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O que é Pix? Conheça o novo sistema de pagamento instantâneo do Banco Central

Pix começa a funcionar, tire suas dúvidas aqui! a gente te explica certinho

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Pix é um meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central e o recurso pode ser transferido entre contas em questão de segundos. O sistema tem o potencial de alavancar a competitividade e a eficiência do mercado. A operação, que pode ser realizada a partir de uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga, passou a ser utilizada, em regime definitivo, no dia 16 de novembro de 2020, após um período de funcionamento experimental

O ano de 2020 está marcado pela implementação de um novo mecanismo de facilitação de operações bancárias. Trata-se da Chave Pix, um meio de pagamento eletrônico instantâneo, lançado oficialmente no dia 5 de outubro e com funcionamento integral no dia 16 de novembro. A sua utilização possibilita rapidez - em segundos - das operações de pagamento e recebimento de valores.

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O QUE É PIX E COMO  FUNCIONA ESSE PAGAMENTO?

De acordo com Vagner Teixeira, analista técnico  do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul (Sebrae-MS), o pagamento instantâneo conhecido como PIX é novo sistema de pagamento criado pelo Banco Central, é  uma ferramenta desenvolvida com o objetivo de trazer agilidade e simplicidade nas operações financeiras de pagamentos e transferências.

“O PIX é uma forma de pagamento assim como TED, DOC, boletos e transferências, a grande diferença está na praticidade, pois com o Pix é possível realizar essas transações a qualquer momento, pois está disponível 24horas por dia, incluindo finais de semana e feriados. Além disso em apenas 10 segundos é possível concluir uma operação financeira”, disse, respondendo ao Correio do Estado.

Como surgiu o Pix?

O Banco Central do Brasil vinha trabalhando em um projeto com a promessa de revolucionar o sistema de pagamentos brasileiro, permitindo tanto pagadores quanto recebedores façam transação de transferência de recursos de instantânea e segura.

As chaves do Pix são como o endereço da sua conta. Segundo o Banco Central, elas  são “‘apelidos’ utilizados para identificar a sua conta” que podem ser usadas para receber ou enviar dinheiro sem precisar passar todos os seus dados como acontece com TED e DOC atualmente.

Segundo o Banco Central, “pagamentos instantâneos são as transferências monetárias eletrônicas na qual a transmissão da ordem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o usuário recebedor ocorre em tempo real e cujo serviço está disponível durante 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano. As transferências ocorrem diretamente da conta do usuário pagador para a conta do usuário recebedor, sem a necessidade de intermediários, o que propicia custos de transação menores”.  

No Brasil, esse sistema passou a se chamar Pix e está integralmente disponível para a população brasileira desde 16 de novembro de 2020. Conforme o BC, “além de aumentar a velocidade em que pagamentos ou transferências são feitos e recebidos, tem o potencial de alavancar a competitividade e a eficiência do mercado; baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes; promover a inclusão financeira e preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis atualmente à população. Em linha com a revolução tecnológica em curso, possibilita a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio e a redução do custo social relacionada ao uso de instrumentos baseados em papel.”

Vagner Teixeira explica que, na prática, é um serviço de pagamento rápido, barato e seguro. O usuário poderá efetuar um pagamento com uso de lista de contatos no celular ou QR Code. A tendência é que o Pix cause impacto para os pequenos negócios (recebedores), porque o custo de adesão é menor que dos demais meios eletrônicos. Há disponibilização imediata dos recursos, o que tende a reduzir necessidade de crédito, facilidade de automatização e de conciliação de pagamentos, facilidade e rapidez de checkout.

Para o analista, o sistema também proporciona benefícios para os clientes dos pequenos negócios (pagadores), porque é mais rápido, barato, mais prático (uso da lista de contatos de celular ou de QR Code para iniciar pagamentos), mais simples (só precisa de dispositivo digital para realizar o pagamento, dispensa uso de cartão, folha de cheque, cédulas, maquininhas) e possibilidade de integração com outros serviços no smartphone.

No Brasil, esse sistema se chamará PIX, e estará disponível para a população brasileira a partir de novembro de 2020. Além de aumentar a velocidade em que pagamentos ou transferências são feitos e recebidos, tem o potencial de alavancar a competitividade e a eficiência do mercado; baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes; promover a inclusão financeira e preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis atualmente à população. Em linha com a revolução tecnológica em curso, possibilita a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio e a redução do custo social relacionada ao uso de instrumentos baseados em papel.”

Quais podem ser as chaves PIX?

  • CPF ou CNPJ;
  • E-mail;
  • Número de telefone celular;
  • Chave aleatória (gerada pelo sistema caso você queira cadastrar um apelido mas não queira ou possa usar algum dos outros dados acima).

É obrigado registrar uma chave PIX?

Não. Registrar uma chave do Pix não é obrigatório para poder receber ou realizar um pagamento instantâneo, mas é altamente recomendável, segundo o Banco Central. 

A vantagem de registrar uma chave do Pix é não precisar passar seus dados bancários para solicitar uma transferência – e nem, por exemplo, seu CPF, caso você deseje registrar somente um endereço de e-mail. Você tem total controle sobre quais dados deseja compartilhar e com quem. E, claro: acelerar o processo de realizar uma transferência.

Quais as vantagens do Pix?

Vagner Teixeira afirma que “a principal vantagem da PIX é ela poder ser efetuada 24h por dia e nos 7 dias da semana; As transações são realizadas de maneira muito rápida e a promessa é de que seja efetivado o pagamento em até 10 minutos; Apesar de as tarifas serem decididas pela instituição financeira, o Bacen afirma que os custos serão em conta e econômicos; É muito simples realizar uma PIX, podendo ser feita por QR Code, ou apenas com alguns dados do clientes”.

Como fazer pagamentos com o Pix?

Indagado sobre a adesão ao uso da ferramenta, o técnico do Sebrae cita que o primeiro passo é definir em qual conta irão receber os pagamentos com Pix. Existe mais de 700 instituições cadastradas, incluindo bancos, cooperativas ou fintechs; pesquisar as melhores condições e serviços que estão sendo oferecidos pelas instituições financeiras, e buscar tarifas mais vantajosas para seu negócio; definir qual método de pagamento vai aceitar, QR Code ou Chave Pix. “Se sua empresa possui sistemas, verificar a possibilidade de integração com o Pix. Oriente sua equipe sobre essa nova forma de pagamento; informe aos seus clientes essa nova opção de pagamento, e ofereça vantagens aos clientes para estimular a adesão. Lembre-se de adesivar sua loja com a identidade visual do Pix”, alerta.. 

Quais as diferenças do Pix para DOC e TED?

Para os técnicos do setor bancário, de um modo geral o Pix é um novo meio que veio para facilitar e tornar mais barata a transferência de valores entre pessoas, o pagamento de contas e até recolhimento de impostos e taxas de serviços, entre outras possibilidades. A grande diferença do Pix para outros meios existentes é a rapidez e a disponibilidade. Isso porque, enquanto há restrições de dias e horários para enviar quantias através de TED e DOC e realizar pagamentos de contas, o Pix permite que elas sejam realizadas a qualquer dia e horário – em tempo real. Outro ponto importante: TED e DOC funcionam somente em dias úteis Transferências feitas em finais de semana ou feriados nacionais, portanto, são completadas somente no dia útil seguinte, podendo levar dias para ser finalizada.

O que é a chave pix?

Vagner Teixeira explica que “a chave é um 'apelido' utilizado para identificar sua conta. Ela representa o endereço da sua conta no Pix”. Em outras palavras, conforme define o Banco Central, as chaves do Pix são códigos que identificam as contas dos usuários no novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. Basicamente, os quatro tipos de chaves Pix que se pode utilizar são: número do CPF ou CNPJ, e-mail, número do telefone celular, e chave aleatória gerada pelo sistema.

O pix é seguro?

Quando se fala em Pix, uma das perguntas que surgem é sobre a sua segurança. Sobre essa questão, o Banco Central produziu e divulgou um manual de segurança, onde estabelece os requisitos básicos e outras instituições financeiras precisam observar para a operacionalização do sistema. Em nota, o Banco Central assegura que “o Pix conta com os mesmos protocolos  de segurança do Sistema Financeiro Nacional” já utilizados e que também  servem para as operações de TEDs e DOCs.

Empresas de Cibersegurança

Segundo o Procon, uma empresa de cibersegurança já identificou 60 domínios falsos que utilizam o Pix como isca para golpes na primeira semana de cadastramento de chaves do novo sistema de pagamento lançado pelo Banco Central.

O registro de um domínio é o primeiro estágio de um golpe. Entre os domínios maliciosos podemos encontrar: chavepix.me; gerenciadorpix.com; pagarpix.com; pixapp.online; pixbrasil.tech; pixempresas.com; suportepix.online e pix.atualizacaowebsegura.gq.

As chaves do PIX são cadastradas utilizando o CPF, número de telefone e endereço de e-mail dos clientes. 

Ou, se preferir, pode ser utilizada uma chave aleatória, gerada pelo sistema das instituições.

O que fazer se cair em golpes?

O consumidor sendo vítima de algum golpe, acaso a instituição financeira tenha sido culpada pelo vazamento dos dados e comprometido as informações particulares poderão ela ser responsabilizada.
Nesses casos, o cidadão pode procurar o Procon Campo Grande, para registro da denúncia. O Procon também atende pelo telefone 156, opção 2

Conclusão

De prático, conforme o Banco Central, o Pix foi disponibilizado amplamente para todas as pessoas - física e jurídica - que possuem uma conta bancária ofertarem o sistema. Para receber ou fazer pagamento é necessário apenas o cadastro da chave de acesso - a Chave Pix.

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Nova mudança no Pix começa a valer; entenda as alterações

Os usuários do Pix poderão, a partir de 1º de abril, integrar as listas de contato de seus celulares à ferramenta. 

A nova funcionalidade, que prevê a verificação de chaves registradas, se aplica ao número de telefone celular e também ao endereço de email do cliente.

O objetivo dessa novidade é facilitar a identificação de pessoas que tenham a chave Pix. 

"Esta funcionalidade possibilita que as instituições verifiquem se um telefone ou email que está na agenda do celular do cliente são chaves Pix, com a intenção de facilitar e tornar mais segura a escolha do recebedor do Pix pelo pagador", diz Ivo Mósca, coordenador da Subcomissão de Pagamentos Instantâneos e porta voz do grupo de Segurança da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Além disso, essa funcionalidade tem a intenção de minimizar possíveis erros envolvendo dados para transferências.

"Essa novidade evita erros de digitação e dá agilidade ao pagamento, já que é possível verificar se uma determinada chave Pix já está registrada", comenta Breno Lobo.

O sistema é simples: o aplicativo da instituição que o usuário estiver logado coletará as informações de telefone ou email de sua lista de contatos, e enviará essa lista para o Banco Central.

O retorno desta consulta revelará quais dos dados enviados são ou não uma chave Pix. 

A partir daí, a transação segue da mesma forma como é feita desde o início da operação do Pix, que entrou em vigor no fim de 2020.

Como fazer

A ferramenta estará disponível para o prestador de serviço de pagamento (instituições financeiras e de pagamento) que aderir a funcionalidade, e o cliente precisará fazer uma atualização no próprio aplicativo do banco para ter acesso. 

Após isso, a instituição financeira pode ou não criar um widget (um atalho que facilita o acesso à ferramenta no celular).

A funcionalidade é opcional e os usuários podem solicitar a exclusão de sua chave Pix, se assim desejarem. 

A interligação com a agenda irá ocorrer quando o cliente cadastrar a chave, e concordar com o termo de consentimento. 

Se o usuário não quiser que esse dado seja compartilhado, é melhor escolher outra chave, como, por exemplo, a aleatória (uma sequência de números geradas pelo sistema).

Integração da agenda de contatos

"A integração da agenda de contatos do celular do cliente ao Pix não é uma funcionalidade obrigatória do sistema de pagamento instantâneo. Sua oferta ao usuário é recomendada pelo Banco Central para proporcionar uma melhor experiência para os clientes, mas será uma decisão individual de cada instituição participante", ressalta Ivo Mósca.

A novidade também permitirá uma maior segurança ao usuário. 

"A lista de contatos é composta de pessoas conhecidas, então a opção se torna mais segura porque você reduz as chances de engano no pagamento", diz Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, o laboratório de cibersegurança da PSafe.

Segurança

De qualquer forma, o especialista pede atenção aos clientes que adotarem a ferramenta. 

"É possível que golpistas achem alguma forma de serem cadastrados na sua lista de contatos para explicar uma possível vulnerabilidade. Por isso, sempre indicamos que a pessoa confirme todos os dados de quem receberá o dinheiro, para evitar problemas".

Outro ponto importante é que apenas o celular e o email entrarão nessa funcionalidade, as outras chaves e dados não serão mostrados.

"Nenhuma outra informação, como por exemplo, os dados de conta atrelados a essa chave, serão expostas nesta consulta. Haverá somente o retorno de quais números de celular ou email são chaves Pix", destaca Mósca.

Atenção: Nenhuma outra informação, como por exemplo, os dados de conta atrelados a essa chave, serão expostas nesta consulta, haverá somente o retorno de quais números de celular ou email são chave Pix. 

A integração de dados não traz risco, mas ela não substitui a necessidade de confirmação dos dados do usuário que cadastrou o telefone ou email como chave Pix, Sempre fique atento antes de finalizar uma transação: é preciso checar se aquela chave é de quem você realmente quer enviar um Pix, verificando atentamente todos os dados de quem receberá o dinheiro, como nome e CPF ou CNPJ. 

Ao cadastrar o celular ou email como chave Pix, o usuário terá que consentir a permissão para que outros usuários saibam da existência da chave registrada. Caso o cliente queira, ele pode solicitar a exclusão da informação à instituição. Um dos fatores que diminui os riscos é que a lista de contatos do usuário é composta por pessoas conhecidas.

Mais novidade

Outra novidade que também entrará em funcionamento em abril é que usuários finais poderão solicitar alteração das informações, como nome completo, nome empresarial e título do estabelecimento, sem a necessidade de excluir e registrar novamente a chave. 

Isso vai facilitar, por exemplo, pessoas que alteraram o nome após o casamento ou empresas que alteraram o nome do estabelecimento.

Além disso, o regulamento agora impede que as instituições fixem limites do número de transações Pix, seja de envio ou de recebimento. 

Essa vedação, de acordo com o Banco Central, é necessária para garantir condições competitivas equânimes entre diferentes instrumentos de pagamento.

Também será permitido que o usuário final que seja o titular possa solicitar o vínculo de seu nome à chave Pix.

Lista de contatos integrada aos pagamentos - Como funciona?

- Lançado no fim de 2020 pelo Banco Central, o Pix é um sistema de transações bancárias feitas na hora
- Ele permite pagamentos e transferências de dinheiro durante 24 horas por dia, sete dias por semana

Nova opção

- A partir de 1º de abril, os usuários do Pix poderão integrar as listas de contato de seus celulares à nova forma de pagamento
- Esta funcionalidade possibilita que as instituições verifiquem se um telefone ou email que está na agenda do celular do cliente é uma chave Pix

Cliente poderá escolher

- A nova modalidade é opcional, ou seja, bancos e demais instituições que ofertam o Pix podem ou não disponibilizar essa facilidade de integração dos contatos aos seus clientes
- Provavelmente, aos que escolherem a nova forma de organizar os contatos de pagamentos, será necessária uma atualização do aplicativo de sua instituição financeira
- A opção de interligar contatos de celular ao Pix é recomendada pelo Banco Central, mas a palavra final é do consumidor

Principais vantagens

- A integração dos contatos irá facilitar a identificação de quem cadastrou seu número de celular como chave Pix
- Com a nova ferramenta, o cliente saberá se aquele telefone ou email que está na agenda do seu celular é uma chave válida
- A intenção é facilitar e tornar mais segura a escolha de quem paga e de quem recebe pelo Pix
- Além disso, evita erros de digitação e dá agilidade ao pagamento, já que não é mais preciso incluir todos os dados para descobrir que a chave não irá funcionar

Consentimento é necessário

- A forma com que cada instituição financeira disponibilizará essa consulta é livre e opcional
- A única determinação do Banco Central em relação à experiência do usuário com a nova funcionalidade é que o cliente terá que dar seu consentimento para o acesso à lista de contatos do celular
- A integração dos contatos já é bastante comum em diversos aplicativos que usamos atualmente Como funciona
- O aplicativo do banco logado coletará as informações de telefone ou email de sua lista de contatos, após consentimento
- A instituição enviará essa lista para o Banco Central e o retorno da consulta revelará quais dos dados enviados são ou não uma chave Pix
- A partir daí, a transação segue da mesma forma como é feita desde o início da operação do Pix, mas com o atalho direto na lista de contatos do celular

 

META FISCAL

Governo Lula revê trajetória das contas e adia ajuste fiscal para próximo presidente

A meta fiscal será zero para 2025, igual a este ano, com uma alta gradual até chegar a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2028.

15/04/2024 18h00

Após o déficit zero no ano que vem, o governo prevê um superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,50% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028. Gabriela Biló/Folhapress

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O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai propor uma revisão na trajetória das contas públicas que, na prática, adia o ajuste fiscal para o próximo presidente da República.

A meta fiscal será zero para 2025, igual a este ano, com uma alta gradual até chegar a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2028.

Os números sinalizam uma flexibilização em relação à promessa feita no ano passado, na apresentação do novo arcabouço fiscal, de entregar um superávit de 0,5% do PIB no ano que vem e alcançar um resultado positivo de 1% do PIB já em 2026, último ano de mandato de Lula.

A opção do Executivo pela meta zero no ano que vem também indica ainda a possibilidade de novo déficit, já que há uma margem de tolerância de 0,25% do PIB para mais ou menos. Para este ano, o governo já prevê um resultado negativo de R$ 9,3 bilhões.

Além da piora do cenário, o Executivo também reduziu a velocidade do ajuste fiscal. Se antes o esforço adicional era de 0,5 ponto percentual ao ano, a melhora do resultado agora será de 0,25 ponto ao ano em 2026 e 2027.

Após o déficit zero no ano que vem, o governo prevê um superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,50% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028, já no primeiro biênio do mandato do próximo presidente da República.

A piora no alvo da política fiscal deve ter consequências negativas sobre a trajetória da dívida pública. Segundo estimativas da própria área econômica, é preciso um superávit de 1% do PIB para estabilizar a dívida -patamar que, agora, só deve ser alcançado no próximo governo.

A intenção do governo de perseguir uma meta menos ambiciosa foi revelada pela Folha de S.Paulo. O número constará no PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025, a ser apresentado nesta segunda-feira (15) ao Congresso.

Na tarde desta segunda, a poucas horas da divulgação oficial, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) confirmou à Globonews a meta zero em 2025, em uma inusual entrevista exclusiva concedida pelo chefe da pasta antes de uma coletiva à imprensa convocada para tratar justamente do PLDO.

Nem Haddad nem a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) participarão da coletiva para justificar a piora no cenário fiscal, tarefa que caberá a secretários das duas pastas.

"Nós não costumamos antecipar os dados da LDO antes da entrevista oficial, mas vazaram esses dois dados [meta de 2025 e salário mínimo], e aí a imprensa toda está dando. Até me desculpo por estar falando disso antes das 17h, que é o horário combinado. Mas, sim, os dados que eu tenho são esses", disse o ministro.

Além da meta, ele fez referência à previsão de salário mínimo de R$ 1.502 no ano que vem, como antecipou a Folha de S.Paulo.

Apesar da revisão do cenário fiscal dos próximos anos, Haddad disse não desistiu de alcançar um superávit ainda neste mandado do governo Lula. "Tem 2026 ainda", afirmou.

A flexibilização da trajetória fiscal se dá diante de um quadro desafiador para continuar aumentando a arrecadação e alcançar o superávit de 0,5% do PIB, como prometeu o ministro da Fazenda.

Embora o governo tenha aprovado uma série de medidas de receitas ao longo de 2024, boa parte delas são extraordinárias e não se repetirão no ano que vem.

Além disso, membros do Executivo têm a avaliação de que a agenda de arrecadação está se exaurindo, o que dificulta ir atrás de novas receitas.

Um sinal disso são as resistências enfrentadas pelo governo na discussão de medidas enviadas ao Legislativo no fim de 2023, como a reoneração da folha de pagamento de empresas e prefeituras, o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e a limitação do uso de créditos judiciais pelas empresas para abater tributos.

A Fazenda precisou abrir as negociações e flexibilizar boa parte dessas iniciativas para melhorar sua aceitação no Congresso. Consequentemente, isso afeta a capacidade do governo de reequilibrar as contas públicas.

Na entrevista à Globonews, Haddad disse que o governo vai manter a interlocução com o Congresso Nacional em busca de novas fontes de receitas. "Vamos rever os gastos tributários", disse. "Vamos fazer a arrecadação voltar um patamar razoável, acima de 18% [do PIB]. A gente está mirando em 18,5% [do PIB]."

Para este ano, a meta já é de déficit zero, e a avaliação mais recente do Orçamento indica um resultado negativo em 0,1% do PIB -dentro da margem de tolerância da meta fiscal, que é de 0,25 ponto percentual para mais ou menos.

Embora a meta seja igual para 2024 e 2025, o governo tem o discurso de que a proposta de Orçamento do ano que vem precisará ser enviada cumprindo esse objetivo central, enquanto neste ano o resultado esperado já é de déficit. Por essa comparação, o governo estaria garantindo a trajetória de melhora contínua das contas.

Meta 2025

Haddad confirma meta fiscal de déficit zero para 2025 e salário mínimo de R$ 1.502

Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025

15/04/2024 16h00

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e presidente Luiz Inácio Lula da Silva Arquivo

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou no período da tarde desta segunda-feira, 15, que o governo definiu a meta fiscal do próximo ano como déficit primário zero, assim como o alvo deste ano, conforme mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.

A confirmação foi dada em entrevista à GloboNews. Haddad pediu desculpas por antecipar os números antes da divulgação pelo Ministério do Planejamento do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) ainda no período da tarde desta segunda-feira, mas argumentou que os números já haviam sido "vazados" à imprensa.

Haddad confirmou também que a projeção para o salário mínimo no próximo ano é de R$ 1.502.

Haddad foi questionado se, com a decisão de revisar a meta de 2025, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria desistido de fazer superávits neste mandato. O ministro rebateu, contudo, que ainda haverá 2026 para buscar esse alvo.

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