ADRIANA MOLINA
Apesar do crescimeto nacional do setor das construções sustentáveis – 27% nos últimos anos e com projeção de 53% até 2013 – , Mato Grosso do Sul ainda “engatinha” nesta área. Segundo a Ong Green Building Council Brasil, no Estado, embora não existam números oficiais, especialistas afirmam que a tendência também tem ganhado força, mesmo a passos menores que os nacionais.
Empresas ligadas ao segmento, fornecedores de tecnologia e matéria-prima de projetos sustentáveis estão vendo crescer a procura por produtos e serviços para construções do tipo, graças a mudança gradativa de conceitos por parte de arquitetos, engenheiros e também consumidores. “Isso tem se iniciado dentro das universidades. Os novos profissionais estão saindo qualificados e conscientes sobre o uso desses materiais. Está ocorrendo uma mudança de mentalidade, mas ainda aos poucos”, explica a mestre em engenharia civil, Sandra Bertocini, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Mesmo que pequena, a evolução do setor no Estado já é suficiente para a abertura de nichos de mercado promissores. A diretora de marketing, da Eco Máquinas em Campo Grande, Anne Bonatto, viu a venda de equipamentos para a fabricação de tijolos e pisos sustentáveis de sua empresa disparar, aumentando cerca de 50% apenas no último ano.
Os principais compradores de máquinas para fabricação de tijolos sustentáveis, a base de terra e cimento, segundo Anne, são os que querem abrir um negócio e pequenas construtoras.
Vantagens
Madeira reciclada, tijolo ecológico, sistemas de reutilização de água e de obtenção de energia solar. Estes são alguns dos elementos que tornam um empreendimento sustentável e que, embora pareçam de alto custo, podem representar economia de até 40% em alguns estágios da obra.
Um exemplo são os tijolos, que embora tenham valores, em média, 25% maiores que os comuns feitos de cerâmica, têm acabamento perfeito, não sendo necessário o uso de reboco e até mesmo pintura nas paredes.
Segundo o doutor em engenharia civil da UFMS, Wagner Augusto Andreosi, a relação custo-benefício de um empreendimento sustentável varia conforme o nível de sustentabilidade empregado nela. “Aqui no Brasil, um imóvel geralmente fica ao final, cerca de 12% a 13% mais caro que os sem qualquer elemento sustentável, mas isso é recuperado em pouco tempo, com o que é economizado depois com água, energia elétrica, e outros benefícios que um empreendimento assim oferece. Andreosi classifica a sustentabilidade na construção civil como um caminho irreversível.