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Comerciantes protestaram durante a semana pela reabertura da fronteira

Comerciantes protestaram durante a semana pela reabertura da divisa entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero

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A semana foi marcada por protestos de comerciantes que pediam a reabertura da fronteira.

Fronteira fechada

A fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero está fechada há quatro meses. 

De acordo com a Câmara de Comércio e Turismo de Pedro Juan Caballero, o segmento já registra cerca de 400 lojas fechadas no período em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). 

Na madrugada de sexta-feira (17), foram queimados pneus para impedir o cruzamento da fronteira. 

Ainda no mesmo dia, comerciantes fizeram filas de carros com buzinaço pedindo a reabertura da faixa fronteiriça.

 “Tivemos mais de 70% das lojas fechadas e as que estão trabalhando operam com apenas 25% da capacidade. São quase 400 lojas que já foram fechadas e o número pode ficar ainda maior. Muitos empresários brasileiros tiveram de fechar as portas”, explicou o presidente da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Barreto.

Desemprego

Outro problema enfrentado por brasileiros é quanto ao desemprego. 

Com a restrição do trânsito entre os países, brasileiros que trabalham na cidade paraguaia são impedidos de entrar. 

“O número de desempregados passou de 5 mil e deve chegar a 6 mil, porque estão fechando cada dia mais empresas e postos de trabalho. Os trabalhadores brasileiros que trabalham em lojas paraguaias foram afetados neste sentido”, informou Barreto, que ainda ressaltou que destes quase 6 mil demitidos 30% são brasileiros.

O empresário Amauri Ozório Nunes explicou que foi afetado pelo fechamento da linha internacional que separa as cidades. 

O comerciante tinha empresas dos dois lados da fronteira, mas, com o impedimento do trânsito entre os países, precisou fechar o comércio do lado paraguaio.

“Eu fechei a loja do Paraguai, aqui no Brasil estamos trabalhando normalmente, só perdemos os clientes paraguaios. 

Fronteira fechada é uma realidade que temos de nos acostumar”, lamentou.

PROTESTOS

Os protestos começaram na segunda-feira (13), quando mais de mil pessoas protestaram no Paraguai. 

Comerciantes e trabalhadores reclamam porque, logo no início do impedimento, brasileiros iam até à fronteira, compravam produtos paraguaios e recebiam na linha internacional. Durante toda a semana passada, foram registrados protestos.  

Segundo o jornal ABC Color, o local onde o incêndio foi provocado é o mesmo onde terça-feira (14) houve uma briga entre vendedores de pneus de veículos e os militares encarregados de impedir a passagem de pessoas para o Brasil em cumprimento do decreto presidencial que prevê o fechamento de fronteiras para impedir a propagação do vírus.  

Na ocasião, os vendedores alertaram que, se não houver flexibilidade para o comércio, um surto social poderá ocorrer.

A presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Porã (Acepp), Fabrícia Prioste, disse que os comerciantes da cidade vizinha protestavam porque houve uma tentativa de abrir pontos de vendas para Ponta Porã.  

A empresária explicou ao Correio do Estado que a situação é ruim para às duas cidades. 

“No comércio de Ponta Porã houve um aumento nas vendas, porém, sentimos falta do cliente de Pedro Juan. Trata-se de cidades-gêmeas, impossível sentir-se privilegiado neste momento delicado”.

Comerciantes denunciaram ao Correio do Estado que há quem esteja transitando normalmente entre os dois países, mesmo com os limites territoriais fechados.

Vendas

Em junho, o Paraguai havia planejado uma solução, a venda on-line e entrega por delivery entre os países. A ideia era reduzir os impostos do comércio de fronteira para venda aos brasileiros.  

No entanto, a Receita Federal do Brasil informou que as mercadorias que entrarem no Brasil seriam consideradas ilegais e seriam apreendidas, como noticiou o jornal Última Hora.  

Segundo a Receita, como o Paraguai fechou todas as fronteiras e proibiu o ingresso de estrangeiros, é impossível declarar o ingresso de bens a partir do território paraguaio. 

Também não será possível aplicar a tarifa de isenção de compras de até US$ 500 prevista no regime fiscal especial para mercadorias adquiridas por turistas brasileiros.

Quando os primeiros casos de infecção pela Covid-19 foram registrados, em março, o Paraguai fechou as fronteiras. 

O Exército faz desde então a fiscalização na linha internacional. Valas, barricadas com pneus, arame farpado e tambores foram feitos para impedir o trânsito entre os dois países.

Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

Economia

Em meio à crise, presidente da Petrobras descarta aumento de preços dos combustíveis

Na última semana, o presidente Jean Paul Prates confirmou que as etapas para conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas no fim deste ano.

18/04/2024 17h23

Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates Thomaz Silva/ Agência Brasil

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Durante um evento no Rio de Janeiro, com foco em "O Fortalecimento da Indústria Naval Nacional e o Setor Energético Offshore", o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, descartou um aumento nos preços dos combustíveis no Brasil a curto prazo.

"Estamos avaliando as condições de mercado. Não há razão nenhuma para aumento agora. Não está sendo avaliado (aumento para as próximas semanas). Estamos monitorando o cenário internacional. Por enquanto não há nada que faça mover. E o preço do petróleo indica isso", relatou ao jornal O Globo, na manhã de hoje (18).

Conforme divulgado pelo Correio do Estado, no início desta semana, a Petrobras anunciou que as etapas para a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas até o final deste ano. A estatal informou que o processo licitatório para o reinício das obras será aberto em dezembro de 2024.

A expectativa inicial é que a unidade comece a operar até o fim de 2023.

Na semana passada, o governador Eduardo Riedel (PSDB) pediu ao presidente Lula que "olhasse com carinho" para a fábrica, que está com as obras paradas desde 2014. O pedido foi feito durante visita do presidente a Campo Grande.

Nesta segunda-feira (15), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou as falas do presidente, em entrevista à CNN, que as obras serão retomadas em breve.  
   

A UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas - ReproduçãoA UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas - Reprodução

Investimentos

De acordo com o presidente da Petrobras, rebateu um dossiê feito na semana passada, contra a permanência dele no comando da estatal e que apontava que Prates resistia em concluir a UFN3, que precisa de investimento de R$ 5 bilhões.

Durante a conversa, Jean Paul afirmou que sempre defendeu a importância da inclusão do projeto da fábrica no Planejamento Estratégico da Petrobras, o que foi feito em novembro do ano passado, após demonstração técnica de viabilidade financeira e decisão da estatal de voltar ao setor de fertilizantes.

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, reafirmou que o dossiê sobre a não retomada da UFN3 não correspondia à realidade

"Estamos acompanhando o assunto junto com a ministra Simone Tebet e temos inclusive a previsão que a licitação ocorra no final de ano", disse.

Quando concluída, a UFN3 deve reduzir em 15% a dependência brasileira dos nitrogenados, contribuindo para a autonomia nacional no setor de fertilizantes.

A obra da UNF3 foi paralisada no fim de 2014, com 81% da construção realizada.

A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.
 

Valor do petróleo 

Na tarde desta quinta-feira (18), o preço do petróleo Brent, usado como referência internacional, está em queda de 0,22%, a US$ 87,10. Na semana passada, chegou a passar os US$90. Segundo dados da Abicom, que reúne os importadores, o preço da gasolina cobrado pela estatal está 20% menor em relação ao cenário internacional. No caso do diesel, a diferença hoje é de 10%

Declarações 

Conforme informações do governo brasileiro, os preços feitos pela  Petrobras ocorreram em outubro do ano passado, quando a estatal reduziu o valor da gasolina nas refinarias, quando passou de R$2,93 para R$2,81. No caso do diesel, a queda foi em dezembro (caindo de R$3,78 para R$3,48).

Durante o evento nesta quinta-feira, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o impacto do conflito no Oriente Médio não deve intervir sobre os valores dos combustíveis no Brasil.

As declarações de Prates ocorrem em momento de crise na estatal, que se estendeu  ao Conselho de Administração da estatal, após falas de Silveira. 

A crise chegou até o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), com sede em São Paulo, que derrubou a decisão em primeira instância e reconduziu à presidência do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes, um dos representantes da União no colegiado. Ele foi afastado na última semana. Logo em seguida, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu.

Questionado como estava no clima dentro da Petrobrás, Prates disse estar tranquilo.

"Eu estou tranquilo. O presidente Lula está na Colômbia. Eu não fui a Brasília para isso. Temos agendas em Brasília constantemente. Por exemplo, eu passei o dia inteiro no TCU (Tribunal de Contas da União). Fui ver as lideranças no Senado. São meus amigos afirmou Prates".

 

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