Seja no cartão de crédito ou crediário, parcelar uma compra é oferta tentadora das lojas. Movido pelo desejo de consumo, o cliente muitas vezes enxerga na oportunidade uma forma de adquirir bens de alto valor que muitas vezes não conseguiria comprar à vista. Contudo, é imprescindível fugir do endividamento e levar algumas questões em conta antes de pedir a maquininha para o atendente.
A economista Daniela Dias falou com a equipe do Correio do Estado a respeito e deu algumas dicas para quem deseja consumir, mas quer evitar o vermelho nas finanças mês seguinte.
Primeiramente, é preciso parar e pensar se a pessoa tem o valor disponível mês a mês para fazer o pagamento das parcelas.
Nesse caso, até mesmos outras parcelas já firmadas devem ser levadas em consideração. Descontando de tudo aquilo que a pessoa recebe todas as contas pendentes, vai sobrar alguma coisa para assumir mais um compromisso?
Para Daniela, essa questão recai no próprio desejo de consumo, que não pode ser insaciável, mas controlado.
“Ao se fazer compras impulsivamente, sem avaliar as prioridades e as demais parcelas que a pessoa pode ter, podemos ter uma situação bastante comprometida do ponto de vista do orçamento, porque aquela parcela não vai caber no bolso. Então pare um pouco, avalie as finanças, pense na lista de prioridades”, pontua.
Outra dica importante, conforme Daniela, é avaliar se realmente compensa parcelar ou se, negociando o preço com o vendedor, é possível chegar a um valor que esteja disponível naquele momento para uma compra à vista.
Igualmente é preciso perguntar quantas parcelas que não são carregadas de juros. Muitas vezes, paga-se o dobro do preço original porque optou-se por quantidades maiores de mensalidades.
Segundo a economista, a população de Mato Grosso do Sul é bastante centrada neste sentido. Pesquisas mostram que os consumidores do Estado estão justamente se endividando menos em comparação com outras unidades da federação.
“Enquanto na média nacional temos endividamento e inadimplência, as pessoas daqui estão com equilíbrio orçamentário um pouco melhor. O endividamento rediziu e as pessoas que estão com contas em atraso também. Então avaliar, planejaer e evitar compras impulsivas”, completa.
DADOS NACIONAIS
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o país fechou janeiro com parcela de famílias endividadas em 66,5%, acima de dezembro de 2020 (66,3%) e de janeiro de 2020 (65,3%).
Contudo, os endividados que disseram ter parcelas de empréstimos em aberto recuou 24%.
O vilão da vez foi justamente o cartão de crédito, que foi citada como motivo da inadimplência de 80% das famílias entrevistadas pelos pesquisadores.
Já os carnês foram responsáveis por 16% das contas em atraso dos que foram ouvidos pelo CNC. Em razão da pandemia, a entidade não considerou os dados negativos, uma vez que esperava-se que os números pudessem ter sido bem piores.