Economia

RECUPERAÇÃO

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Pedidos de seguro-desemprego diminuem e têm o menor índice em quatro anos

Em agosto, 6.875 pessoas solicitaram o auxílio governamental, contra 7.590 requerimentos em julho

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Após registrar um pico em número de pedidos de seguro-desemprego em maio (com 10.807 requisições), Mato Grosso do Sul registrou o menor número em quatro anos. 

Em agosto, foram 6.875 requerimentos, a última vez que houve menos de sete mil solicitações foi em setembro de 2016, com 5.381.  

No comparativo com julho, a queda foi de 9,42%. No sétimo mês do ano foram 7.590 pedidos. 

Comparado ao mesmo mês do ano passado, a queda foi de 16%. Em 2019, foram 8.188 requerimentos no Estado.  

De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, a redução no número de pedidos de seguro-desemprego pode estar associado a uma melhora de alguns indicadores da economia. 

“Quando a gente fala de Mato Grosso do Sul, temos o saldo de empregos [diferença entre demissões e contratações] positivo para o mês de julho. Outro indicador é a intenção do consumo das famílias, ainda aquém do esperado, mas bem melhor, inclusive para as datas comemorativas durante o ano. E também acerca das expectativas sobre a recuperação da economia”, disse.

Para Daniela, a confiança do empresário também contribuiu para a mudança de cenário. 

“Outra questão é sobre a própria confiança do empresário do comércio. Neste mês, voltamos à zona positiva, que significa que é mais fácil transformar essa confiança em investimentos de mão de obra, por exemplo. Todos esses fatores ajudam nessa amenização de impactos negativos do coronavírus. Temos uma recuperação, mas ela ainda é frágil e a gente pode regredir facilmente, porque não é algo consolidado”, destacou a economista.  

QUEDA

O pico do número de solicitações do seguro, por causa da pandemia da Covid-19, foi registrados em abril e maio. Em abril, o número de pedidos do seguro-desemprego chegou a 10.745 e em maio 10.807. 

No comparativo entre maio e agosto, a queda nas solicitações foi de 36,38%.

O economista Márcio Coutinho diz que, com certeza, a redução em agosto é um sinal positivo para a economia estadual. 

“Menos pessoas procurando o seguro e tendo mais admissões do que desligamentos com certeza é positivo. A gente não pode esquecer que em abril e maio tivemos números bem negativos [nas demissões], então estamos nos recuperando ainda”, destacou.

Coutinho ainda explica que com mais pessoas trabalhando, há uma retomada na movimentação financeira.

“Com mais gente empregada, obviamente, tem mais dinheiro circulando, e com mais renda na mão das pessoas temos mais dinheiro circulando. Não podemos esquecer que a economia deu uma aquecida em função dos auxílios do governo”, ressaltou o economista. 

PERFIL

Entre os 6.875 requerimentos feitos em agosto, a maioria (63%) era de homens. Segundo os dados do Ministério da Economia, 4.332 pedidos do seguro foram realizados por homens, enquanto o porcentual de mulheres foi de 36,99%, ou 2.543 solicitações.

A faixa etária que mais ficou desempregada no período foi entre 30 e 39 anos, com 2.201 solicitações, na sequência: trabalhadores com idade entre 40 e 49 anos, 1.375; 1.265, entre 25 e 29 anos; depois os com idade entre 18 e 24 anos somaram 1.107 pedidos; de 50 a 64 anos foram 866; acima de 65 anos, 33 solicitantes; e até 17 anos, 28 requisições.

Outra mudança percebida é o aumento das solicitações via internet. Em agosto de 2019 apenas 104, ou 1,3%, dos 8.188 desempregados fizeram o pedido on-line. 

Em agosto de 2020 o porcentual saltou para 35,8%, ou 2.463 dos 6.875 solicitantes.

ESTOQUE

O estoque de empregos (número de pessoas com carteira assinada) também registrou uma recuperação. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no dia 1º de janeiro de 2020 o número de pessoas no mercado formal era de 515,005 mil; em julho o número subiu para 516,067 mil, diferença de 1.062 registros.

Os dados divulgados no mês passado apontam que no acumulado do ano – de janeiro a julho – foram 118.148 admissões contra 116.587 desligamentos, saldo de 1.561 novas vagas.  

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, somente no mês de julho foram 2.635 vagas a mais no mercado de trabalho sul-mato-grossense. Foram 16.251 contratações contra 13.616 desligamentos.  

O resultado foi puxado pela boa atuação da indústria, com a criação de 1.438 vagas, seguido do comércio (943), serviços (556) e construção com 130 novas vagas. 

No lado oposto, a agropecuária registrou saldo negativo em 432 empregos.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

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