passar os US$90. Segundo dados da Abicom, que reúne os importadores, o preço da gasolina cobrado pela estatal está 20% menor em relação ao cenário internacional. No caso do diesel, a diferença hoje é de 10%

Declarações 

Conforme informações do governo brasileiro, os preços feitos pela  Petrobras ocorreram em outubro do ano passado, quando a estatal reduziu o valor da gasolina nas refinarias, quando passou de R$2,93 para R$2,81. No caso do diesel, a queda foi em dezembro (caindo de R$3,78 para R$3,48).

Durante o evento nesta quinta-feira, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o impacto do conflito no Oriente Médio não deve intervir sobre os valores dos combustíveis no Brasil.

As declarações de Prates ocorrem em momento de crise na estatal, que se estendeu  ao Conselho de Administração da estatal, após falas de Silveira. 

A crise chegou até o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), com sede em São Paulo, que derrubou a decisão em primeira instância e reconduziu à presidência do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes, um dos representantes da União no colegiado. Ele foi afastado na última semana. Logo em seguida, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu.

Questionado como estava no clima dentro da Petrobrás, Prates disse estar tranquilo.

"Eu estou tranquilo. O presidente Lula está na Colômbia. Eu não fui a Brasília para isso. Temos agendas em Brasília constantemente. Por exemplo, eu passei o dia inteiro no TCU (Tribunal de Contas da União). Fui ver as lideranças no Senado. São meus amigos afirmou Prates".

 

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