Carlos Eduardo tem 21 anos e veio de Rio Negro tentar melhores oportunidades de emprego em Campo Grande. Hoje ele é Jardineiro. Alexandre Bezerra é motorista. Os dois não precisaram pedir o auxílio emergencial disponibilizado pelo Governo Federal para as pessoas atingidas economicamente pela pandemia do novo Coronavírus.
Por outro lado, o que eles têm em comum é que estavam acompanhando parentes que tiveram dificuldades neste período complicado.
Carlos estava com um amigo e os dois foram com a prima. “Ela está desempregada, eu não pedi, mas as coisas aqui não estão muito melhores que na minha cidade”, lamenta. O jardineiro já acumulava 45 minutos de espera, no momento da entrevista.
Já Alexandre relata que a mulher, que é auxiliar de faxina, perdeu o emprego há três meses por causa da crise.“Eu não pude pegar porque ainda trabalho, mas ela não tem emprego mais, e estou acompanhando”, conta ele.
O motorista foi impedido de entrar na agência para evitar aglomeração no interior. Segundo ele, quando conversamos, a espera já chegava a meia hora. A reportagem do Correio do Estado observou a alta movimentação na parte da frente de uma agência.
A fila se dividia em dois braços. Uma dos que precisam entrar, seja para sacar o benefício, ou para regularizar a situação, e a outra das pessoas que eram impedidas de entrar com familiares.
Com isso, a aglomeração na parte de fora era intensa na manhã de sábado, 25. Mesmo com o toque de recolher imposto para o final de semana, e com o comércio respeitando o decreto, pessoas que poderiam ficar em casa tiveram que se arriscar.
Outro fator que contribuiu para a aglomeração é a falta de tato de pessoas que têm dificuldade a se acostumarem com o sistema bancário.
Junte-se a isso, pessoas que só tinham o fim de semana para ir até a Caixa Econômica Federal e a situação dos acompanhantes, o resultado é que muitas pessoas enfrentaram problemas.
Entre eles, o sistema era estranho, assim muitos precisavam constantemente da ajuda dos funcionários. Alguns aproveitaram abertura da agência e tentaram fazer ouros tipos de serviços, mas acabaram se frustrando, pois, a Caixa estava aberta apenas para os beneficiários do auxílio.
Outro problema notado, foi a dificuldade que algumas pessoas têm com a burocracia bancária. Há pessoas que não sabem o próprio CPF, esqueciam a carteira de identidade, algo que torna o serviço ainda mais lento.
Outro reclamação pertinente, foi a presença de funcionários da faixa azul em pleno fim de semana de fechamento do comércio. Vários reclamaram da necessidade de abastecer o parquímetro em um fim de semana sem movimento intenso no centro de Campo Grande.