Depois de amargar o pior desempenho dos meses de janeiro dos últimos 10 anos, Mato Grosso do Sul registra o terceiro melhor fevereiro da década na geração de empregos formais, ficando atrás apenas de 2006 e 2008. Puxado pelo setor agropecuário, que representou cerca de 40% das 3.940 vagas abertas, o Estado agora ocupa o sexto lugar no ranking brasileiro de crescimento em postos de trabalho, com variação de 1,1%, segundo dados divulgados ontem, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A colheita da safra, que promete se consolidar como uma das maiores do Estado, fez com que os empregos no setor crescessem 2,52% em fevereiro, com a abertura de 1,555 vagas formais, verificadas principalmente nos polos de produção agrícola, como Dourados e toda a região do cone sul. “Isso comprova que mesmo com o grande crescimento do setor industrial, verificado em 2009, Mato Grosso do Sul não deixou de ser um Estado essencialmente agrícola, como se esperava”, pondera o economista Áureo Torres. A indústria da transformação não ultrapassou o setor agropecuário, segundo o levantamento, mas chegou bem próximo, colocando-se em segundo lugar no ranking das atividades que mais geraram empregos formais no mês. Foram 1.059 vagas, registrando variação de 1,39%. Em seguida ficaram os serviços de utilidade pública, com crescimento de 1,17%, serviços em geral (0,89%), comércio (0,27%) e administração pública (0,22%). O único que apresentou déficit foi o setor da construção civil, que reduziu em 0,33% o número de vagas no mês, passando de 1.915 admitidos, para 1.995 demitidos até o final de fevereiro. De acordo com Torres, o decréscimo neste caso, ao contrário da lógica, não representa crise. “O setor está aquecido, mas fevereiro é um dos meses em que mais chove no ano, o que causa a paralisação das obras e, consequentemente, demissões até que elas possam ser retomadas”, explica o economista. Estoque Os dados do Caged mostram ainda que este pode ser um ano recorde na geração de empregos públicos e privados em Mato Grosso do Sul. Isso porque somente os dois primeiros meses de 2010 já representam 38% do total de empregos formais gerados em 2009. Janeiro e fevereiro somam 5.629 vagas, enquanto todo o ano passado totalizou 12.900 vagas. Capital Já Campo Grande obteve crescimento mais tímido na geração de empregos em fevereiro, apresentando variação de 0,14%, com saldo de 221 novas vagas. No mês foram contratados 7.561 trabalhadores e demitidos 7.340. Destaque para o setor de serviços de utilidade pública, (concessionárias de água, luz etc.), que revelou o maior percentual de acréscimo, de 1,11%. Porém, quem apresentou maior quantidade de novos postos de trabalho foi o setor de serviços em geral, admitindo 3.273 e demitindo 2.957 – o que totalizou 316 vagas, contra apenas 23 dos serviços de utilidade pública. No mu n icípio, houve déficit de vagas nos setores agropecuário (-0,47), da construção civil (-0,44%), comércio (-0,12%) e extração mineral (-2,52%). No acumulado de janeiro e fevereiro, a Capital registrou reação de 0,45%, com 14.136 contratados e 13.430 demitidos, totalizando 706 novos postos de trabalho.