Autoridades políticas, empresários, líderes e representantes de entidade brasileiras, bolivianas e paraguaias integram os mais de 300 participantes da Jornada MS Sem Fronteiras, que o Sebrae realiza nesta terça-feira (29), no Centro de Convenções de Corumbá.
Pela manhã, tiveram início as rodadas de negócios entre micro e pequenas empresas da Bolívia e de Mato Grosso do Sul nos setores de alimentos, confecção e turismo. As negociações seguem até às 18 horas, com previsão de 229 reuniões a serem realizadas. “Incluir a pequena empresa nas negociações com as grandes organizações é a proposta do projeto. Entretanto, essa inclusão deve acontecer com condições adequadas para que passem a integrar o rol de fornecedores qualificados”, destacou o diretor superintendente do Sebrae, Cláudio Mendonça.
Em paralelo, o Seminário de Integração, no auditório, reúne até o final do dia as lideranças dos principais organismos ligados ao empreendedorismo nos três países, com a participação do Ministério da Integração do Governo Federal brasileiro, o secretário de desenvolvimento de Corumbá, Cassio Costa Marques e o presidente da Associação Comercial de Corumbá, Alfredo Zamlutti Júnior. A diretora de Operações do Sebrae, Maristela França, afirmou que o foco deste trabalho é o fomento à criação de diretrizes nacionais, regionais e estaduais que possam convergir às necessidades da fronteira.
O Brasil tem 15.719 quilômetros de extensão fronteiriça, envolvendo 11 estados da federação e 588 municípios. “São cerca de dez milhões de pessoas, e há baixo nível de desenvolvimento populacional e empresarial", destaca Maristela. Para a diretora o fortalecimento permitirá melhorar a situação de dependência econômica dos principais centros financeiros, comerciais e políticos do País.
Para o presidente da Fundacion Trabajo Empresa (FTE), da Bolívia, René Salomon, há quatro variáveis que podem ser trabalhadas pelas entidades: a capacitação, o emprego, o fomento à cultura empreendedora e o desenvolvimento empresarial. “A indústria requer o serviço e as micro e pequenas empresas da fronteira podem preencher essa lacuna se tiverem apoio para fortalecer sua capacidade de atendimento”, diz. René citou o artesanato como setor que tradicionalmente integra as culturas da fronteira e as rodadas de negócios que tem gerado oportunidades entre Brasil e Bolívia.
Edgar Ortellado, técnico do Centro de Recursos de Investimento e Desenvolvimento (Cird), do Paraguai, expos a necessidade de ordenar o desenvolvimento com base no fortalecimento dos governos locais. “No Brasil, as cidades tem dez vezes mais recursos para se desenvolverem. Há muitas diferenças. Temos como desafio criar uma política estratégica de fronteiras, transferir tecnologias e adequar a infraestrutura de serviços”, avalia. Ele utilizou como exemplo a parceria nacional entre Brasil, Argentina e Paraguai em ações de relacionamento comercial.
Programação
A Jornada MS Sem Fronteiras acontece até as 20 horas, com palestras, rodadas de negócios e a segunda edição do Encontro Internacional de Jornalistas na Fronteira, que aguarda mais de 60 profissionais de imprensa de Corumbá, Ladário, Puerto Suarez, Puerto Quijarro, Santa Cruz de la Sierra, Ponta Porã, Pedro Juan Caballero e Campo Grande.
O Encontro visa debater a pratica da atividade jornalística em ambiente de fronteira e despertar a atenção das mídias nacional e estadual para a produção de reportagens que despertem aspectos positivos de integração entre os países fronteiriços.