ADRIANA MOLINA
A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) publicou ontem, no Diário Oficial, alteração nos valores utilizados como referência para cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do leite em Mato Grosso do Sul. A partir de hoje, a pauta fiscal do litro do produto nas operações internas é de R$ 0,46, e nas interestaduais, R$ 0,66.
Atualmente os produtores de leite do Estado recebem entre R$ 0,45 e R$ 0,65 pelo litro entregue às indústrias, dependendo da localização da produção. O setor vive um momento de recuperação por conta da chegada da entressafra, com o decréscimo de produção e aumento de preços. "Agora, com o volume baixando por conta da desmama e seca, podemos atingir o pico de R$ 0,90 até o final de maio − recuperação expressiva frente aos R$ 0,35 que chegamos a receber nas chuvas", avalia o coordenador do departamento de gado leiteiro do Sindicato Rural de Campo Grande, Wilson Igi.
Mato Grosso do Sul conta com cerca de 126 mil produtores de leite, localizados principalmente na bacia de Glória de Dourados, região do Bolsão de Paranaíba, Nova Alvorada do Sul e Camapuã. A maioria, 80% em média, pertence à pequena produção, com a venda de 45 litros por dia; outros 15% são médios produtores e apenas 5% grandes, atingindo 700 litros ao dia.
Falta investimento
Segundo o coordenador, a produção sul-mato-grossense poderia dobrar de volume mantendo o mesmo rebanho, caso os pecuaristas investissem em alimentação. "Bastaria incrementar a nutrição dos animais, mas muitos reclamam que não têm condições", diz Igi, explicando que as justificativas quase sempre são em relação ao alto custo de um programa de nutrição específico para gado leiteiro, a falta de tecnologia nas propriedades e a demanda por assistência técnica especializada, que também é cara.