ADRIANA MOLINA
Puxado pela alta nos preços dos materiais básicos, o custo da construção do metro quadrado em março, subiu 0,48%, em relação ao mês anterior em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria Com a Caixa Econômica Federal (CEF), para edificar um imóvel no mês passado no Estado gastou-se, em média, R$ 697,64, variando de R$ 420,85 a R$ 1.129,60, dependendo do padrão do projeto.
O valor representa alta de 6,79% nos últimos 12 meses, o equivalente a cerca de R$ 49. O Sinapi considera apenas os custos com materiais e salários dos trabalhadores na empreitada, excluindo-se as despesas com compra de terreno; execução do projeto; licenças, habite-se, certidões, seguros; administração da obra; financiamentos; lucro da construtora e incorporadora; instalações provisórias; ligações domiciliares de água, energia elétrica e esgoto; depreciações dos equipamentos; equipamentos mecânicos; de segurança, máquinas, ferramentas e fundações especiais.
Alguns materiais de construção, por conta da matéria-prima, sofreram alta em março, principalmente os feitos com barro, como telhas e tijolos. "O mercado aqui no Estado teve um reajuste considerado normal para o período nesses produtos, mas não chegou a 10%", explicou o gerente de uma loja de materiais de construção de Campo Grande, Roberto Bigolin Filho.
Também ficaram um pouco mais caros, segundo o comerciante, as portas, janelas e outros produtos usados nos alicerces, como aço, exceto o cimento, que se manteve estável no período. A alta ainda não é reflexo do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no mês passado, já que muitas lojas ainda trabalham com os estoques comprados a preços mais baixos.
Disparada
A tendência é de que a partir deste mês o metro quadrado fique mais caro no Estado. Com o fim dos estoques isentos do imposto e o reajuste no preço da mão de obra, confirmado na última semana, o índice pode disparar em Mato Grosso do Sul até o próximo mês. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande (Sintracom), Samuel da Silva Freitas, a média de aumento nos salários dos empregados do setor foi de 9,7%.
"Mas alguns trabalhadores tiveram reajuste maior, de até 11,23%, como no caso dos pedreiros, que passaram de R$ 650 para R$ 723", disse. Quem decidir edificar a partir de agora não terá como garantir a mesma economia de antes, pois os novos salários da mão de obra da construção civil passam a valer em abril, com data retroativa para março e os produtos com isenção devem se esgotar em breve nas lojas, que já registram movimentação mais fraca nesta semana.