O preço médio do litro da gasolina chegou ao maior valor da série histórica pesquisada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Conforme a agência, até o dia 7 deste mês o litro do combustível foi comercializado pelo valor médio de R$ 4,51, indo de R$ 4,43 a R$ 4,89.
Em março, o preço médio chegou a R$ 4,49 e havia sido o maior desde que foi iniciada a pesquisa, em 2001.
O levantamento da ANP foi paralisado no fim de agosto e só foi retomado há três semanas.
Os preços divulgados em outubro e novembro levaram em consideração apenas os valores praticados em Campo Grande.
“A abrangência geográfica e a periodicidade da pesquisa continuam as mesmas. Contudo, de acordo com os critérios da licitação, a contratação prevê a gradual expansão das amostras e dos municípios integrantes até que se atinja cerca de 6 mil postos e 4.400 revendas de GLP semanalmente, em 459 localidades. Na primeira etapa, o levantamento abrangerá pelo menos as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal. A adição de municípios se dará ao longo de oito etapas”, informou a agência em nota.
Se a versão comum da gasolina está com os preços elevados, a aditivada tem um valor ainda maior. De acordo com o levantamento da ANP, o litro da gasolina aditivada vai de R$ 4,43 a R$ 4,77, média de R$ 4,60.
A reportagem do Correio do Estado também pesquisou os preços praticados na Capital.
Conforme pesquisa realizada ontem (9), o preço médio do litro da gasolina comum é de R$ 4,50, variando entre R$ 4,45 e R$ 4,64. A reportagem visitou os mesmos postos há um mês e o litro do combustível era comercializado a R$ 4,44, em média.
O diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, explica que o aumento de preços vem de uma série de impactos.
“Como sempre frisamos, é questão de mercado, ou seja, prevalece o livre mercado tanto para distribuidoras como para postos. No mês passado, ocorreram diversos aumentos e alguns até acumulados de setembro que não haviam sido repassados, a inflação também se fez presente para a alta nos preços”, destacou.
No dia 26 de outubro, a Petrobras anunciou reajuste dos preços praticados em suas refinarias. Segundo nota, a gasolina teve redução de 5% (ou R$ -0,09 por litro), o preço às distribuidoras foi a R$ 1,66 por litro. No acumulado do ano, a redução chega a 13,7 %. A gasolina teve 35 reajustes em 2020, até agora, sendo 16 aumentos e 19 reduções.
Competitividade
O etanol acompanhou a gasolina e também ficou mais caro na Capital. De acordo com o levantamento da ANP, o valor médio do biocombustível é de R$ 3,26, variando do mínimo de R$ 3,13 ao máximo de R$ 3,49. Em agosto, o álcool custava R$ 3,14.
Considerando os dados da ANP, com a gasolina a R$ 4,51 e o etanol a R$ 3,26, a diferença entre os combustíveis chega a 72%, acima do máximo indicado de 70%.
O biocombustível tem uma queima maior e por isso é consumido mais rapidamente. Com um litro de álcool, o motorista percorre uma quilometragem menor, se comparada à autonomia de um litro de gasolina.
Por este motivo, o álcool precisa custar até 70% o valor da gasolina. Desta maneira, não compensa aos consumidores trocar a gasolina pelo etanol.
No dia 19 de setembro, conforme noticiou o Correio do Estado, o etanol era comercializado ao preço médio de R$ 2,89, variando de R$ 2,78 a R$ 3,24.
Enquanto o litro da gasolina variava entre o mínimo de R$ 4,33 e o máximo de R$ 4,56, média de R$ 4,39. A diferença na ocasião era de 65%, ou seja, era vantajoso fazer a troca de um pelo outro.
Estado
Mato Grosso do Sul registrou a gasolina mais cara da região Centro-Oeste em outubro. De acordo com o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o litro da gasolina é o mais caro da região desde abril.
Em outubro, o preço médio do litro da gasolina em MS é de R$ 4,77.
Já o etanol apresentou o valor médio de R$ 3,38 e é o mais indicado para quem abastece nos postos do Estado.
Considerando os preços em todo o território estadual, ainda há paridade nos preços. Com a gasolina a R$ 4,77 e o álcool a R$ 3,38, a paridade fica em 70%.